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Santander mantém recomendação neutra para Petrobras, sustentada por três razões principais

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O Santander manteve recomendação neutra para Petrobras, com novo preço-alvo para o final de 2025 de R$ 43 para ação ordinária (ON), sustentada por três razões principais.

Ao contrário do esperado, o banco não cita as recentes mudanças na gestão como um dos motivos de sua cautela.

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Primeiro, analistas pontuam que a estatal está passando pelo período mais desafiador de seu plano estratégico 2024-2028, o que, juntamente com outros desembolsos pontuais de caixa, deve aproximar a posição de caixa do seu nível de referência e deixar pouco espaço para dividendos extraordinários em 2025, deixando assim as ações sendo negociadas a um dividend yield (dividendo sobre valor da ação) de 9% para 2025.

Ou seja, eles avaliam que existe o risco da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) ultrapassar o teto de dívida bruta de US$ 65 bilhões, o que impactaria a política de dividendos baseada no fluxo de caixa livre (FCF), a menos que a gestão de passivos seja implementada e a dívida financeira seja reduzida.

Segundo estimativas, os passivos de arrendamento devem atingir aproximadamente US$ 41 bilhões até o final de 2025, exigindo, portanto, que a dívida financeira seja mantida abaixo de US$ 24 bilhões. A redução da dívida financeira, combinada com outros desembolsos de caixa (ou seja, dividendos extraordinários, liquidações fiscais e possíveis fusões e aquisições), pode levar a posição de caixa para US$ 9 a 10 bilhões, próximo ao nível de referência de US$ 8 bilhões.

Além disso, o segundo ponto é de que, apesar de um perfil de produção lucrativo, o Santander vê a Petrobras ficando atrás dos pares em termos de crescimento e reposição de reservas nos próximos anos.

Para os analistas, a produção no ano até agora tem sido instável devido à manutenção em campos-chave, resultando em uma produção doméstica de petróleo de 2,2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no 1T24, contra 2,4 milhões bpd no 4T23). Embora se espere que a produção melhore no segundo semestre para atingir o ponto médio da orientação (2,2 milhões bpd), a desaceleração do IBAMA/ANP limita a visibilidade sobre o ritmo e a magnitude da recuperação.

O banco espera que a produção de 2025 e 2026 cresça em média 6%, mas vê uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 5 anos de 4%, que está abaixo da média de 8% dos pares. Assim, a reposição de reservas é fundamental, na avaliação do Santander, particularmente devido aos atrasos no licenciamento ambiental para a Margem Equatorial, que pode representar 15% a 30% da capitalização de mercado.

O terceiro ponto que a equipe de research do banco menciona a avaliação justa da Petrobras, com as ações sendo negociadas atualmente a 20% rendimento de fluxo de caixa (FCFY) e 3,3 vezes Valor da Firma (EV)/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) estimado para 2025.

Nesse sentido, o banco avalia que os retornos de caixa da Petrobras (ou seja, rendimento de dividendos + recompra de ações) não são tão atraentes em comparação com seus pares globais como eram no passado recente.

Além disso, embora a Petrobras ofereça um rendimento mais alto do que as grandes empresas globais, o Santander acredita que isso deve ser ajustado por taxas locais, especialmente em um período de incerteza em relação à inflação e questões sobre os níveis de taxa neutra e riscos específicos da empresa, incluindo ser controlada pelo governo.

Como resultado, o banco espera que a Petrobras provavelmente continuará sendo negociada a um prêmio de avaliação em relação às grandes empresas globais (ou seja, rendimentos mais altos) e destaca que, de fato, as grandes empresas globais estão atualmente sendo negociadas com um rendimento de dividendos estimado de 11% para 2025, o que coloca a estatal em um território de avaliação justa.

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