O Ibovespa encerrou a sexta-feira (18) em queda expressiva, refletindo a forte aversão ao risco no mercado doméstico. A turbulência política ganhou força após a operação da Polícia Federal na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. Além de ter sido alvo de busca e apreensão, Bolsonaro foi obrigado, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, a usar tornozeleira eletrônica — o que intensificou o estresse nos ativos brasileiros ao longo do dia.

O principal índice da B3 caiu 1,61%, aos 133.381 pontos, acumulando uma perda semanal de 2,06%. Essa foi a maior queda diária desde 4 de abril, dia em que o mercado também reagiu mal a declarações de Donald Trump. O volume negociado totalizou R$ 19,6 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões (R$ 15,9 bilhões).

Investidores estrangeiros seguem reduzindo exposição ao mercado brasileiro. Segundo dados da B3, houve retirada de cerca de R$ 4 bilhões até 16 de julho, movimento que se intensificou desde o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por Donald Trump em 9 de julho. Com os resgates de fundos locais e falta de novos aportes, o mercado tem dificuldade para absorver essa saída.

As curvas de juros fecharam com alta de até 7 pontos-base, mesmo diante do recuo nos rendimentos dos Treasuries nos EUA. O dólar futuro subiu 0,64%, para R$ 5,603, enquanto o índice DXY recuava 0,16%, a 98,46 pontos.

O clima de tensão política pesou fortemente. Após a operação da PF, Bolsonaro afirmou à Reuters que será candidato em 2026 e criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “ditador”. Classificou o uso da tornozeleira como uma “suprema humilhação” e lamentou a proibição de contato com o filho, Eduardo Bolsonaro, que segundo ele atuava junto ao governo dos EUA para normalizar as relações.

Entre as medidas impostas por Moraes, estão: proibição de acessar redes sociais, recolhimento domiciliar noturno (das 19h às 7h), proibição de contato com diplomatas e embaixadores e apreensão de cerca de US$ 14 mil, R$ 8 mil e um pen drive — este último, segundo Bolsonaro, de origem desconhecida.

A operação ocorreu dias após Trump divulgar uma carta criticando os processos contra Bolsonaro e dizendo que ele é alvo de um sistema injusto. O ex-presidente americano voltou a vincular a imposição das tarifas ao julgamento do aliado brasileiro.

Já o presidente Lula, em discurso no Ceará, afirmou que não entregará o país “àquele banco de maluco” que o governou anteriormente. Disse ainda que só decidirá sobre uma nova candidatura em 2026, mas, se estiver com saúde, será candidato.

No mercado, o ambiente político ofuscou o noticiário corporativo. Entre os destaques negativos do pregão estiveram as ações ON da B3 (-5,60%), PN do Itaú (-1,82%) e da Petrobras (-1,53%). As maiores quedas percentuais foram de Braskem PNA (-7,95%), Yduqs ON (-7,45%) e novamente B3 ON.

Do lado positivo, Vivara ON (+1,35%), Engie ON (+1,04%) e Taesa Units (+0,68%) figuraram entre os poucos papéis que subiram.

No exterior, o petróleo Brent caiu 0,46%, a US$ 69,20 por barril, com investidores atentos a novas sanções da União Europeia sobre energia russa. Já o minério de ferro avançou 0,38% na China, com perspectivas melhores para o setor siderúrgico e otimismo com estímulos ao mercado imobiliário.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   BB Seguridade (BBSE3)

   A BB Seguridade confirmou que o Banco do Brasil, seu acionista controlador, indicou Delano Valentim de Andrade para assumir o cargo de diretor-presidente da companhia, com mandato previsto de 2025 a 2027. Saiba mais…

   Cosan (CSAN3)

   A Cosan informou que tem recebido abordagens de agentes do mercado interessados em discutir possíveis alternativas envolvendo seus ativos. No entanto, a empresa destacou que, até o momento, não há qualquer acordo ou compromisso firmado. Saiba mais…

   Eletrobras (ELET3/ELET6)

   A Eletrobras informou que, foi liquidada a oferta pública referente a 7ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, com garantia adicional fidejussória, em 3 séries, no valor total de R$ 2 milhões, da controlada Centrais Elétricas do Norte do Brasil – Eletronorte. Saiba mais…

   Eztec (EZTC3) 

   A Eztec divulgou a prévia operacional do segundo trimestre de 2025 (2T25) na noite desta quinta-feira, 17. As vendas líquidas somaram R$ 489 milhões, queda de 3,7% em relação ao mesmo trimestre de 2024 (2T24). Saiba mais…

   Rede D’Or (RDOR3) 

   A Rede D’Or São Luiz anunciou a criação de uma joint venture por meio de sua subsidiária Onco D’Or Oncologia, em parceria com a Next Oncology (New Experimental Therapeutics of Santo Antonio LLC). Saiba mais…

   Syn (SYNE3) 

   A SYN aprovou a redução do capital social da Companhia, por considerá-lo excessivo, sem o cancelamento de ações, no valor de R$ 330 milhões, correspondente a R$ 2,1618867296481000 por ação de emissão da Companhia. Saiba mais…

   Totvs (TOTS3) 

   Em resposta à notícia publicada pelo portal Broadcast em 17 de julho de 2025, sob o título “TOTVS busca bancos para financiar compra da Linx”, a TOTVS esclareceu que segue em período de exclusividade nas negociações com a STNE Participações, para uma possível aquisição da operação de software conhecida como Linx. Saiba mais…

   Vivara (VIVA3)

   A Vivara se prepara para anunciar mudanças significativas em sua estrutura de governança, conforme apuração do jornal Valor Econômico. Saiba mais…

   WEG (WEGE3) 

   A WEG firmou acordo para a aquisição da parcela remanescente das ações representativas do capital social da PPIMultitask, especializado em Integração de Sistemas de Automação Industrial, Soluções MES (Manufacturing Execution System), IIoT (Industrial Internet of Things) e softwares para a indústria. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)