A BRF registrou lucro líquido de R$ 868 milhões no quarto trimestre de 2024, alta de 15,0% ante igual período de 2023.
A receita líquida no período somou R$ 17,549 bilhões, alta de 21,6% sobre o quarto trimestre de 2023.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF no último trimestre do ano passado avançou para 2,803 bilhões, tendo crescido 47,2% na comparação anual. A margem Ebitda ajustada da BRF foi de 16,0%, ante 13,2% em igual trimestre de 2023.
A companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 0,79 vez, contra 2,01 vezes em igual período do ano anterior. A dívida líquida caiu 12,1%, de R$ 9,415 bilhões no quarto trimestre de 2023 para R$ 8,325 bilhões no último trimestre de 2024.
A BRF comercializou 1,328 milhão de toneladas de produtos de outubro a dezembro do ano passado, um aumento de 5,9% na comparação anual.
No segmento Brasil, a receita operacional líquida foi de R$ 8,567 bilhões, alta de 15,9% em comparação com igual intervalo do ano anterior.
Além disso, o preço médio dos produtos aumentou 3,5%, para R$ 12,74 o quilo.
Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 7,345 bilhões, alta de 18,3% na comparação anual.
Ano passado
Em 2024, a BRF teve receita líquida de R$ 61,4 bilhões, alta de 14% ante 2023. No ano, o lucro líquido foi de R$ 3,7 bilhões, ante um prejuízo de R$ 1,869 bilhão em 2023. O Ebitda ajustado somou R$ 10,5 bilhões, alta de 123% sobre o ano anterior.
No Brasil, o Ebitda cresceu 45,5%, atingindo R$ 4,5 bilhões, e margem de 15,5%, ganho de 4,1 pontos porcentuais em relação a 2023. A receita foi de R$ 28,8 bilhões, alta de 7,4% em comparação a 2023. O resultado, segundo a BRF, foi sustentado pela contínua evolução da execução comercial, que possibilitou o recorde de 327 mil clientes atendidos.
No mercado internacional, a BRF conquistou 84 novas habilitações para exportação, acumulando o total de 175 desde 2022. No ano, o Ebitda foi de R$ 5,7 bilhões. A receita registrada foi de R$ 28,2 bilhões, aumento de 15,6% em comparação a 2023.
“Em 2024, avançamos de forma consistente, atingindo excelentes patamares operacionais, contribuindo para a melhor geração de caixa de nossa trajetória, com R$ 6,5 bilhões no ano”, destacou o vice-presidente de finanças e relações com investidores da BRF, Fábio Mariano, em entrevista coletiva.
Desafios com milho e gripe aviária
Em coletiva com jornalistas, a gestão da companhia destacou as visões e perspectivas sobre preços de commodities.
A alta do milho foi muito equilibrada, em relação ao farelo e à soja, ficando compatível com o observado nos trimestres anteriores. “A gente prepara uma estratégia com foco no que acontece tanto no Brasil quanto no mundo em termos de consumo de grãos. Fizemos compra significativa e estocamos milho, porque enxergávamos fatores que poderiam afetar”, afirmou Leonardo Dallorto, vice-presidente de Mercado Internacional e Planejamento da BRF. “Conseguimos ter uma compra e um custo bem eficiente para a companhia”, diz, mesmo com cenário mais complicado para preços de grãos.
A companhia destacou que, mesmo com casos presentes de gripe aviária, tem havido equilíbrio entre oferta e demanda. Outro ponto relevante foi o avanço brasileiro no tema, o que mitiga o risco nacional em uma crise da natureza. “Temos bastante segurança de que todo o sistema do Brasil tem funcionado de forma bastante assertiva. Eu diria que, hoje, o Brasil está muito melhor preparado para lidar com isso do que um ano atrás”, afirma Fábio Duarte Stumpf é o vice-presidente de Agro e Qualidade da BRF
Consumo brasileiro vai bem, obrigado
O consumo brasileiro, de acordo com a BRF, segue resiliente e crescente. “No caso da BRF, toda a categoria de processados e toda a fortaleza de nossas marcas se fazem sentir e conseguimos ir bem no mercado brasileiro”, afirma Miguel Gularte. “Consequentemente, você vê um aumento no poder de compra e o pleno emprego se fazendo sentir”.
“Continuamos nosso trabalho de inovação, trazendo novos produtos em todas as categorias. As marcas que sempre foram líderes estão mais saudáveis do que nunca”, diz Marcel Sacco, diretor vice-presidente de marketing e novos sócios. Em sua visão, há um conjunto de alavancas que permite que a companhia aproveite bem o momento destacado por Gularte.
No mercado internacional, o Sudeste asiático, em especial as Filipinas, apresentou crescimento. Além disso, o México também teve crescimento importante. Dentre os países citados por Leonardo Campo Dallorto, diretor vice-presidente de mercado internacional e planejamento, estão também Japão e China. A ampliação de presença em outros países impulsiona a estratégia da companhia, para que haja menos concentração e, por consequência, menos risco caso algum mercado não performe bem em algum momento.
A visão internacional é de que a população deve crescer nos próximos anos, em especial em países que já contam com a presença da companhia.
Os resultados da BRF (BOV:BRFS3) referente suas operações do quarto trimestre de 2024 foram divulgados no dia 26/02/2025.