A Nokia (NYSE:NOK) reportou um lucro operacional comparável de €156 milhões no primeiro trimestre de 2025, uma queda expressiva de 74% em relação ao mesmo período do ano anterior. O número veio 36% abaixo da média das previsões dos analistas, que esperavam €243,8 milhões, segundo dados da LSEG.

A receita líquida da companhia totalizou €4,39 bilhões, praticamente estável em relação ao ano anterior, mas levemente abaixo da expectativa de €4,41 bilhões. Em moeda constante, as vendas caíram 3%, sinalizando estagnação mesmo com a expansão da cobertura 5G.

Um fator decisivo para a forte queda no lucro foi uma cobrança única de €120 milhões em sua divisão de redes móveis, ligada a um contrato antigo iniciado em 2019 com um cliente não identificado. Mesmo sem esse impacto, o lucro teria ficado 9% abaixo do consenso, de acordo com o UBS.

O novo CEO, Justin Hotard, assumiu o comando em abril e já enfrenta o desafio de lidar com tarifas comerciais impostas pelos EUA, que devem afetar o lucro do segundo trimestre entre €20 milhões e €30 milhões. A empresa evitou projetar o impacto anual das tarifas, citando falta de visibilidade.

Apesar disso, a Nokia reiterou suas metas para o ano de 2025, mas admitiu que alcançar o limite superior da faixa prevista será mais difícil. A companhia mantém sua expectativa mesmo após a recente aquisição da Infinera, por US$ 2,3 bilhões, concluída em fevereiro.

Um dos poucos destaques positivos foi a extensão de um contrato de longo prazo com a T-Mobile nos EUA, para fornecimento de infraestrutura de rede 5G.

Geograficamente, a América do Norte se manteve como destaque positivo, com crescimento de 28% nas vendas, alcançando €1,32 bilhão. Mesmo assim, analistas alertam que as novas tarifas americanas podem reverter esse avanço, já que empresas tendem a adiar pedidos em cenários de incerteza.

As ações negociadas em Nova York caíam mais de 9%, na última verificação. A Nokia também é negociada na B3 através da BDR (BOV:NOKI34).