Ibovespa encerra em alta, impulsionado por blue chips financeiras, queda nos juros e no dólar após inflação abaixo do esperado, com Haddad reforçando a agenda fiscal

O Ibovespa fechou em alta no pregão desta terça-feira, recuperando parte das perdas da véspera, com uma descompressão ao longo da curva de juros e do dólar após dados de inflação abaixo das expectativas, e com ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendendo que ‘agenda fiscal não pode perder ímpeto’, em evento do BTG.

O Índice Ibovespa encerrou com avanço de 0,46%, aos 125.983 Pontos. O volume de negociação da sessão foi de R$ 21,6 bilhões, considerado mediano em relação a média dos últimos 50 pregões, de R$ 16,1 bilhões.

Os vértices da curva de juros encerraram em queda de até 10 pontos-base, com ênfase na cauda curta. A curva de juros reagiu ao leilão de titulos pós-fixados do Tesouro, que vendeu todos os lotes de 2,15 mi NTN-B e 900 mil LFT.

De acordo com o contribuidor do TC, Alexandre Cabral, o resultado do leilão apresentou “uma bela melhorada”, mas ainda é ruim. “Tivemos a menor taxa do ano para os 3 vencimentos de NTN-B, mas ainda estão próximas ou levemente menores do que a marcação a mercado”.

“O Tesouro Nacional aproveitou a calmaria do mercado e emitiu uma quantidade grande de títulos, foi o maior volume do ano para esses vencimentos”, completou Cabral.

Ao final da tarde,  dólar futuro operava em queda de 0,45%, cotado a R$5,756, em linha com o índice Dólar

Mais cedo, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou variação de 1,23% em fevereiro, abaixo das expectativas de avanço de 1,34%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,34% e, nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,96%.

De acordo com o IBGE, dos nove grupos pesquisados, Habitação teve o maior impacto no índice do mês, e Educação apresentou a maior variação. No grupo Habitação, a energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto positivo, após queda observada em janeiro, em função do bônus de Itaipu.

O mercado voltou tambem as atenções ao longo do dia para declarações de importantes figuras da indústria, como gestores de grandes assets e nomes do governo, durante o evento BTG Pactual CEO Conference 2025.

O chairman do BTG, Andre Esteves, começou o evento elogiando o ministro da Fazenda, Haddad, pedindo apoio do mercado à “batalha pelo bom senso” conduzida por ele no governo.

Mais tarde, Esteves disse que há sinais de desaquecimento leves, que podem ajudar a conter a pressão inflacionária. Ele avaliou, no entanto, que a política fiscal segue muito frouxa, enquanto a monetária, muito apertada. “É como se estivéssemos dirigindo um carro com um pé no freio e outro no acelerador”. O economista-chefe do BTG, Mansueto Almeida, questionou se governo aceitará a esperada desaceleração da atividade, revelando temor de medidas para aquecer o PIB.

No último painel do dia, três renomados gestores, Luís Stuhlberger, da Verde Asset Management, André Jakurski, sócio fundador da JGP Asset Managemen e Rogério Xavier, cofundador da SPX Capital discutiram sobre a recente queda da popularidade do governo e sobre possível trade eleitoral se desenhando no mercado.

Para Stuhlberger, a queda na aprovação de Lula nas últimas pesquisas é muito relevante e o Brasil deve ver mais medidas populistas do governo no ano que vem, visando impulsionar a popularidade do atual presidente, como por exemplo um aumento no pagamento do programa Bolsa Família.

“Durante o ano eleitoral, o presidente pode testar os limites do mercado introduzindo medidas mais populistas, esperando que não haja uma queda significativa no mercado”, afirmou Stuhlberger

Jakurski espera que um rali eleitoral aconteça, mas avalia que ainda é muito cedo. O sócio fundador da JGP disse que a trajetória da dívida brasileira está piorando e, somada ao juros altos, não vê reversão de cenário com o atual governo.

Por fim, na visão de Xavier, o Brasil não tem uma âncora fiscal e a inflação brasileira nunca será resolvida se o déficit não for encarado definitivamente. “O problema não é o atual governo, temos um ‘câncer’ no país que é o Congresso Nacional”.

Mais cedo, a pesquisa CNT/MDA mostrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a ter uma avaliação negativa maior do que a positiva. De acordo com o levantamento, encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) ao instituto MDA, 44% dos entrevistados têm avaliação negativa do governo, ante 31% na pesquisa anterior, realizada em novembro.

Aqueles que avaliam a gestão positivamente são 29%, ante 35%, e os que têm avaliação regular somam 26%, ante 32%.

No noticiário corporativo, mercado reagiu a resultados de empresas incluindo Vibra, Isa Energia, Alpargatas, MRV, Auren e Grupo Mateus. Hoje, no final do dia, expectativa é por balanços de Telefônica, RD Saúde e CBA.

Ao fim da sessão, as principais contribuidoras da sessão foram as PN do Itaú, as ON do Banco do Brasil e da Eletrobras, que subiram 1,01%, 1,51% e 1,48%, respectivamente.

Os papéis PN da Azul, as ON da Magazine Luiza e da LWSA, lideraram entre as altas percentuais, avançando 8,47%, 7,42% e 7,14%, na mesma ordem.

Na ponta negativa, destaque para as ON da MRV, da Hapvida e da Yduqs, que recuaram 4,67%, 4,48% e 4,42%, nesta ordem.

Nos mercados de commodities, os futuros do Brent para entrega em abril recuavam firmemente ao fim do dia 2,23%, a US$73,11 por barril, atingindo uma mínima de dois meses, devido a notícias econômicas fracas dos EUA e da Alemanha, que alimentaram temores de menor demanda por energia, juntamente com sinais de vários países de que a produção de petróleo caminha para aumentar.

Os preços futuros do minério de ferro caíram 2,17% na última madrugada em Dalian, pressionados por uma recuperação nos embarques de minério, com o aumento das taxas e novas legislações sobre as exportações de aço da China pressionando ainda mais o sentimento do mercado.

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1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   3Tentos (TTEN3)

   No quarto trimestre, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 135,9 milhões, queda de 22,6% em relação ao mesmo período de 2023. Saiba mais…

   Alpargatas (ALPA4) 

   A Alpargatas reportou lucro líquido de operações continuadas de R$ 2,1 milhões, após um prejuízo de R$ 1,6 bilhões no mesmo período do ano passado. O lucro líquido ajustado, que desconsidera o efeito de itens extraordinários líquidos de IR, da dona da marca Havaianas somou R$ 28,7 milhões, contra lucro de R$ 4,8 milhões um ano antes. Saiba mais…

   Auren (AURE3) 

   A Auren Energia encerrou 2024 com um prejuízo líquido de R$ 32,6 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 15,6 milhões registrado no ano anterior. Só no quarto trimestre do ano passado, o prejuízo líquido da companhia foi de R$ 363,6 milhões ante um lucro líquido de R$ 220,2 milhões registrado em igual período de 2023. Saiba mais…

   CSN (CSNA3)

   A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição de 70% da Estrela pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O despacho foi publicado no Diário Oficial da União (DOU). Saiba mais…

   Embraer (EMBR3)

   A Embraer vai realizar o resgate integral das notas de sua emissão com remuneração de 5,400% e vencimento em 2027. Saiba mais…

   A Embraer informou que a japonesa ANA Holdings Inc. encomendou 15 jatos E190- E2, com opções para mais cinco aeronaves. Os valores da venda não foram informados. As entregas dos jatos E190-E2 para a ANA têm início previsto para 2028. Saiba mais…

   Engie (EGIE3)

   A Engie Brasil protocolou o pedido de registro de oferta pública de distribuição de 2 milhões de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em duas séries, da 14ª emissão da Companhia. Saiba mais…

   Grupo Mateus (GMAT3) 

   O Grupo Mateus reportou lucro líquido de R$ 388 milhões no quarto trimestre de 2024, mantendo o mesmo resultado do ano anterior. No acumulado de 2024, o lucro foi de R$ 1,36 bilhão, alta de 12,7% na comparação anual. Saiba mais…

   Isa Energia (ISAE3/ISAE4) 

   A Isa Energia (ex-Isa Cteep) reportou lucro líquido regulatório de R$ 810,1 milhões no quarto trimestre de 2024. O resultado é 10% menor do que o registrado um ano antes e foi impactado por uma provisão de contingência para uma ação judicial, no valor de R$ 69,6 milhões. Saiba mais…

   Log-In (LOGN3)

   A Log-In que sua subsidiária TVV – Terminal de Vila Velha celebrou um contrato para a exploração de instalação portuária localizada em retroárea do Porto Organizado de Vitória, no Espírito Santo, pelo prazo de 6 anos, junto à Vports Autoridade Portuária. Saiba mais…

   Marcopolo (POMO3/POMO4)

   A Marcopolo teve alta 17% no lucro líquido do quarto trimestre, a R$318,8 milhões, com uma expansão de mais de 60% no resultado operacional sobre um ano antes, em meio a uma retomada do mercado de transporte no país, apesar do ambiente de elevação de juros, informou a montadora de carrocerias de ônibus. Saiba mais…

   MRV&Co. (MRVE3)

   A MRV&CO reportou um prejuízo líquido consolidado de R$ 249,8 milhões no quarto trimestre de 2024. A perda foi 138% maior do que no mesmo intervalo de 2023, quando houve prejuízo de R$ 104,9 milhões. Saiba mais…

   Tim (TIMS3)

   O Conselho de Administração da Tim aprovou a convocação de sua Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE) para votar sobre a proposta de grupamento da totalidade das ações ordinárias de emissão da companhia, na proporção de 100 ações para 1 ação, e de subsequente desdobramento, de modo que 1 ação grupada passe a corresponder a 100 ações, sem alteração do valor do capital social. Saiba mais…

   Vale (VALE3) 

   A Vale informou que sua subsidiária integral Vale Overseas Limited realizou a captação adicional de US$ 750 milhões (R$ 4,316 bilhões) em valor principal agregado de 6.400% Guaranteed Notes com vencimento em 2054. Saiba mais…

   Vibra Energia (VBBR3) 

   A Vibra reportou lucro líquido de R$ 510 milhões no quarto trimestre de 2024, um resultado 84,5% menor na comparação com o mesmo período de 2023. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)