Os acionistas de referência da Azzas 2154, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, informaram que não há, no momento, qualquer discussão em andamento sobre compra de participação ou sobre cisão ou segregação de negócios da companhia, disse a Azzas.
O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:AZZA3) nesta segunda-feira (18).
Ao serem indagados sobre notícias recentes, Birman e Jatahy disseram que “dialogam constantemente sobre aprimoramento na governança do Azzas 2154” e que “tais conversas podem culminar em eventuais ajustes no acordo de acionistas vigente”, mas que, apesar das interlocuções, não há qualquer negócio celebrado entre eles.
O comunicado vem na esteira de notícia da coluna Pipeline, do jornal Valor, da semana passada, apontando que os executivos, principais acionistas do grupo de varejo de moda, estariam tentando negociar um divórcio, menos de oito meses depois de concluírem a fusão entre suas empresas Arezzo e Soma.
VISÃO DO MERCADO
Após rumores de uma possível ruptura entre seus acionistas de referência, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, pouco mais de 8 meses após a fusão entre Arezzo e Soma, a Azzas 2154 negou qualquer discussão em andamento nesse sentido. Como reação, às 12h35 (horário de Brasília), o papel da companhia subia 1,87%, aos R$ 23,43.
A companhia também informou que há diálogos constantes sobre a governança da empresa e que essas conversas poderiam eventualmente levar a ajustes no acordo de acionistas, mas enfatizando que “nenhuma transação foi firmada entre eles”.
O JPMorgan acredita que pode haver grandes desentendimentos entre os dois acionistas de referência, ao correlacionar as reportagens da imprensa — que mencionaram assessores financeiros e jurídicos para ambas as partes envolvidas nas negociações — com o comunicado oficial da empresa.
Além disso, segundo JPMorgan, o termo “no momento” usado no comunicado não descarta uma possível cisão ou a aquisição da participação de um pelo outro, sendo mais provável que o Birman seja o comprador.
“No momento, não há qualquer discussão em andamento sobre compra de participação ou sobre cisão ou segregação de negócios da Companhia”, destaca o documento arquivo na noite de ontem na CVM.
Nesse contexto, o banco americano avalia que o ajuste no acordo de acionistas aparece como a solução mais provável.
Os analistas acreditam que uma possível mudança estaria relacionada à linha de reporte de Jatahy, que, na visão do banco, passaria a se reportar apenas ao conselho e não mais à Alexandre Birman, além do conselho, como ocorre atualmente. No entanto, o JPMorgan considera que, se essa for a solução adotada, não se trata de uma alternativa de longo prazo.
Embora a mudança possa reduzir a fricção entre dois líderes fortes que possuem culturas corporativas distintas — um risco já apontado na época da fusão —, a presença de “dois CEOs” em uma única empresa tem se mostrado problemática em outros casos de fusão, pois tende a criar um ambiente operacional confuso e prejudicar a implementação de um plano de sinergias mais amplo.
Ainda assim, essa pode ser uma solução temporária para apoiar um processo de transição suave, com a possível saída gradual de Jatahy, já que o banco não vê Birman como um candidato provável a abrir mão de sua posição.
Além disso, o “Grupo Arezzo” é maior e mais concentrado que o “Grupo Soma” dentro do acordo de acionistas, o que coloca Jatahy em uma posição mais fraca para negociar mudanças no acordo caso haja fissuras no seu lado do “Grupo Soma”.
Diante disso, o JPMorgan espera que o nível de ruído em torno da governança da empresa deva permanecer elevado no curto prazo. Ainda assim, acredita que, sendo negociada a 7 vezes o lucro estimado para 2025, a avaliação da empresa parece excessivamente descontada, considerando seu potencial de lucros normalizados. O banco manteve recomendação de recomendação de compra para Azzas e preço-alvo de R$ 41.
Informações Reuters
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