A Honda (NYSE:HMC) e a Nissan Motor estão em discussões em estágio avançado para uma possível fusão que poderia criar a terceira maior montadora do mundo, com produção anual de 7,4 milhões de veículos. As ações da Nissan (TG:NISA) estão em alta de 15,3%.
As ações da Honda abriram em queda de cerca de 3% nas negociações de quarta-feira em Nova Iorque. A Honda também é negociada na B3 através da BDR (BOV:HOND34).
A aliança pode fortalecer as empresas diante da crescente competição global e das pressões de eletrificação, especialmente da Tesla e fabricantes chineses como a BYD. A fusão também inclui a Mitsubishi, parceira histórica da Nissan, ampliando ainda mais o impacto estratégico.
A Nissan enfrenta dificuldades desde a saída turbulenta de Carlos Ghosn. Apesar de fabricar um número semelhante de carros, a Honda possui um valor de mercado quatro vezes maior, o que lhe confere vantagem nas negociações. O acordo, previsto para ser anunciado em breve, pode envolver a criação de uma holding para gerenciar as operações combinadas.
A Renault, que detém 36% da Nissan, declarou estar aberta ao diálogo, mas acompanhará de perto os desdobramentos, já que a fusão pode afastá-la da crise enfrentada pela parceira japonesa.
A Honda e a Nissan também estão considerando formas de colaboração tecnológica que acelerem o desenvolvimento de veículos elétricos e híbridos, áreas estratégicas para ambas.
Um dos principais impulsionadores da urgência nas negociações foi a abordagem da Foxconn, que manifestou interesse em adquirir participação na Nissan. Temendo vulnerabilidades, a Honda e a Nissan intensificaram os esforços para consolidar suas operações. A Foxconn tem expandido sua atuação em veículos elétricos, mas a proposta foi rejeitada pela Nissan, que prefere focar em uma aliança doméstica robusta.
A fusão também criaria um segundo eixo de força no setor automobilístico japonês, rivalizando diretamente com a Toyota, que domina o mercado global. Analistas apontam que essa consolidação é necessária para enfrentar os desafios impostos pela mudança para veículos elétricos e o aumento da concorrência internacional. No entanto, as diferenças culturais e operacionais entre Honda e Nissan podem apresentar obstáculos no processo de integração.
Se concretizada, especialistas acreditam que o sucesso dessa fusão dependerá de como as empresas alinharão suas culturas e estratégias corporativas. Apesar dos desafios, a fusão é vista como um passo necessário no mercado automotivo, que passa por uma grande transformação.