A Serena Energia reportou lucro líquido ajustado de R$ 46,6 milhões no terceiro trimestre, uma retração de 55% na comparação com igual etapa do ano passado.
As receitas da companhia do setor de energia chegaram a R$ 1,06 bilhão, alta de 22% sobre o mesmo período de 2023.
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O ebitda da companhia no 3T24 foi de R$ 504 milhões no período, uma alta de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem ebitda apresentou uma queda de 4,5 p.p., alcançando os 72,6%.
De acordo com o comunicado ao mercado, a Serena obteve um lucro bruto de energia de R$ 683 milhões no período em questão, uma alta de 25%.
A produção de energia no terceiro trimestre ficou em, 3,04 gigawatt-hora (GWh), alta de 19% no ano. A capacidade instalada operacional da Serena foi de 2,76 megawatts (MW), alta de 27% no mesmo período.
Já a dívida líquida da companhia ficou em R$ 8,7 bilhões no 3T24, uma alta de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A posição de caixa apresentou ganhos de 81%, ficando em R$ 1,8 bilhão.
Os resultados da Serena Energia (BOV:SRNA3) referentes às suas operações do terceiro trimestre de 2024 foram divulgados no dia 05/11/2024.
VISÃO DO MERCADO
A Serena divulgou seus números trimestrais na véspera, com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 472 milhões em linha com as estimativas do BBA, principalmente devido à entrada em operação de novos ativos em geração centralizada (Assuruá 5 e Goodnight 1) e distribuída de energia. Às 12h07, o papel da companhia elétrica caía 6,07%, a R$ 7,27.
O lucro líquido ajustado, por sua vez, atingiu R$ 46,6 milhões no terceiro trimestre, uma retração de 55% na comparação com igual etapa do ano passado.
Para a XP, os resultados foram resilientes no 3T24, apesar da geração de energia abaixo das expectativas. A produção de energia aumentou 19% ano a ano, com novos ativos entrando em operação, embora a produção dos mesmos ativos tenha reduzido quase 4% ante o 3T23.
“Apesar desses desafios, o Ebitda ajustado ficou 8% acima de nossa estimativa, principalmente explicado por um lucro bruto melhor do que o esperado (+9% vs XPe). Acreditamos que a empresa está sendo negociada com um valuation descontado e, à medida que a empresa reduz sua alavancagem, deverá atrair mais atenção dos investidores”, aponta.
De acordo com a Serena, o resultado ficou abaixo das expectativas principalmente devido a recursos mais fracos (8,5% abaixo no acumulado do ano), atrasos
de conexão por parte das distribuidoras dos novos projetos de geração distribuída (0,8% da nossa produção consolidada), preços spot mais baixos do que o esperado no Texas devido a temperaturas mais amenas na região, e incidência anômala de curtailment (2,6% no portfólio total).
Já a alavancagem permaneceu estável no trimestre, atingindo 4,9 vezes Dívida Líquida/Ebitda, de 4,8 vezes no 2T24 e 6,2 vezes no 3T23. O BBA espera que a empresa continue se desalavancando nos próximos trimestres devido ao seu portfólio altamente contratado, que é um dos menos expostos a flutuações de preço de energia de curto prazo sob cobertura do banco.
O BBA comenta ainda que o principal gatilho para a Serena continua sendo seu braço de negócios nos EUA. A Serena reiterou sua meta de diversificar tanto sua base de ativos quanto sua estrutura de capital como uma forte possibilidade para o futuro próximo.
Por fim, o Itaú BBA reiterou recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 14,55, pois vê um retorno muito atraente após a desvalorização de 21% no acumualdo do ano.
Já o Santander disse que os resultados foram levemente melhores que suas estimativas, com Ebitda ajustado (excluindo participação acionária e efeitos não recorrentes) 3,5% acima da sua projeção (+32,8% na comparação anual).
O lucro bruto ajustado ficou estável em relação à estimativa do Santander (+0,7%), devido à contribuição dos projetos Assuruá 5, Goodnight 1 e geração distribuída, mas parcialmente compensado por (i) maiores níveis de curtailment (5,6% da produção); (ii) desempenho mais fraco no trading; e (iii) pior mix de portfólio de energia. Por outro lado, os custos controláveis foram 7,5% menores que o previsto.
O Santander ainda destacou que o índice Dívida líquida/Ebitda pro forma atingiu 2,8 vezes (comparável ao limite de 4,5 vezes dos covenants). O lucro líquido foi 316% maior (+R$ 29 milhões) em relação à estimativa do Santander, refletindo principalmente os impactos não recorrentes mencionados.