O Ibovespa encerrou em queda o pregão desta terça-feira, pressionado pelos papéis de Vale e Petrobras, com temor de desaceleração global que pesou sobre as commodities e levou o petróleo a mínimas em anos. Em Wall Street, os índices acionários fecharam mistos, às vésperas da divulgação da inflação de preços ao consumidor de agosto.
O índice Bovespa fechou em retração de 0,31%, aos 134.319 pontos. O volume ficou em R$ 18,9 bilhões, abaixo da média de 50 pregões. Os juros futuros encerraram a sessão em alta de até 2,5 pontos-base.
O dólar à vista fechou em forte alta de 1,32% a R$5,6552 enquanto o índice Dólar DXY, que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de divisas, operava ao fim da tarde em leve alta de 0,01%, aos 101,61 pontos. Ao fim da tarde, o real liderava as perdas ante o dólar em uma cesta de 23 divisas observada pela Mover.
No cenário local, investidores reagiram ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, que registrou deflação de 0,02% na base mensal, abaixo do consenso, que projetava alta de 0,01%, e mostrando uma queda em relação aos 0,38% de julho. Essa é a primeira taxa negativa desde junho de 2023.
Na leitura anual, o IPCA avançou 4,24%, abaixo do consenso de 4,30%, desacelerando ritmo de alta observado em julho, de 4,50%, teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Seis de nove grupos registraram alta em agosto. Transportes permaneceu inalterado. Habitação, seguido por Alimentação e bebidas, estiveram entre os grupos negativos.
Após os dados do IPCA, opções digitais do Comitê de Política Monetária negociadas na B3 diminuíram as apostas em alta de 50 pontos-base na Selic, consolidando uma alta de 25 pbs na próxima reunião.
De acordo com o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otavio Leal, o resultado do IPCA é “bom” por qualquer ponto de vista, embora traga pontos de atenção, como a leitura acumulada de serviços subjacentes avançando em 12 meses até agosto a 5,06%, ante 4,91%. Ele antevê alta de juro de 25 pbs em setembro.
Na esteira de revisões de grandes bancos estrangeiros sobre a política monetária no Brasil, o Goldman Sachs também passou a projetar uma alta de 25 pontos-base da Selic em setembro, e depois altas de 50 pbs e 25 pbs em novembro e dezembro, respectivamente, de acordo com relatório desta terça assinado pelo economista-chefe para a América Latina, Alberto Ramos.
O Goldman antevê a taxa básica de juro alcançando 11,50% ao fim de 2024, diante de uma economia “sobreaquecida”, com o hiato do Produto Interno Bruto (PIB) encontrando-se em terreno positivo, e rodando acima do potencial. O Goldman também citou uma desancoragem persistente das expectativas de preços em meio ao atual nível nominal de juro, de 10,5%, apenas “levemente restritivo”.
Os principais índices acionários de Wall Street fecharam a sessão sem direção definida, com o setor financeiro e de energia se destacando entre as maiores quedas, enquanto investidores calibravam expectativas para dados de inflação que serão divulgados amanhã.
Os índices S&P500 e Nasdaq 100 encerraram em alta de 0,45% e 0,84%, respectivamente, enquanto o Dow Jones recuou 0,23%. As Treasuries yields de dois e dez anos recuavam 6,7 pbs, 5,8 pbs a 3,604% e 3,644%, na sequência.
Nos mercados acionários, as ações ligadas ao petróleo como Exxon Mobil e Chevron sofreram por conta do forte recuo da commodity. O Índice de Energia (XLE) caiu 1,72%, na maior queda entre os índices setoriais do S&P500.
As ações do setor bancário também sofreram na sessão de hoje, após o presidente e diretor de operações do JPMorgan, Daniel Pinto, dizer que as previsões dos analistas para a receita líquida de juros (NII) da companhia estavam “excessivamente otimistas e que o ano que vem será um pouco mais desafiador”.
As ações do JPMorgan arrefeceram trajetória de queda na NYSE, recuando 5,19%, embora tenham chegado a tombar mais de 8%, maior queda intradiária desde junho de 2020. Ações do Goldman Sachs e do Citigroup também estiveram entre as principais perdas financeiras no dia, recuando 4,39% e 2,67%, respectivamente.
Mais tarde, investidores estarão atentos ao debate entre os candidatos presidenciais Donald Trump, dos Republicanos, e Kamala Harris, dos Democratas, na noite desta terça, na ABC News, às 22h00 (horário Brasil).
“Precisamos ver o que realmente ocorrerá e o que terá a possibilidade de impactar os mercados. Observaremos temas como tarifas, política comercial e impostos”, afirmou a chefe global de estratégia de investimento do JPMorgan Private Bank, Grace Peters, à Bloomberg TV.
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Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/09/2024 | -0,81% | 134.906,07 | R$ 13,9 bilhões |
03/09/2024 | -0,41% | 134.353,48 | R$ 22,3 bilhões |
04/09/2024 | 1,31% | 136.110,73 | R$ 21,7 bilhões |
05/09/2024 | 0,29% | 136.502,49 | R$ 18 bilhões |
06/09/2024 | -1,41% | 134.572,45 | R$ 17,8 bilhões |
09/09/2024 | 0,12% | 134.737,21 | R$ 15,9 bilhões |
10/09/2024 | -0,31% | 134.319,58 | R$ 18,9 bilhões |
DESTAQUES DO IBOVESPA – (pregão à vista)
- ALTAS IBOVESPA
AZUL4: +3,93% a R$ 4,23
VIVA3: +3,64% a R$ 28,49
MULT3: +3,01% a R$ 26,68
AZZA3: +2,00% a R$ 47,43
KLBN11: +1,94% R$ 22,06
- BAIXAS IBOVESPA
PETZ3: -4,54% a R$ 4,63
UGPA3: -3,28% a R$ 23,01
ASAI3: −3,03% a R$ 8,97
BRKM5: −2,98% a R$ 17,57
RAIZ4: −2,33% a R$ 2,93
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Americanas (AMER3)
A Americanas, em recuperação judicial, informou a conclusão da venda das ações ordinárias e bônus de subscrição formados a partir do agrupamento das frações resultantes do grupamento da totalidade das ações ordinárias e bônus de subscrição de emissão da companhia, conforme aprovado em assembleia geral extraordinária em maio. Saiba mais…
Azul (AZUL4)
A Azul informou que estima uma receita de R$ 20 bilhões em 2024, “resultado impulsionado pelo ambiente de demanda saudável, receitas auxiliares robustas e o crescimento das unidades de negócios”, explicou a aérea. Saiba mais…
Bmg (BMGB4)
A agência de classificação de risco Moody’s Local afirmou os ratings de emissor e de depósito bancário de longo prazo do Banco Bmg em A-.br e afirmou o rating de depósito de curto prazo em ML A-2.br. Saiba mais…
Copel (CPLE6)
A Copel informou que tomou posse Márcia Baena no cargo de diretora de gente e gestão. Saiba mais…
Cury (CURY3)
A Cury informou o encerramento do programa de recompra de ações da Companhia, cuja criação havia sido aprovada em 23 de fevereiro de 2023. Saiba mais…
Dasa (DASA3)
O Conselho de Administração da Dasa aprovou um aumento de capital, por meio da emissão privada de novas ações ordinárias de emissão da Companhia, no valor de, no mínimo, R$ 1.500.000.000,00 e, no máximo, R$ 1.903.451.437,91. Saiba mais…
Localiza (RENT3)
O conselho de administração da Localiza aprovou a captação de até US$ 300 milhões (loan) pela companhia junto ao International Finance Corporation (IFC), de acordo com a ata da reunião divulgada pela empresa de aluguel de veículos e gestão de frotas. Saiba mais…
Petrobras (PETR4) e Gerdau (GGBR4)
A Petrobras firmou Memorando de Entendimento (MoU) com a Gerdau visando avaliar oportunidades comerciais e potenciais parcerias em projetos de descarbonização; combustíveis de baixo carbono; hidrogênio e seus produtos; captura, transporte e armazenamento de carbono (CCUS); além de projetos de P&D relativos à integridade de materiais em ambiente marítimo e de produção de aço via “redução direta” a gás natural. Saiba mais…
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras informou nesta manhã o resultado da oferta de recompra de títulos conduzida pela subsidiária Petrobras Global Finance. Saiba mais…
Dezesseis anos após sua construção ter sido anunciada pelo presidente Lula, o antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), hoje Gaslub, vai iniciar a primeira operação comercial com o processamento de gás natural vindo do pré-sal no próximo dia 11. O projeto agora é uma versão que une a produção de gás natural e lubrificantes. Saiba mais…
A Petrobras atingiu um novo recorde no processamento de petróleo do Pré-Sal em suas refinarias em agosto, alcançando 76% da carga, superando o recorde anterior de 73% registrado em junho de 2023. Saiba mais…
Rumo (RAIL3)
O volume transportado pela Rumo somou 7,384 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) em agosto de 2024, alta de 5,49% na comparação com o mesmo mês de 2023 e avanço de 7,45% em relação ao mês anterior. Saiba mais…
Santander (SANB11)
O Santander decidiu exercer a opção de compra integral do instrumento de dívida emitido em 2018, que atualmente integra o Capital de Nível I do Patrimônio de Referência (PR) do banco. Saiba mais…
São Martinho (SMTO3)
O Conselho de Administração da São Martinho aprovaram por unanimidade o voto favorável a ser proferido na Assembleia Geral da controlada São Martinho Terras Imobiliárias (SMTI), para aprovar a venda de uma gleba de terras de aproximadamente 40.000 m². Saiba mais…
Usiminas (USIM5)
A Usiminas iniciou uma oferta pública de aquisição em dinheiro (Tender Offer) no mercado externo de até US$ 285 milhões em valor principal agregado (sujeito a aumento ou diminuição pela Companhia, a seu exclusivo critério, Valor Máximo de Aquisição) de 5,875% títulos de dívida em circulação com vencimento em 2026 (Notes), emitidos pela Usiminas International S.à r.l., uma sociedade de responsabilidade limitada (société à responsabilité limitée) constituída de acordo com as leis do Luxemburgo. Saiba mais…
(Com informações da TC Mover e Momento B3)