O UBS BB reiterou a recomendação de compra para as ações preferenciais classe B (PNB) da Eletrobras, elevando o preço-alvo de R$ 53 para R$ 59. A revisão incorpora os resultados mais recentes e uma estrutura operacional mais enxuta, considerando agora a operação consolidada de geração e transmissão, em vez da análise individual das subsidiárias.
Desde a privatização em 2022, o banco avalia que a Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET6) reduziu substancialmente os riscos de investimento, com avanços importantes como ajustes no balanço patrimonial, alienação de ativos não estratégicos e a resolução de disputas jurídicas com o governo federal — especialmente quanto à questão do poder de voto.
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Na visão dos analistas, as ações seguem sendo negociadas a níveis atrativos. A estimativa é de uma taxa interna de retorno (TIR) alavancada real de 15%, com potencial de valorização de aproximadamente 30% em relação aos preços atuais.
Apesar disso, o UBS BB reconhece que parte dos investidores pode adotar uma postura mais cautelosa, uma vez que a companhia não deve se destacar no curto ou médio prazo como uma empresa de crescimento acelerado ou forte pagadora de dividendos. A ausência de catalisadores claros reforça esse cenário.
As projeções de lucro por ação (EPS) entre 2025 e 2027 foram reduzidas entre 36% e 72%, refletindo a venda das termelétricas para a Âmbar Energia, a retirada dos resultados das usinas nucleares e o impacto de juros mais elevados.
Modelo híbrido: utilities ou commodity?
Os analistas adotam uma abordagem mista para avaliar a Eletrobras:
- Como uma empresa de utilities, considerando a TIR ao longo das concessões;
- E sob uma ótica próxima ao setor de commodities, com foco no rendimento de fluxo de caixa livre ao acionista (FCFE yield) no curto prazo.
Essa análise é motivada por fatores como o alto volume de energia não contratada, a volatilidade do mercado livre e o baixo crescimento da demanda no Brasil, o que compromete a previsibilidade dos preços no longo prazo.
O UBS BB estima um FCFE yield médio de 14% entre 2025 e 2030, desconsiderando emissões ou amortizações de dívidas, obrigações com empréstimos compulsórios e investimentos adicionais em melhorias na malha de transmissão.
No cenário-base, que considera um capex voltado à manutenção e modernização, a alavancagem medida por dívida líquida/EBITDA deve cair de 4,8x em 2025 para 2,9x em 2029. Essa trajetória, que inclui compromissos como CDE, planos de pensão e leasing, pode abrir espaço para um dividend yield potencial de 19,8% em 2030, mantendo a dívida em patamar estável.
Valuation sensível aos preços de energia
O valuation da Eletrobras está fortemente vinculado à evolução dos preços de energia no longo prazo. A capacidade assegurada da companhia deve se manter entre 16 GW e 17 GW nos próximos anos.
No curto prazo, a visibilidade é maior: cerca de 3 GW devem ser comercializados no mercado spot em 2025. A partir de 2028, no entanto, há incertezas — com apenas o volume contratado no mercado regulado (ACR) conhecido, restando cerca de 13 GW que devem ser assumidos como vendidos no spot. Isso torna o valuation altamente sensível às premissas de preço.
No cenário-base, os analistas do UBS BB projetam uma convergência do preço de energia para o custo marginal de expansão, atualmente estimado em R$ 187 por MWh.
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