A carteira de crédito dos bancos deve ter registrado avanço de 0,4% em julho, mantendo o ritmo de expansão anual estável em 10,7%, segundo levantamento mensal da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A pesquisa funciona como prévia da Nota de Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central e utiliza dados consolidados dos principais bancos do País. O Banco Central deve divulgar os números oficiais na quarta-feira (27/08), às 8h30.
O crescimento estável em 12 meses no saldo total é sustentado pela aceleração da carteira de crédito pessoa jurídica (PJ). A projeção indica que a expansão anual passou de 8,8% em junho para 9,8% em julho, com aumento tanto nas operações com recursos livres quanto nas direcionadas.
A carteira PJ Livre deve ter recuado 0,3% no mês, representando uma queda bem menos intensa que a de julho de 2024, que foi de 1,2%. A Febraban atribui o resultado às alterações recentes no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A carteira PJ Direcionada deve ter avançado 1,3% na margem, acelerando a taxa anual de 13,3% para 14,3%, impulsionada por programas governamentais e recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Tradicionalmente, o mês de julho apresenta uma sazonalidade negativa no crédito às empresas, mas as mudanças no IOF acabaram alterando esse padrão, especialmente nas operações de risco sacado. A medida levou muitas empresas a anteciparem o uso da linha para maio e reduziu o fôlego em junho, quando a nova tributação estava prevista para entrar em vigor. Em julho, contudo, com a derrubada da alteração pelo Congresso, validada pelo STF, parte das empresas voltou a acionar essa modalidade”, destaca o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.
Ele ressalta, porém, que o crédito como um todo vem mostrando sinais de desaceleração. “Tanto os dados das concessões quanto o comportamento do saldo das carteiras indicam que a tendência ao longo do segundo semestre é de moderação, refletindo os efeitos contracionistas da política monetária”, afirma.
No crédito às famílias, o movimento é de perda de fôlego, com a expansão anual desacelerando de 11,9% para 11,3%.
A carteira livre deve ter avançado 0,8% em julho, reduzindo o ritmo anual de 12,4% para 11,8%, mas ainda em nível elevado. A carteira pessoa física direcionada deve crescer 0,3%, sustentada pelos financiamentos imobiliários, mas com sinais de enfraquecimento no crédito rural, levando a expansão anual para acomodação, recuando de 11,3% para 10,7%.
No quesito concessões, os números devem ter mostrado alta mensal de 5,5% em julho. Ajustando pelo número de dias úteis, o resultado indica retração de 8,2% na margem, refletindo menor volume destinado tanto às famílias (-6,2%) quanto às empresas (-10,7%). Na comparação com julho de 2024, que elimina efeitos sazonais, o resultado aponta alta de 8,5%, ainda abaixo do patamar de dois dígitos observado nos primeiros meses do ano.
O desempenho da carteira de crédito em julho reforça a percepção de que o setor bancário brasileiro está se adaptando às recentes mudanças regulatórias, com efeitos diferenciados entre crédito PJ e pessoa física, e sinaliza uma desaceleração gradual do ritmo de expansão no segundo semestre.
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