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Índice de Preços ao Produtor (IPP) é de 1,58% em julho

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Em julho de 2024, os preços da indústria variaram 1,58% frente a junho, sexto resultado positivo seguido nesse indicador. Nessa comparação, 21 das 24 atividades industriais tiveram variações positivas de preços. O acumulado no ano foi de 4,18%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 6,63%. Em julho de 2023, o IPP havia sido –0,76%.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.

Em julho de 2024, os preços da indústria variaram 1,58% frente a junho deste ano. Vinte e uma das 24 atividades industriais investigadas na pesquisa apresentaram variações positivas de preço ante o mês imediatamente anterior. Em comparação, 18 atividades haviam apresentado maiores preços médios em junho em relação ao mês anterior, quando a variação deste mesmo indicador também havia sido positiva para a indústria geral.

As quatro atividades com maiores variações, em termos absolutos, neste indicador (M/M₋₁) foram: metalurgia (4,47%); papel e celulose (3,79%); indústrias extrativas (3,48%); e refino de petróleo e biocombustíveis (2,83%).

O setor de refino de petróleo e biocombustíveis foi o de maior destaque na composição do resultado agregado, na comparação com junho. A atividade foi responsável por 0,29 ponto percentual (p.p.) de influência na variação de 1,58% da indústria geral. Ainda neste quesito, outras atividades que também sobressaíram foram metalurgia, com 0,28 p.p. de influência, alimentos (0,21 p.p.) e indústrias extrativas (0,17 p.p.).

O acumulado no ano, que compara os preços do mês de referência aos de dezembro do ano anterior, atingiu variação de 4,18%. Em 2023, a taxa acumulada até o mês de julho havia sido de -7,17%. O valor da taxa acumulada no ano até este mês de referência é o quinto maior já registrado para um mês de julho desde o início da série histórica, em 2014.

Em julho de 2024, entre as atividades que tiveram as maiores variações no acumulado no ano, sobressaíram: metalurgia (15,53%); papel e celulose (15,09%); fumo (9,68%); e madeira (9,52%). Na composição do resultado agregado da indústria, ainda no acumulado no ano, as principais influências foram registradas em metalurgia (0,91 p.p.), outros produtos químicos (0,66 p.p.), alimentos (0,51 p.p.) e papel e celulose (0,46 p.p).

O acumulado em 12 meses foi de 6,63% em julho. No mês anterior, a taxa havia sido de 4,17%. Os setores com as quatro maiores variações de preços na comparação de julho com o mesmo mês do ano anterior foram: papel e celulose (16,15%); refino de petróleo e biocombustíveis (14,41%); indústrias extrativas (12,44%); e outros equipamentos de transporte (11,81%). Já os setores de maior influência no resultado agregado dessa mesma comparação foram: refino de petróleo e biocombustíveis (1,38 p.p.); alimentos (1,35 p.p.); outros produtos químicos (0,85 p.p.); e metalurgia (0,60 p.p.).

Entre as grandes categorias econômicas, a variação de preços em julho frente a junho de 2024 repercutiu assim: 1,28% de variação em bens de capital (BK); 1,93% em bens intermediários (BI); e 1,12% em bens de consumo (BC), sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis (BCD) foi de 0,20%, ao passo que nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND) foi de 1,30%.

Ainda nesse indicador, a principal influência foi exercida por bens intermediários, cujo peso na composição do índice geral foi de 55,50% e respondeu por 1,07 p.p. da variação de 1,58% nas indústrias extrativas e de transformação. Completam a lista bens de consumo, com influência de 0,41 p.p., e bens de capital, com 0,10 p.p.. No caso de bens de consumo, a influência observada em julho se divide em 0,01 p.p., que se deveu à variação nos preços de bens de consumo duráveis, e 0,40 p.p. associado à variação de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

O acumulado do ano chegou a 3,73%, no caso de bens de capital; 3,74% em bens intermediários; e 4,94% em bens de consumo – sendo que bens de consumo duráveis acumulou variação de 1,57%, enquanto bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 5,64%.

Em termos de influência no resultado acumulado no ano, bens de capital foi responsável por 0,29 p.p. dos 4,18% verificados na indústria geral até julho deste ano. Bens intermediários, por seu turno, respondeu por 2,08 p.p., enquanto bens de consumo exerceu influência de 1,81 p.p. no resultado agregado da indústria, influência que se divide em 0,10 p.p. devidos às variações nos preços de bens de consumo duráveis e 1,71 p.p. causados pelas variações de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado em 12 meses, a variação de preços de bens de capital foi de 3,87% em julho/2024. Os preços dos bens intermediários, por sua vez, variaram 7,33% neste intervalo de um ano e a variação em bens de consumo foi de 6,18%, sendo que bens de consumo duráveis apresentou variação de preços de 2,25% e bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 7,00%.

No que diz respeito às influências no resultado agregado, com peso de 55,50% no cálculo do índice geral, bens intermediários foi responsável por 4,04 p.p. dos 6,63% de variação acumulada em 12 meses na indústria, neste mês de referência. No resultado de julho de 2024, houve, ainda, influência de 2,29 p.p. de bens de consumo e de 0,31 p.p. de bens de capital.

O resultado de bens de consumo, em particular, foi influenciado em 0,14 p.p. por bens de consumo duráveis e em 2,14 p.p. por bens de consumo semiduráveis e não duráveis, este último com peso de 83,53% no cômputo do índice daquela grande categoria.

Indústrias extrativas: pelo segundo mês consecutivo, a variação média de preços do setor foi positiva, agora em 3,48% – contra 1,61%, em junho. Com isso, o acumulado no ano foi a 1,55% e o em 12 meses, a 12,44%, abaixo do observado em junho, 14,17%.

O destaque dado ao setor se deve ao fato de, em termos de variação, ter sido a terceira mais intensa tanto na perspectiva do M/M-1, quanto na do acumulado em 12 meses. Já em termos de influência, foi a quarta na passagem de junho para julho, respondendo por 0,17 p.p., em 1,58%. Vale dizer que em todos os casos as variações foram positivas.

Alimentos: na passagem de junho para julho, os preços do setor variaram, em média, 0,86%, quarta variação positiva consecutiva. Com isso, o acumulado no ano saiu de 1,18%, em junho, para 2,05%, em julho. Já o dado anualizado chegou a 5,51%, o maior desde janeiro de 2023, 5,75%. Em termos de número-índice, o atual, 177,56, está 6,04% abaixo do pico histórico – de julho de 2022, 188,97 -, mas é o maior desde abril de 2023, 178,41.

O destaque dado ao setor está ligado à influência: foi a terceira na perspectiva do M/M-1 (0,21 p.p., em 1,58%) e no acumulado no ano (0,51 p.p., em 4,18%) e a segunda no acumulado em 12 meses (1,35 p.p., em 6,63%).

Apesar do resultado positivo da variação, dois dos quatro produtos que mais influenciaram o resultado tiveram um impacto líquido negativo: “leite esterilizado / UHT / Longa Vida” e “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”. No geral, o preço de carne tem crescido, estimulado pela depreciação do real frente ao dólar (2,8% na passagem de junho para julho, 13,2%, no acumulado no ano, e 15,4%, no acumulado em 12 meses) e o consequente aumento de exportações, mas o seguimento específico de “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas”, não, um movimento que se mostrou espalhado entre as empresas. Uma demanda menos aquecida, por sua vez, explicou em parte o recuo do preço de “leite esterilizado / UHT / Longa Vida”.

No caso específico do suco de laranja, cujos preços pressionaram positivamente o resultado, levando o produto a ser destaque tanto em termos de variação quanto de influência, a produção interna está em níveis relativamente baixos, mesmo em momento de colheita. Além do suco de laranja, o de outras frutas também teve destaque, no caso apenas em termos de variação. A título de exemplo, a produção de maçã, em resposta a um clima adverso, também tem estado aquém da demanda. O viés de alta do “açúcar VHP (very high polarization)” responde em grande parte à depreciação do real frente ao dólar. De todo modo, a influência líquida dos quatro produtos de maior destaque no resultado mensal foi de 0,20 p.p., em 0,86%.

Papel e celulose: a atividade apresentou o segundo maior resultado em relação às demais analisadas, tanto na variação ante o mês anterior, com 3,79%, quanto no acumulado do ano, de 15,09%. Apresentou também o resultado mais expressivo na perspectiva do acumulado em 12 meses, de 16,15%.

Os produtos com maiores variações na passagem de junho para julho foram “cadernos”, “papel kraft para embalagem não revestido”, e “pasta química madeira, à soda/sulfato, exc. pasta dissolução”, com resultados positivos, e “absorventes e tampões higiênicos de qualquer matéria”, com resultado negativo. O grupo de produtos mais influentes, todavia, é ligeiramente diferente, com todos os impactos positivos, que soma 3,84 p.p., de 3,79%. Dada a importância de “pasta química madeira, à soda/sulfato, exc. pasta dissolução” em termos de peso, a depreciação do real frente ao dólar (2,8%, na passagem de junho para julho) e a alta internacional do preço da commodity são fatores que justificam o cenário observado.

Refino de petróleo e biocombustíveis: como vem ocorrendo desde fevereiro deste ano, na passagem do mês anterior para o atual, a variação de preços do setor foi positiva, agora em 2,83%, o maior resultado desde setembro de 2023 (8,25%). Com isso, o acumulado no ano passou para o campo positivo, 0,68%. Por fim, no acumulado em 12 meses, o resultado de 14,41% supera o de junho, de 8,01%.

O setor se destacou por ter sido, em termos de variação, a quarta mais intensa (e positiva), na perspectiva entre julho e junho, e a segunda (igualmente positiva), no acumulado em 12 meses. Já em termos de influência, na variação mensal, ao responder por 0,29 p.p., de 1,58%, foi a principal; assim como também foi a influência mais intensa na perspectiva dos últimos 12 meses, ao responder por 1,38 p.p., em 6,63%.

Os quatro produtos mais influentes, em julho frente a junho, todos com variações positivas, responderam por 2,65 p.p., em 2,83%. Entre eles, aparece “gasolina, exceto para aviação”, o segundo de maior peso no cálculo setorial.

Outros produtos químicos: os preços da indústria química avançaram 1,98% em julho frente a junho, o resultado foi o quinto com sinal positivo nesses primeiros sete meses de 2024, o que levou o acumulado no ano a 8,59%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, os preços do setor estiveram 10,98% mais altos.

Como ocorreu em junho, o resultado de julho permaneceu explicado, em grande medida, pelos maiores preços que foram percebidos no mercado de fertilizantes – refletindo a janela sazonal de maior demanda domésticas por esses produtos. Esse movimento, contudo, não foi disseminado de forma vertical ao longo das cadeias produtoras, macronutrientes, como o MAP e os “Superfosfatos”, foram vendidos a preços mais baratos no mês, ao passo que fertilizantes derivados, com importante influência no resultado setorial, mantiveram o viés de alta do mês anterior.

A indústria química possui o terceiro maior peso no cálculo do IPP, 8,02% em julho, com isso, mesmo não apresentado as variações setoriais mais expressivas, a atividade exerceu a segunda influência mais intensa no acumulado no ano do índice geral (0,66 p.p.) e terceira no acumulado em 12 meses (0,85 p.p.).

Metalurgia: em julho, a variação de preços da atividade foi de 4,47% em relação ao mês anterior, sendo a alta mais intensa desde abril de 2022 (6,23%) e atingindo o oitavo resultado positivo consecutivo neste indicador. Com isso, nos sete primeiros meses de 2024, a atividade acumulou uma alta de 15,53%. Além disso, no indicador acumulado em 12 meses, a atividade chegou ao segundo mês no campo positivo, após uma série de 22 resultados negativos seguidos, entre agosto de 2022 e maio de 2024, com os preços em julho de 2024 estando, em média, 9,57% maiores que os de julho de 2023.

Dentre as 24 atividades pesquisadas, o setor foi destaque em todos os tipos de comparação, sendo a variação mais intensa e a segunda maior influência (0,28 p.p. em 1,58%) na variação de julho frente a junho; a maior variação e maior influência (0,91 p.p. em 4,18%) no acumulado no ano; e a quarta maior influência (0,60 p.p. em 6,63%) no acumulado em 12 meses.

O grupo de metais não ferrosos pautou tanto o resultado do mês quanto os resultados dos indicadores de mais longo prazo. Suas variações costumam estar ligadas às cotações das bolsas internacionais e têm sido impactadas, principalmente, por variações da cotação do alumínio e do ouro. E vale lembrar também da importância da taxa de câmbio para explicar o resultado do setor: em julho, o dólar apresentou uma valorização de 2,8% frente ao real e já acumula uma alta de 13,2% em 2024 e de 15,4% nos últimos 12 meses.

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