O Ibovespa reverteu o desempenho positivo da véspera, e encerrou o pregão desta sexta-feira em queda, com investidores pressionando os vértices da curva de juros e o câmbio pela insatisfação com um pacote de contenção de gastos do governo, considerado insuficiente e que ainda enfrenta resistências no Congresso. Nos Estados Unidos, apostas para corte de 25 pontos-base pelo Federal Reserve consolidaram-se após dados do Payroll de novembro.
O índice Bovespa terminou com queda de 1,50%, aos 125.945 pontos. O volume ficou em R$ 23,3 bilhões, considerado mediano. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 0,22%.
Os vértices da curva de juros tiveram alta superior a 30 pontos-base ao longo da sessão, pressionados por incertezas acerca do pacote de contenção de gastos. Mais cedo, veículos locais apontaram para resistências, por parte do Congresso, à aprovação das medidas. Economistas do mercado citam risco de aprovação de um pacote “mais tímido” que a versão original apresentada pelo governo.
Ao fim da tarde, o dólar futuro operava em firme alta de 1,55%, a R$6,103, próximo da máxima intradiária da sessão. Em cesta de 23 divisas vista pela Mover, o real tinha a pior performance ante a moeda americana na sessão. Na semana, o dólar futuro caminha para alta superior a 1,74%, em período em que agentes de mercado e autoridades do Fed discutiram potencial encurtamento do ciclo de alívio monetário pelo Federal Reserve.
Às vésperas da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, na próxima semana, operadores avaliam potencial aceleração do ritmo de alta na reunião a até 100 pontos-base, dada desancoragem contínua das expectativas inflacionárias e câmbio depreciado. O Copom reúne-se em 10 e 11 de dezembro para decisão monetária – a última a ser presidida por Roberto Campos Neto.
No noticiário corporativo, o Goldman Sachs rebaixou os papéis ON do Banco do Brasil a “neutro”, com preço-alvo de R$26,0, elevando B3 para “compra”, a R$12,00. Papéis do BB estiveram entre aqueles que mais desidrataram o Ibovespa na sessão, enquanto B3 ficou entre destaques positivos. A Moody’s elevou o rating de Embraer a “Baa3”, considerado grau de investimento.
Entre os papéis que mais retiraram pontos do Ibovespa, estiveram as ON de Vale, PN de Itaú e Petrobras, que recuaram 1,71%, 2,04% e 1,54%, respectivamente.
No mercado de commodities, os futuros do petróleo Brent para fevereiro de 2025 operavam em queda de 1,44%, aos US$71,05 por barril, com analistas continuando a precificar um superávit de oferta em 2025, apesar da decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), na véspera, de adiar os aumentos planejados de oferta e estender os cortes na produção até o final de 2026.
Mais cedo, Barron’s avaliou, em publicação, que petroleiras norte-americanas têm priorizado fluxo de caixa a produzir mais, citando cortes em investimentos para 2025, dado perspectivas negativas para os preços da commodity adiante. A Chevron reduziu em cerca de US$2,0 bilhões o CAPEX para 2025 ante 2024, de acordo com a publicação.
Os preços futuros do minério de ferro caíram 0,93% na última madrugada em Dalian, em meio a altos estoques portuários, bem como uma queda das margens da produção de aço na China, pressionando os papéis da Vale na sessão.
As bolsas em Wall Street fecharam mistas, com o Nasdaq 100 e S&P500 renovando máximas, impulsionados por tecnológicas, e após dados do mercado de trabalho virem acima do consenso – embora muito se deva ao retorno de trabalhadores após greves e disrupções ocasionadas por furacões nos EUA, em outubro. Operadores consolidaram apostas de um corte de 25 pontos-base pelo Fed em Novembro.
O Dow Jones recuou 0,28%, enquanto o Nasdaq 100 e o S&P500 avançaram 0,92% e 0,25%, respectivamente – renovando máximas recordes. Na semana, o Dow Jones acumulou queda de 0,60%, enquanto o Nasdaq 100 e o S&P500 avançaram 3,31% e 0,96%, respectivamente. As Treasuries yields de dois e dez anos recuavam 4,8 pbs e 2,5 pbs, a 4,098% e 4,153%, respectivamente, na sessão.
Os EUA reportaram geração líquida de 227 mil postos de trabalho em novembro – acima do consenso, de 200 mil postos de trabalho – de acordo com dados do do Bureau of Labor Statistics. O Departamento também revisou a geração líquida de postos de trabalho, em outubro, a 36 mil, ante 12 mil.
A Barron’s avaliou, no entanto, que os EUA reportaram geração líquida média de 132 mil postos de trabalho no quarto trimestre até o momento, denotando uma “desaceleração notável” ante a média de 186 mil postos de trabalho criados em 2023. A leitura reforça apostas para um corte de juro pelo Fed neste mês. Derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange projetavam, ao fim do dia, 85,1% de chances de corte de 25 pbs, para o intervalo entre 4,25% e 4,50%, na decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 18 de dezembro.
Nos mercados acionários, papéis de tecnologia estiveram entre as principais altas da sessão, com Tesla avançando 5,34%, a US$389,2. De acordo com a Barron’s, um engenheiro da companhia afirmou, na quarta-feira, que o Cybercab, robotaxi da Tesla, terá metade dos componentes oriundos do Model 3, denotando um menor custo de produção para a montadora de Elon Musk. As vendas estão previstas para 2026.
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Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/12/2024 | -0,34% | 125.235,54 | R$ 24,4 bilhões |
03/12/2024 | 0,72% | 126.139,20 | R$ 21,7 bilhões |
04/12/2024 | -0,04% | 126.087,02 | R$ 22,0 bilhões |
05/12/2024 | 1,40% | 127.857,58 | R$ 22,9 bilhões |
06/12/2024 | -1,50% | 125.945,67 | R$ 23,3 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
Dexxos (DEXP3)
A Dexxos assinou contratos com a Petrobras para o fornecimento de tubos de aço destinados a campos onshore de petróleo e gás para os próximos 36 meses, com possibilidade de extensão de até 60 meses. Saiba mais…
Equatorial (EQTL3)
A Equatorial anunciou a conclusão da alienação de 100% das ações da Equatorial Transmissora 7 SPE S.A. (Equatorial SPE 7) para a Infraestrutura e Energia Brasil. Saiba mais…
Hapvida (HAPV3)
A Hapvida fechou contrato de locação de imóvel com construção ajustada, também conhecido como “built to suit”, com o Fundo Minas FIM para a construção de um hospital na cidade de São Paulo que se chamará Hospital Ibirapuera. Saiba mais…
Log CP (LOGG3)
A Log Commercial Properties concluiu a venda dos empreendimentos LOG Fortaleza III e LOG Viana II para o fundo de investimento imobiliário BTG Pactual LOGCP FII, ligado ao banco BTG Pactual. Saiba mais…
Marcopolo (POMO3/POMO4)
A Marcopolo informou, no Investidor Day realizado na quinta-feira (5), que suas operações internacionais já representam 33% da receita acumulada até setembro deste ano, com destaque para os mercados da África do Sul, Argentina e Austrália. A empresa disse que aposta na eletrificação de frotas e no mercado de motorhomes como pilares de crescimento, mas reconheceu que enfrenta altos custos de ônibus elétricos e limitações estruturais no Brasil. Saiba mais…
MRV (MRVE3)
A MRV&Co anunciou nova estratégia para a Resia, sua subsidiária nos Estados Unidos, visando simplificar suas operações, estrutura organizacional e financeira, além de acelerar a desalavancagem do grupo. Saiba mais…
Petrobras (PETR3/PETR4)
A Petrobras reduziu em mais de US$ 1 bilhão os investimentos previstos para descomissionamento de plataformas de óleo e gás no período do plano estratégico de 2025 a 2029, ante o volume previsto no planejamento anterior, enquanto estuda revitalizar parte de suas unidades que já não produzem mais. Saiba mais…
Sabesp (SBSP3)
O governo de São Paulo e a Sabesp confirmaram o investimento de R$ 15 bilhões em obras de saneamento, conforme antecipado pelo Broadcast. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o CEO da Sabesp, Carlos Piani, anunciarão o pacote nesta sexta-feira, 6, às 15 horas, no Parque Novo Mundo, conforme comunicado. Saiba mais…
Sequoia (SEQL3)
A Sequoia Logística e Transportes celebrou contrato para venda da sua logtech. Saiba mais…
Taesa (TAEE11)
A Taesa divulgou que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emitiu o Termo de Liberação referente à parte das instalações de Colinas, no âmbito do reforço autorizado no empreendimento Novatrans Transmissora de Energia. Saiba mais…
(Com informações da TCMover e Momento B3)