(13/08/2025): A oferta global de petróleo deve superar a demanda até 2026, com a Agência Internacional de Energia (AIE) prevendo um crescimento de 2,5 milhões de barris por dia (bpd) neste ano e 1,9 milhão de bpd em 2026, atingindo 105,6 milhões de bpd em julho, impulsionado em grande parte por produtores não pertencentes à OPEP+.
De acordo com o relatório publicado na quarta-feira, as projeções de demanda agora são de apenas 700.000 bpd por ano até 2026, em meio ao consumo lento na China, Índia e Brasil. A demanda da OCDE permanece estável, enquanto o combustível de aviação se destaca, atingindo recordes nos EUA e na Europa. A AIE alertou que, sem restrições à oferta ou uma recuperação da demanda, os equilíbrios de mercado correm o risco de ficar “inchados” no próximo ano.
O que mudou em agosto
Opep+: elevação de metas de produção para setembro (parte da reversão dos cortes de 2023/24).
Demanda mais fraca: consumo decepcionante em China, Índia e Brasil nas últimas leituras, com confiança do consumidor baixa.
O que monitorar
Preço do Brent/WTI sob pressão: com aumento da oferta da Opep+ em setembro e demanda sazonalmente mais fraca após o verão do hemisfério norte, o viés é baixista para o petróleo, salvo choque geopolítico/sanções.
Estoque e margens de refino: corridas elevadas em agosto e possível acúmulo de estoques no outono sustentam descontos nos derivados (diesel/querosene) — um alívio para transportes e energia.
Disputa de narrativas AIE × Opep: enquanto a AIE vê superávit e demanda fraca, a Opep segue mais otimista para 2026; qualquer ajuste de corte/produção muda o equilíbrio rapidamente.
Quem pode sentir
Beneficiados por petróleo mais barato (queda de custo):
Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) — QAV acompanha o Brent; alívio de custo melhora margens e gerações de caixa.
Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) — distribuição se beneficia de maior volume e derivados mais baratos, com repasse mais suave na bomba.
Raízen (RAIZ4) — parte do portfólio de combustíveis e logística pode ganhar com spreads de refino/biocombustíveis mais estáveis.
Pressionados por Brent mais fraco
Petrobras (PETR3/PETR4) — sensível ao preço do Brent (receita e Ebitda de E&P); mitigadores: refino e dividendos extraordinários dependem de política de preços e CAPEX.
PRIO (PRIO3), 3R (RRRP3), PetroReconcavo (RECV3) — “pure plays” de upstream no Brasil tendem a sofrer com Brent em baixa, ainda que câmbio possa amortecer em reais.
Efeitos de segunda ordem:
Químicas como Braskem (BRKM5) — nafta mais barata ajuda margens, mas spreads globais e demanda industrial também contam.
Elétricas com térmicas a óleo — custo de despacho cai em cenários de óleo barato.
Por que isso importa para famílias, empresas e governo
Inflação: derivados mais baratos (diesel/gasolina) aliviam IPCA e fretes, reduzindo pressão sobre alimentos e logística.
Atividade: custos menores favorecem transporte e indústria pesada.
Fiscal: menor inflação pode reduzir gastos indexados; por outro lado, royalties e participações especiais sensíveis ao Brent podem cair.
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