A Vale e a BHP estão no centro de uma nova disputa judicial em Londres, movida pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead, que representa centenas de milhares de brasileiros afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. O escritório acusa as mineradoras de tentarem driblar o pagamento de honorários advocatícios, ao fecharem acordos diretamente com os atingidos.
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A Pogust Goodhead afirma que irá buscar cerca de 1,3 bilhão de libras (equivalente a US$ 1,7 bilhão) em honorários não pagos, alegando que a BHP, a Vale (BOV:VALE3) e a Samarco — joint venture operada pelas duas gigantes da mineração — teriam pressionado os atingidos a aceitar acordos por valores muito inferiores ao que consideram justo.
Segundo o escritório, aproximadamente 130 mil pessoas já firmaram acordos, entre os mais de 600 mil brasileiros que são parte do processo aberto na Justiça britânica. Ainda de acordo com a Pogust Goodhead, um acordo firmado em outubro de 2024 com o governo brasileiro, no valor de R$ 170 bilhões (US$ 30,3 bilhões), teria impedido que os atingidos discutissem os termos com seus advogados e também bloqueado o pagamento dos honorários devidos.
A Pogust afirma ter assumido custos adicionais de até US$ 1 bilhão em financiamentos para sustentar o processo na Inglaterra. Em resposta, a BHP negou todas as alegações feitas pela Pogust Goodhead, qualificando-as como infundadas e afirmando que irá contestá-las com veemência. A mineradora também reforçou sua posição de que o Brasil é o foro mais adequado para tratar das reparações relacionadas à tragédia de Mariana.
O movimento da Pogust foi formalizado por meio de uma “carta antes da ação”, exigida pelo processo legal britânico, e representa o mais recente capítulo de uma longa disputa judicial. Recentemente, o Tribunal Superior britânico decidiu que a BHP deve enfrentar uma audiência por suposto desacato ao tribunal, por financiar ações paralelas no Brasil enquanto o processo principal corre em Londres.
Enquanto isso, segue pendente a decisão final do julgamento principal, que terminou em março. A Pogust Goodhead estima que os valores de indenização podem chegar a até 36 bilhões de libras. Já a Vale, questionada sobre o caso, preferiu não se pronunciar.
O desastre de Mariana deixou 19 mortos, milhares de desabrigados e causou devastação ambiental em todo o curso do rio Doce.
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