As enchentes no Rio Grande do Sul, provocadas por chuvas intensas nos primeiros dias de maio deste ano, trouxeram consequências significativas para o setor de seguros no Brasil.
O impacto direto no lucro das três principais seguradoras listadas, BB Seguridade (BOV:BBSE3), Caixa Seguridade (BOV:CXSE3) e Porto (BOV:PSSA3), foi de R$ 122 milhões, abaixo do esperado inicialmente.
Nesse contexto, o Bradesco BBI optou por manter recomendação neutra para Porto, elevando para 2025 de R$ 35,00 para R$ 37,00, implicando potencial de alta de 12%, após incorporar estimativas atualizadas.
O BBI explica que sua recomendação reflete basicamente a desaceleração do crescimento no segmento de automóveis em 2024, após forte expansão em 2022 e 2023, o que deve compensar a expansão significativa dos negócios de crédito (Porto Bank) e saúde (Porto Saúde).
Além disso, o banco ressalta que os resultados financeiros respondem por uma parte significativa dos resultados da empresa, em grande parte atribuíveis a uma taxa Selic mais alta, sendo refletida na receita de investimentos.
Sendo assim, como as taxas de juros devem permanecer mais altas por mais tempo, o BBI enxerga um vento favorável para os resultados financeiros. Com isso, projeta um lucro líquido de R$ 2,5 bilhões para 2024 (3,5% acima do consenso) e R$ 2,6 bilhões para 2025 (4,7% acima do consenso), com um crescimento anual composto do lucro esperado entre 2024 e 2026 de 6,6% e um dividend yield (rendimento de dividendo) de 6,8% para 2025.
Em termos de avaliação, segundo BBI, a ação da Porto está sendo negociada a 8,4 vezes o múltiplo Preço/Lucro esperado para os próximos 12 meses, 16% abaixo de sua média histórica de 10,1 vezes.
Apesar da avaliação atrativa, o BBI reiterou preferência por Caixa Seguridade entre as seguradoras, com base em um crescimento de lucros maior de aproximadamente 10% (contra BBSE3 e PSSA3 em torno de 6%), menos volatilidade do acordo de distribuição de corretagem e um forte rendimento de dividendos de aproximadamente 10%.
Já o BTG comenta que após os resultados do 2T24, reunião com administração da Porto, e com todos os impactos negativos do RS já contabilizados, enxerga uma perspectiva um pouco mais positiva para o companhia à frente, o que os levou a reiterar a compra no ativo e elevar preço-alvo para R$ 39.
Para os próximos trimestres, com taxa média selic mais elevada, concorrência ainda racional no curto prazo e crescimento constante nos demais negócios, o BTG acredita que o segundo trimestre será mais forte que o primeiro.
Segundo projeções do BTG, o lucro deve atingir a faixa de R$ 2,63 bilhões em 2024 e R$ 2,7 bilhões em 2025, 6,5% e 6% à frente do consenso, respectivamente, o que significa que PSSA3 ainda é negociado em um “modesto” 8,2 vezes P/L 2024 e 7,9 vezes P/L 2025, múltiplos atraentes considerando sua natureza “defensiva” e impulso aprimorado.