O Ibovespa encerrou em firme queda na sessão desta quarta-feira, com poucas ações no positivo, pressionado pelos índices acionários de Wall Street, na esteira de um leilão de Treasuries de vinte anos com demanda fraca, que renovou temores entre investidores com a situação fiscal dos Estados Unidos.

O Índice Bovespa fechou com queda de 1,59%, aos 137.881 pontos. O volume de negociação foi de R$ 22,7 bilhões, abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$17,8 bilhões.

Os vértices da curva de juros encerraram em alta de até 15 pontos-base, em linha com os rendimentos das Treasuries yields, pressionados pelos temores com o cenário fiscal nos EUA e no Brasil.

Ao fim do dia, o dólar futuro operava em alta de 0,33%, cotado a R$5,658, enquanto o índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas, operava em queda de 0,35%, aos 99,66 pontos.

Os temores em torno do fiscal voltam a ganhara tração entre os investidores em meio a noticiário da Folha de S.Paulo de que o governo planeja usar leilão de petróleo para obter receitas e impulsionar gastos.

Também mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou medida provisória (MP) da reforma do setor elétrico. A MP deve beneficiar mais de 100 milhões de pessoas ao ampliar o alcance de isenção da tarifa social e avançar na abertura do mercado livre para consumidores de baixa tensão.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a nova MP estima que até 60 milhões de brasileiros serão beneficiados pela gratuidade na energia, e outros 40 milhões deverão ter descontos na conta de luz.

Book de ofertas: a mais completa do mercado financeiro, acompanhe as ofertas de compra e venda de um ativo e todos os negócios realizados no dia.

O governo Lula estima um impacto de R$3,6 bilhões por anos com a medida provisória, quantia essa que será paga pelos outros consumidores que não estão inclusos na nova regra.

No âmbito corporativo, destaque para o avanço das ações da Raízen e da Cosan, após o NeoFeed noticiar que a Raízen assinou um acordo para repassar mais um grupo de projetos de usinas de geração solar distribuída para a Pátria Investimentos, visando reduzir alavancagem.

Entre as ações, as maiores detratoras do Índice Bovespa foram as PN do Itaú, as ON da Vale e da B3, recuaram 2,01%, 1,28% e 3,01%, respectivamente.

Entre destaques nas quedas percentuais do Ibovespa, figuravam as PN da Marcopolo, as ON da Vamos e da Ultrapar, que cederam 6,94%, 6,60% e 6,33%, na sequência.

Na ponta positiva, destaque para as PN da Raízen, as ON da Cosan e da Petroreconcavo, que avançaram 5,95%, 1,32% e 1,21%, na mesma ordem.

Os futuros do petróleo Brent operavam em queda de 0,86%, aos US$64,82 por barril, depois que o governo dos EUA divulgou dados pessimistas sobre o fornecimento de petróleo bruto e combustível antes da temporada de viagens de verão nos EUA, um período de maior demanda.

Os estoques de petróleo bruto, gasolina e destilados dos EUA registraram aumentos surpreendentes na semana passada, de acordo com os dados mais recentes da Administração de Informação de Energia (EIA). Para a semana encerrada em 16 de maio, os estoques de petróleo avançaram em 1,33 milhão de barris, ante consenso, que previa retração de 1,85 milhão de barris no período. Segundo reportagem da Reuters, especialistas têm destacado o aumento de estoques em terra e no mar.

Antes dos dados de estoques, o Brent chegou a subir mais de 1%, por relatos de que Israel poderia estar se preparando para atacar instalações nucleares iranianas, de acordo com a CNN. No início da noite de terça, os futuros do Brent e do WTI chegaram a subir mais de 2% diante de temores de uma interrupção no fornecimento da commodity no Oriente Médio.

Os contratos futuros do minério de ferro fecharam em alta de 0,76% na última madrugada em Dalian, com um movimento de valorização amenizado pelo crescimento anual da produção de aço que se estabilizou na China, pressionando a perspectiva para os preços da commodity.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Azul (AZUL4) 

   A S&P Global Ratings rebaixou a nota de crédito (rating) da companhia aérea Azul de “CCC+” para “CCC-”, devido ao aumento do risco de inadimplência. A perspectiva é negativa. Saiba mais…

   Segundo pessoas que falaram à Bloomberg News, a Azul está em negociações avançadas para levantar cerca de US$ 600 mi enquanto avalia um potencial pedido de recuperação judicial nos EUA. Saiba mais…

   Banco do Brasil (BBAS3) 

   O Banco do Brasil confirmou acordo com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB), avaliado em US$ 1 bilhão, para ampliar financiamentos bilaterais. Saiba mais…

   Braskem (BRKM5)

   A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição, pela Braskem, de participações em duas controladas da EDF Renewables para o desenvolvimento conjunto de usinas eólicas destinadas à autoprodução de energia. Saiba mais…]

   CBA (CBAV3) 

   A CBA obteve a aprovação pendente por parte de seus credores para a redução do capital social da Companhia no valor de R$ 401.048.504,14 para absorção dos prejuízos acumulados conforme apurado nas Demonstrações Financeiras referentes ao exercício social findo em 31 de dezembro de 2024, sem o cancelamento de ações ou restituição de valores aos acionistas. Saiba mais…

   Cemig (CMIG4) 

   A Cemig informou que, em ação movida pela Fundação Forluminas (Forluz) sobre o déficit do Plano A de Previdência Complementar de 2022, foi concedida liminar determinando o depósito judicial de R$ 912,2 milhões, referente a 50% do déficit técnico ajustado do plano. Saiba mais…

   Gol (GOLL4) 

   A Gol divulgou que o U.S. Bankruptcy Court decidiu por confirmar o Plano de Reorganização Chapter 11 (como é chamada a recuperação judicial nos Estados Unidos).

   Méliuz (CASH3) 

   O Méliuz está avaliando a viabilidade de listar suas ações na OTC Markets nos Estados Unidos, no segmento OTCQX Markets – o mais alto nível de governança e compliance entre os segmentos da OTC Markets Group. Saiba mais…

   Melnick (MELK3) 

   A incorporadora gaúcha Melnick anunciou que vai lançar seu segundo empreendimento em São Paulo. O Quaddra Lorena será construído no bairro dos Jardins, uma das regiões mais valorizadas da capital paulista. O projeto vai ser tocado pela Melnick Partners, braço criado para projetos fora do Rio Grande do Sul, em parceria com um player paulista, a Yuny Incorporadora. O valor geral de vendas (VGV) é estimado em R$ 700 milhões. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)