O consumo nos lares brasileiros avançou 4% em julho na comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Frente a junho, a alta foi de 2,41%. No acumulado de 2025, o indicador soma crescimento de 2,66%. Todos os dados foram deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e abrangem os diversos formatos de supermercados no País.
Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, os números demonstram maior solidez no consumo das famílias, apoiado pela recuperação da renda e do mercado de trabalho.
“Apenas no recorte mensal que o mês de julho costuma apresentar retração por causa das férias escolares, quando muitas famílias optam por consumir fora de casa. Mas neste ano, esse efeito foi menos intenso”, afirmou o executivo em coletiva de imprensa.
Os dados de emprego ajudam a explicar esse cenário. A taxa de desemprego recuou para 5,8% no trimestre encerrado em junho, o menor nível desde 2012, contra 6,9% um ano antes. Já o rendimento real habitual atingiu R$ 3.477, avanço de 3,3% sobre 2024. Esse movimento também impactou o Bolsa Família: quase 1 milhão de famílias deixaram de receber o benefício em julho, mas, segundo Milan, a migração para renda do trabalho não reduziu o consumo.
Além disso, outros fatores sustentaram as compras, como o pagamento de R$ 10 bilhões em restituições do Imposto de Renda, a liberação de R$ 2,3 bilhões em requisições de pequeno valor (RPVs) do INSS e o saque do PIS/Pasep, que ao longo de 2025 deve injetar R$ 30,7 bilhões na economia.
Cesta básica em queda pelo segundo mês seguido
O levantamento também mostrou que o Abrasmercado, composto por 35 produtos de largo consumo, registrou queda de 0,78% em julho em relação a junho. O recuo foi puxado pela redução nos preços do arroz, do feijão e de hortifrúti. Foi a segunda retração consecutiva e, pela primeira vez no ano, todas as regiões do País mostraram queda nos preços.
No total, 29 dos 35 itens pesquisados apresentaram variações negativas ou muito próximas da estabilidade, entre -0,50% e +0,50%, enquanto apenas seis produtos tiveram altas acima desse intervalo.
“As variações observadas foram de baixa intensidade e ainda não configuram estabilidade de preços. Para isso, é preciso acompanhar esse comportamento ao longo dos próximos meses”, explicou Milan. Com esse novo recuo, o valor médio da cesta caiu de R$ 819,81 para R$ 813,44.
Na cesta de alimentos básicos, composta por 12 itens, também houve queda: o preço médio nacional recuou 0,44% em julho, passando de R$ 353,42 para R$ 351,88.
O crescimento do consumo, combinado com melhora do emprego e da renda, tende a fortalecer o setor de varejo na bolsa de valores, beneficiando companhias listadas no mercado BOV como Assaí (BOV:ASAI3) e Grupo Mateus (BOV:GMAT3). O cenário de aumento no poder de compra também pode refletir em expectativa positiva para papéis de empresas ligadas ao setor de alimentos e bebidas. Já a queda na cesta básica indica alívio inflacionário, o que pode reduzir pressões sobre os juros futuros (BMF:DI1FUT), favorecendo ativos de renda fixa e o contrato futuro de Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT).
No atual contexto de mercado, o recuo da inflação de alimentos reforça a perspectiva de estabilidade de preços, ampliando a confiança do investidor em setores ligados ao consumo doméstico. Esse movimento pode sustentar o desempenho das ações do varejo na bolsa de valores, ao mesmo tempo em que fortalece a visão de que a política monetária pode permanecer favorável à retomada econômica.
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