A Moderna (NASDAQ:MRNA), conhecida pela vacina de mRNA Spikevax contra a Covid-19, atualizou seu panorama financeiro e projeta queda expressiva na receita de 2025, estimando entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhões, muito abaixo das previsões anteriores e do consenso de mercado.

O comunicado elevou o receio entre investidores sobre as perspectivas futuras da empresa, com as ações negociadas em Nova Iorque fechando em queda de 19,30% na segunda-feira, 13 de janeiro de 2025.

As BDRs da Moderna, que são negociadas na B3 através do ticker (BOV:M1RN34), fecharam em baixa de 18,50%.

Além do corte nas perspectivas, a companhia comunicou que encerrará 2025 com cerca de US$ 6 bilhões em caixa e investimentos, uma redução notável em relação aos US$ 9,5 bilhões de 2024.

Para enfrentar esse cenário, a Moderna anunciou um plano ampliado de corte de custos, com economia de US$ 1 bilhão em 2024 e mais US$ 500 milhões previstos para 2025. Esses ajustes visam compensar o ritmo menor de vendas, principalmente em um contexto em que as receitas advindas das vacinas sazonais contra a Covid-19 tendem a se concentrar no segundo semestre de cada ano.

A pouca contribuição da vacina mResvia contra o vírus sincicial respiratório (VSR) também reforça a necessidade de contenção de despesas.

A divulgação de resultados clínicos abaixo do esperado para a vacina experimental contra o citomegalovírus (CMV) intensificou a queda do valor das ações, que atingiram seu nível mais baixo desde abril de 2020.

O Data Safety Monitoring Board concluiu que os dados não foram satisfatórios para encerrar precocemente o estudo de Fase Avançada, o que adiciona incertezas quanto ao potencial do produto no mercado. Analistas temem que, mesmo com resultados finais positivos, a eficácia moderada possa limitar a aceitação da futura vacina.

Os papéis da Moderna perderam mais de 90% em relação à máxima histórica de agosto de 2021. Diante dessa conjuntura, a empresa mantém a estratégia de avançar com pedidos de aprovação para novas vacinas — inclusive uma candidata combinada contra gripe e Covid-19 — na tentativa de recuperar parte do valor de mercado e fortalecer suas bases para além da pandemia.