O Ibovespa encerrou em firme alta nesta segunda-feira, renovando máximas intradiárias com relatos de que o Irã teria sinalizado disposição em desescalar conflito com Israel, de acordo com Wall Street Journal, em notícias que apoiaram maior apetite ao risco na sessão, com traders assimilando que conflito no Oriente Médio não deve se espalhar, favorecendo queda dos preços do petróleo.

O Índice Bovespa fechou com ganhos de 1,49%, aos 139.255 pontos, com poucos papéis no território negativo. Petrobras, Prio e Brava ficaram entre os ativos que recuaram, acompanhando trajetória do petróleo Brent. O volume de negociação foi de R$16,3 bilhões, abaixo da média móvel dos últimos 50 pregões, de R$17,8 bilhões.

Os vértices da curva de juros encerraram mistos, com cauda longa recuando até 7 0pontos-base, enquanto cauda curta avançou até 2,0 pontos-base, na esteira de leitura mensal do IBC-BR acima do consenso, embora em clara desaceleração ante dados anteriores.

Os juros longos também recuaram, com o mercado atento ao imbróglio das tratativas sobre IOF no Congresso, com sinais de que parlamento e governo podem chegar a um acordo que evite a derrubada do decreto e permita avanço da Medida Provisória com elevação de tributos.

De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, o presidente da Câmara, Hugo Motta, está recebendo líderes do PT, a ministra da Secretária de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o chefe da Casa Civil, Rui Costa, para tratar do tema.

Na política, investidores também monitoravam notícias de que Tarcísio de Freitas já tem sido visto como único candidato que seria capaz de negociar um indulto para o ex-presidente Jair Bolsonaro sem que este fosse derrubado pelo Supremo Tribunal Federal, segundo coluna de Malu Gaspar em ´O Globo´. Aliados do ex-presidente veem um indulto “impossível” com candidaturas de Michelle ou Eduardo Bolsonaro.

Ao fim do dia, o dólar futuro operava em queda de 1,17%, a R$5,503. Já o índice Dólar DXY, que mede o desempenho da moeda ante uma cesta de divisas, recuava 0,02%, aos 98,14 pontos.

Os contratos de ouro futuro recuavam 1,43%, devolvendo parte dos ganhos de sexta-feira, uma vez que o clima de aversão ao risco nos mercados diminuiu, apesar dos contínuos ataques israelenses ao Irã e retaliação do país islâmico.

Entre indicadores econômicos, operadores avaliam os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) – que avançou 0,16% em abril, acima do consenso de 0,10%, mas mostrando desaceleração em relação ao 0,70% de março, revisado pelo BC.

Analistas esperam que, passado o impacto positivo da supersafra observada na agropecuária, a economia deverá sentir com mais força o peso da política monetária restritiva, levando a uma desaceleração econômica adiante. Por outro lado, o mercado de trabalho robusto tende a manter a resiliência da atividade econômica pela parte de serviços.

Investidores tambem reagem às novas projeções de economistas consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central, que mostrou pela terceira semana consecutiva uma queda na mediana de projeções para inflação neste ano, a 5,25%, ante 5,44%.

Já a mediana para o PIB avançou a 2,20%, ante 2,18%, sinalizando resiliência da atividade. A mediana para o câmbio em 2025 recuou a R$5,77, ante R$5,80. Enquanto isso, a previsão para taxa Selic ao fim de 2025 permaneceu em 14,75% pela sexta semana consecutiva.

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Ao fim do dia, as apostas para alta de 25 pontos-base da Selic pelo Copom nesta semana avançaram a 60%, de acordo com opções negociadas na BM&F. As apostas para manutenção do juro em 14,75% recuaram a 39%, de acordo com os contratos vistos pela Mover.

Ainda que as apostas majoritárias sejam de continuidade do ciclo de aperto, parte significativa do mercado crê em manutenção por dados mais fracos do segundo trimestre deste ano, como vendas no varejo e volume de serviços, assim como recentes leituras benignas da inflação, com pressão baixista de bens industriais.

No âmbito corporativo, o destaque positivo ficou com as ações da Neoenergia, que ganharam tração após uma reportagem da Veja afirmar que a Iberdrola estaria avaliando uma proposta para fechar o capital da Neoenergia. O possível plano, no entanto, enfrentaria resistência da Previ — fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil — que detém 30% da companhia. A Iberdrola tem 53%.

Entre as ações, as maiores contribuidoras do Índice Bovespa foram as ON da Vale, as PN do Itaú e as ON da Embraer, que avançavam 3,26%, 1,82% e 5,34%, respectivamente.

Entre destaques nas altas percentuais do Ibovespa, figuravam as ON da Magazine Luiza, da CSN e da Embraer, que subiram 6,71%, 6,05% e 5,34%, na sequência.

Na ponta negativa, destaque para as ON da BRF, da PRIO e as PN da Petrobras, que recuaram 2,38%, 1,82% e 0,98%, na mesma ordem.

Os futuros do petróleo Brent operavam em queda de 1,79%, aos US$72,90 por barril ao fim do dia, após relatos de que o Irã está buscando um fim às hostilidades com Israel, aumentando a possibilidade de uma trégua e aliviando os temores de uma interrupção no fornecimento de petróleo bruto da região.

Os preços futuros do minério de ferro subiram 0,21%, cotados a US$98,11 por tonelada, na bolsa de Dalian, apoiados pela demanda resiliente pela commodity, embora as preocupações com as tarifas dos EUA tenham limitado os ganhos. Também na véspera, as vendas no varejo da China avançaram 6,4% em maio, acima do consenso, de alta de 5,0%, estimuladas por um programa de subsídios do governo

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Americanas (AMER3) 

   A Americanas informou que, após acordo, obteve um desconto de mais de R$ 500 milhões em uma dívida total de R$ 865 milhões com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Saiba mais…

   Azevedo & Travassos Energia (AZTE3)

   A petrolífera Azevedo & Travassos Energia deverá realizar um reenquadramento de suas ações após ser acionada pela B3 em relação ao preço do papel inferior a R$ 1,00 por mais de 30 pregões consecutivos. Saiba mais…

   Embraer (EMBR3)

   A Eve, subsidiária da Embraer listada na Bolsa de Nova York, comunicou neste domingo avanços em duas frentes no setor de mobilidade aérea urbana. A empresa divulgou um estudo que projeta receita global de US$ 280 bilhões com aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOLs) até 2045, além de um contrato de R$ 1,4 bilhão com a brasileira Revo para a venda de até 50 unidades de seu carro voador. Saiba mais…

   A Embraer anunciou que Portugal decidiu comprar um sexto cargueiro KC-390, produzido pela empresa brasileira, em uma negociação que incluiu uma pretensão de inclusão de 10 opções de compra da aeronave pelo governo português. Saiba mais…

   Fras-le (FRAS3)

   A Fras-le informou que está avaliando a possibilidade de realizar uma oferta pública subsequente de distribuição primária e secundária de ações — neste caso, envolvendo ações de titularidade da Dramd. Saiba mais…

   Minerva (BEEF3) 

   A Minerva assinou, por meio de sua controlada Athn Foods, acordo para vender a Establecimientos Colonia, no Uruguai, para a Allana. Saiba mais…

   Sanepar (SAPR11)

   A agência de classificação de risco Fitch afirmou o rating nacional de longo prazo ‘AAA(bra)’ da Sanepar e de suas emissões de debêntures quirografárias. Saiba mais…

   Vale (VALE3)

   A Vale afirmou que obteve a licença prévia para o projeto de cobre Bacaba, no Pará, e que vai investir aproximadamente US$ 290 milhões durante a fase de implantação. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)