O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial caiu a 52,1 pontos em maio, após ter atingido 55,1 pontos em abril. O resultado refletiu notável desaceleração nas vendas, estagnação na produção de modo geral e o aumento da pressão sob os custos.
Para a diretora associada de economia da S&P Global Pollyanna de Lima, os resultados do PMI mostraram uma certa capacidade de resiliência do setor industrial do Brasil, excluindo-se as respostas de empresas diretamente afetadas pelas enchentes catastróficas no Rio Grande do Sul, uma vez que o crescimento de novos negócios, os níveis de compra e de emprego se mantiveram estáveis.
As estimativas do PMI, que pressupõem que as empresas daquele estado do sul do país teriam registrado queda na produção, em novos pedidos e na compra de insumos, descrevem o setor de forma menos positiva, avalia.
Com as enchentes devastando casas, lojas, fazendas, aeroportos, estradas, pontes, entre outros, os fabricantes tiveram dificuldade para receber os insumos adquiridos e se mostraram preocupados com seu impacto sobre a economia em geral, os pedidos dos clientes e o orçamento fiscal.
Ainda assim, as expectativas de que esforços de socorro, investimentos e o lançamento de novos produtos poderiam apoiar a demanda nos próximos meses encorajaram as previsões otimistas de perspectivas de produção para o próximo ano e fomentaram a criação de empregos em maio, contextualiza Lima.