O Brasil criou 129.775 empregos formais em julho, resultado abaixo das 166.620 vagas registradas em junho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (27/08). O número reflete 2.251.440 admissões e 2.121.665 desligamentos no mês.
Apesar de positivo, o saldo foi o segundo menor saldo do ano, ficando à frente apenas de março, quando foram criados 79.521 postos. Também representou o segundo julho mais fraco da série histórica iniciada em 2020, atrás apenas do primeiro ano da pandemia, quando o país gerou 123.297 vagas.
O estoque total de empregos formais, no entanto, alcançou 48,545 milhões, o maior já registrado para um mês de julho desde o início da série histórica. A comparação com anos anteriores deve ser feita com cautela, já que houve mudanças metodológicas em 2020.
Desempenho no acumulado do ano
De janeiro a julho, o Brasil abriu 1.347.807 empregos com carteira assinada, crescimento de 2,86% em relação ao estoque inicial do período. Todos os grandes setores da economia registraram saldos positivos.
O setor de Serviços liderou a geração, com 688.511 vagas (+2,99%), puxado por áreas como informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+265.093), além de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (+240.070).
Na sequência vieram a Indústria, com 253.422 postos (+2,84%), a Construção, com 177.341 (+6,21%), o Comércio, com 119.291 (+1,13%) e a Agropecuária, com 109.237 (+6,08%).
Entre os estados, 26 tiveram saldo positivo. Apenas Alagoas registrou queda (-1,22%). São Paulo liderou em números absolutos, com 390.619 vagas (+2,73%), seguido por Minas Gerais (152.005, +3,1%) e Paraná (102.309, +3,18%).
Recorte populacional
O saldo foi mais favorável para os homens (+72.974) do que para as mulheres (+56.801). No entanto, elas se destacaram em setores como Serviços (+28.160 mulheres contra +21.999 homens) e Comércio (+15.365 mulheres contra +11.960 homens).
Entre os jovens, o desempenho também foi expressivo. Trabalhadores de 18 a 24 anos responderam por 94.965 vínculos, enquanto adolescentes de até 17 anos tiveram saldo de 26.374. O Comércio (+32.059) e a Indústria de Transformação (+24.242) foram os setores que mais absorveram esse público.
Impactos no mercado financeiro
O resultado do Caged sinaliza um mercado de trabalho ainda aquecido, mas em ritmo mais lento, o que pode ter reflexos nas expectativas para a política monetária. A criação de empregos sustentada tende a favorecer a renda e o consumo, apoiando setores listados na bolsa de valores, enquanto a desaceleração pode reduzir pressões inflacionárias e abrir espaço para cortes adicionais na taxa Selic.
Relevância no contexto atual
Mesmo com a desaceleração em julho, os números reforçam a resiliência do mercado de trabalho brasileiro. O dado chega em um momento em que investidores monitoram de perto a trajetória da economia para calibrar suas apostas na renda variável, no câmbio e nos títulos públicos.
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