O Ibovespa encerrou na máxima intradiária na sessão desta sexta-feira, revertendo trajetória de queda inicial, após mercado absorver positivamente recuo parcial do Ministério da Fazenda em decreto de aumento do IOF, e com presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, dizendo nunca ter gostado da ideia da elevação da alíquota do imposto para governo perseguir a meta fiscal.
O Índice Bovespa fechou com ganhos de 0,40%, aos 137.824 pontos. Em termos semanais, o Ibovespa acumulou queda de 0,98%, interrompendo sequência de seis altas semanais consecutivas. O volume de negócios, na sessão, foi de R$16,1 bilhões, abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões.
Os vértices da curva de juros encerraram em queda de até 12,5 pontos-base, em linha com as Treasuries yields, após presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar na Truth Social que está recomendando a imposição de alíquota de 50% sobre as importações da União Europeia, em razão de conversas que “não vão a lugar algum” com o parceiro comercial.
Ao fim do dia, o dólar futuro operava em queda de 1,82%, a R$5,658, ante apreciação significativa vista na véspera, na esteira do anúncio do decreto do IOF. Já o índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda americana ante uma cesta de divisas, perdia 0,82%, aos 99,0 pontos. Pela manhã, secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, discordou de visão de que o dólar se “enfraquece”, e afirmou que outras moedas estão se “fortalecendo”, como o euro, pelo estímulo fiscal na região.
Mais cedo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o objetivo da regra de aumento do IOF era a persecução da meta fiscal pelo Ministério da Fazenda e que, pessoalmente, nunca gostou da ideia. Galípolo também concordou com a visão de que a elevação da alíquota de IOF a 3,5% para operações de câmbio por fundos de investimento, bem como para remessas por pessoas físicas, poderia soar como “controle de capital”.
Galípolo afirmou ter tomado conhecimento da medida do IOF na coletiva de Haddad, na tarde de quinta-feira. Por outro lado, o presidente do BC, disse ter ficado clara a “disposição e tempestividade” da Fazenda em “ouvir a sociedade” ao decidir pela reversão parcial do decreto do IOF – que se refletiu nos preços de mercado hoje.
A Fazenda voltou atrás, ao fim da noite de quinta, no plano de elevar alíquota de IOF sobre aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior a 3,5%. A alíquota segue zerada. Já as remessas de recursos para conta do contribuinte brasileiro no exterior, destinadas a investimentos, voltarão a ser de 1,1%, de acordo com a Fazenda em publicação no “X”, ante 3,5%.
Na véspera, as medidas do IOF – que previam unificação da alíquota de IOF a 3,5% para uma série de operações de câmbio– desencadearam estresse no dólar futuro, que encerrou a sessão com alta de cerca de 2%, enquanto o índice Ibovespa futuro perdeu cerca de 2%.
A reversão de parte das medidas ontem ocorreu após reunião emergencial entre membros do alto escalão do governo, com Haddad participando remotamente de São Paulo. O Planalto tentava estancar nervosismo ocasionado em agentes do mercado, principalmente de fundos multimercados com estratégias de alocação no exterior, de acordo com veículos.
Mais cedo, Haddad afirmou que os itens revistos no decreto do IOF pela Fazenda correspondem a menos de R$2,0 bilhões. De acordo com ele, “valia a pena fazer uma revisão”, como forma de “evitar especulações sobre objetivos que não são próprios do governo”. Haddad também afirmou que o governo “tem diálogo constante” com o mercado financeiro, e que visa manter esse canal.
Em entrevista à TC News, o ex-diretor do BC Tony Volpon afirmou que um IOF de 3,5% sobre operações de câmbio por fundos de investimento e envio de remessas ao exterior por pessoas físicas seria um caminho para o controle de capitais.
Volpon também rebateu viés de membros da equipe econômica, que afirmaram que as medidas do IOF auxiliariam o trabalho da política monetária via desaceleração da atividade, classificando essa visão como “estúpida” – diante do encarecimento do custo de capital para empresas.
Volpon lembrou que o IOF para operações de crédito para Pessoas Jurídicas vai para 3,95% – o que implica em um encarecimento “brutal” do custo de capital dessas companhias.
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No noticiário corporativo, JBS informou que acionistas aprovaram, em assembleia, a dupla listagem das ações nos Estados Unidos, amplamente esperada no mercado. A empresa defende que movimento pode levar à reprecificação dos papéis, aproximando a JBS dos múltiplos em que negociam rivais como Tyson Foods.
Já de acordo com o Globo, o empresário Nelson Tanure fez, recentemente, oferta para aquisição da Braskem. De acordo com o colunista Lauro Jardim, pelo arranjo do negócio, a Novonor (Odebrecht) ficaria com cerca de 5% da companhia. Atualmente, a Novonor detém 50,1% de ações com direito a voto. O restante está com a Petrobras.
Qualquer mudança de capital, porém, teria de ser negociada com bancos credores – Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES.
Entre as ações, as maiores contribuidoras do Índice Bovespa foram as PN de Itaú, PN de Bradesco e ON de Sabesp, que subiram 1,21%, 1,23% e 0,94%, respectivamente.
Entre destaques nas altas percentuais do Ibovespa, figuravam as PNA de Braskem, PN de Raízen e ON de Direcional, que subiram 9,15%, 7,0% e 4,51%, na sequência.
Ao fim do dia, os futuros do Brent para vencimento em julho reverteram trajetória de queda, e subiam 0,76%, a US$64,93, com investidores de olho no começo da temporada de maior demanda por combustíveis nos EUA e na falta de avanços em conversas entre EUA e Irã sobre energia nuclear.
Antes, os futuros do Brent haviam sido pressionados pelas ameaças de Trump sobre elevação de tarifas à União Europeia, o que pode contribuir para desaceleração adicional do crescimento global, e da demanda pela commodity. Mercado também monitorava potencial aumento de oferta da Opep para julho.
No minério de ferro, os contratos futuros em Dalian fecharam queda de 1,24% a caminho de retração semanal, com mercado considerando a fraqueza persistente no mercado imobiliário chinês e a fraca demanda na China.
Data | Variação | Pontuação | Volume Financeiro |
02/05/2025 | 0,05% | 135.133,88 | R$ 24,2 bilhões |
05/05/2025 | -1,22% | 133.491,23 | R$ 21,5 bilhões |
06/05/2025 | 0,02% | 133.515,82 | R$ 22,0 bilhões |
07/05/2025 | -0,09% | 133.397,52 | R$ 19,5 bilhões |
08/05/2025 | 2,12% | 136.231,90 | R$ 34,6 bilhões |
09/05/2025 | 0,21% | 136.511,88 | R$ 29,4 bilhões |
12/05/2025 | 0,04% | 136.563,18 | R$ 24,4 bilhões |
13/05/2025 | 1,76% | 138.963,11 | R$ 27,5 bilhões |
14/05/2025 | -0,39% | 138.422,84 | R$ 24,1 bilhões |
15/05/2025 | 0,66% | 139.334,38 | R$ 25,1 bilhões |
16/05/2025 | -0,11% | 139.187,39 | R$ 29,2 bilhões |
19/05/2025 | 0,32% | 139.636,41 | R$ 20,9 bilhões |
20/05/2025 | 0,34% | 140.109,63 | R$ 21,7 bilhões |
21/05/2025 | -1,59% | 137.881,27 | R$ 22,7 bilhões |
22/05/2025 | -0,44% | 137.272,59 | R$ 24,7 bilhões |
23/05/2025 | 0,40% | 137.824,29 | R$ 20,7 bilhões |
Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.
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💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥
AgroGalaxy (AGXY3)
O AgroGalaxy Participações, companhia em recuperação judicial, divulgou que foi realizado na B3 o leilão para venda de 3.800 ações ordinárias de sua emissão formadas a partir das frações de ações resultantes do grupamento. Saiba mais…
Banco Pan (BPAN4)
O Banco Pan informou que Leonardo Ricci Scutti renunciou ao seu cargo de diretor de relações com investidores. Saiba mais…
Braskem (BRKM5)
As ações da Braskem subiam 9,45%, cotadas, a R$ 11,12, às 12h35 (horário de Brasília), após a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiar que Nelson Tanure havia feito uma oferta para a aquisição da petroquímica. Posteriormente, Reuters e Valor Econômico também informaram sobre a oferta, citando fontes. Saiba mais…
CBA (CBAV3)
A Companhia Brasileira de Alumínio assinou acordos para comprar participações em ativos de autoprodução de energia eólica da Casa dos Ventos e da Auren Energia, no valor total de R$ 158 milhões. Saiba mais…
Cemig (CMIG3/CMIG4)
A Cemig informou que a Justiça de Minas Gerais suspendeu a liminar que anulava os efeitos de um leilão de venda de pequenas usinas hidrelétricas realizado pela estatal mineira. Saiba mais…
Dasa (DASA3)
A Dasa ampliou para 16 unidades de diagnóstico o serviço de administração de medicamentos, conhecido como infusão, voltado ao atendimento de pacientes com doenças crônicas que necessitam de medicamentos intravenosos de forma recorrente. Saiba mais…
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4)
A Gerdau e Metalúrgica Gerdau informaram que a partir do dia 2 de junho de 2025, a BTG Pactual Serviços Financeiros DTVM passará a ser a instituição financeira depositária das ações escriturais de emissão da companhia, em substituição ao Itaú Corretora de Valores. Saiba mais…
JBS (JBSS3)
A assembleia de acionistas da JBS aprovou a proposta de dupla listagem das ações do frigorífico, conforme já era amplamente esperado pelo mercado. Às 11h, os papéis da companhia subiam 2,71%, cotados a R$ 43,41, após a negociação ter sido interrompida às 10h17. Saiba mais…
Petrobras (PETR4)
A Unigel firmou acordo com a Petrobras para encerramento de litígios, incluindo contratos de arrendamento das fábricas de fertilizantes na Bahia e em Sergipe, com as unidades retornando à posse da estatal em data ainda a ser definida. Saiba mais…
TC (TRAD3)
A companhia TC divulgou que seu conselho de administração aprovou a venda direta de quotas societárias da Economatica Software de Apoio a Investidores (Economatica) à Reag Investimentos. Saiba mais…
Vale (VALE3)
O Conselho de Administração da Vale aprovou a 11ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em 3 séries, no valor total de R$ 6 bilhões. Saiba mais…
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