Com uma baixa acumulada agora de 4,88% no último mês, o preço do Bitcoin (COIN:BTCUSD) registra alta semanal, operando em sua terceira sessão consecutiva de ganhos, sendo cotado a aproximadamente US$ 98.690 nesta sexta-feira (21). Na quarta-feira, o Bitcoin ganhou 1,32%, e na quinta-feira subiu 1,87%.

A máxima diária do Bitcoin chegou a US$ 98.938,40 mil, o que representa sua maior cotação em duas semanas. No par BTC/BRL, o ativo digital gira em torno de R$ 565.260.

A ascensão do preço é animadora, mas especialistas do mercado alertam para a falta de catalisadores de curto prazo que sustentem uma evolução firme rumo aos US$ 100 mil. Analistas do JPMorgan, por exemplo, mencionam a “backwardation”, situação em que o preço à vista fica acima do valor negociado em contratos futuros.

Esse fenômeno, segundo o banco, reflete uma demanda institucional mais fraca, principalmente entre os investidores que recorrem aos futuros regulamentados da CME para se expor ao Bitcoin e ao Ethereum.

Outro ponto de atenção é o vencimento de aproximadamente US$ 2,04 bilhões em opções de Bitcoin e Ethereum. Quando esses contratos expiram, o mercado tende a exibir oscilações acentuadas de preço, pois a chamada “dor máxima” (ponto onde o maior número de opções se torna sem valor) pode puxar as cotações para patamares próximos dos níveis de exercício.

Embora a zona de US$ 99.000 esteja impondo resistência e o baixo volume de negociações reacenda temores de correção, indicadores como o RSI Estocástico semanal apontam para um potencial de alta no médio e longo prazo. Ainda assim, a cautela prevalece: se o Bitcoin perder a faixa de suporte entre US$ 93.700 e US$ 91.000, a pressão vendedora pode aumentar, levando o preço para níveis mais baixos próximos a US$ 88.000 ou até US$ 85.000.

Rafael Bonventi, analista da Bitget, disse que “o nível crítico de suporte a ser observado é 91.340. Enquanto o preço se mantiver acima desse patamar, o cenário de alta segue válido. Caso perca esse suporte, a contagem baixista pode entrar em jogo, abrindo espaço para mais quedas. No lado da alta, a primeira resistência relevante está em 97.700, seguida por uma zona de resistência mais forte entre 98.030 e 98.500, que inclui a máxima estrutural do dia 14 de fevereiro”.

Bonventi afirmou que caso o preço consiga manter acima da faixa de 98K-99K, a tendência de valorização pode se fortalecer. Segundo ele, o mercado ainda está em uma trajetória de alta, mas sem a força esperada, o que pode indicar um movimento mais gradual. Apesar disso, os suportes estão se mantendo, o que continua favorecendo a compra.

“Para confirmar um fundo sólido na onda 2 em círculo, o preço precisa formar um movimento de cinco ondas até 99.350. Além disso, a zona de resistência de Fibonacci entre 97.700 e 99.348 será crucial”.

Ele continuou: “O mercado segue respeitando a contagem altista, mas com a falta de força, o volume indica um rali mais lento, sem o impulso característico de uma terceira onda forte. Ainda assim, os retestes estão segurando, o que reforça o viés comprador. Se o preço romper e sustentar acima da região de 98K-99K, a tendência de alta pode ganhar mais tração”.

A combinação de políticas pró-cripto adiadas e a volatilidade típica dos futuros e opções deve manter o mercado atento, seja para defender posições em um eventual movimento de baixa ou para aproveitar uma onda mais forte de valorização rumo aos US$ 100 mil.

A percepção de que o Bitcoin é um dos ativos digitais mais escassos pode voltar a atrair compradores institucionais, assim que as turbulências no cenário macroeconômico diminuírem.