Dólar sobe antes da divulgação do PCE; queda mensal permanece provável

O dólar americano subiu ligeiramente na sexta-feira (29), enquanto os investidores aguardavam a divulgação de dados críticos de inflação, embora a moeda ainda esteja posicionada para um declínio mensal em meio a expectativas crescentes de um corte nas taxas dos EUA.

Às 06h20 (horário de Brasília), o Índice do Dólar, que acompanha a cotação da moeda americana em relação a outras seis principais moedas, subiu 0,1%, para 97,815, mas ainda deve registrar queda de 1,8% em agosto.

O índice acumula queda de quase 10% este ano, com a incerteza nas políticas comerciais dos EUA impulsionando os investidores a buscar ativos alternativos.

Olhos no PCE

Os mercados se concentraram no índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), a medida de inflação preferida do Fed, cuja divulgação está prevista para o final da sessão.

Analistas preveem que o PCE básico permanecerá em 0,3% no comparativo mensal, colocando a taxa anual em 2,9%.

“Uma impressão um pouco mais alta poderia provocar uma reação modesta e positiva do dólar, mas o padrão para reconsiderar a forte previsão de um corte em setembro é alto após os comentários otimistas de Powell em Jackson Hole”, observaram analistas do ING.

Há também o risco de que os dados revelem efeitos adicionais das amplas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, afetando os preços ao consumidor, após um recente aumento surpreendente na inflação ao produtor.

O Federal Reserve cortou sua taxa básica de juros em um ponto percentual no ano passado, mas manteve as taxas estáveis ​​este ano, frustrando Trump.

O dólar se desvalorizou esta semana após Trump tentar demitir a governadora do Fed, Lisa Cook, por suposta fraude hipotecária, levantando preocupações sobre influência política na política monetária. Cook entrou com uma ação judicial na quinta-feira, argumentando que Trump não tem autoridade para destituí-la, o que configura um desafio legal que pode testar as antigas normas de independência do Fed.

“Embora os mercados continuem relutantes em especular sobre essa história do Fed e continuem a se concentrar em desenvolvimentos de curto prazo baseados em dados, os riscos de queda para o dólar sem dúvida aumentaram”, acrescentou o ING.

Dados da inflação europeia também em foco

O par EUR/USD caiu 0,1%, para 1,1693, após os preços ao consumidor na França subirem ligeiramente abaixo das expectativas em agosto, com a taxa de inflação harmonizada em +0,8% na comparação anual, abaixo dos +0,9% de julho.

A inflação espanhola harmonizada da UE em 12 meses permaneceu em 2,7%, enquanto os dados equivalentes da Alemanha são esperados posteriormente, antes da leitura preliminar da zona do euro de agosto, na próxima terça-feira.

O BCE manteve sua taxa básica em 2% em julho, com dados subsequentes mostrando que a economia da zona do euro continua resiliente e a inflação próxima da meta de 2%.

Além disso, “a ata de julho do Banco Central Europeu mostrou que o Conselho do BCE não está tão preocupado com a força do euro quanto alguns especularam, mas vários membros apontaram riscos de queda na inflação e isso, em nossa opinião, ainda sugere que a precificação de mercado para o fim do ano (-10 pb) é muito agressiva”, disse o ING.

GBP/USD caiu 0,3% para 1,3475.

Sessão asiática calma

O par USD/JPY subiu 0,1%, para 147,01, depois que a inflação ao consumidor de Tóquio diminuiu em agosto, como esperado, mas os preços subjacentes estáveis ​​mantiveram as apostas em novos aumentos de juros do Banco do Japão.

A produção industrial do Japão caiu mais do que o previsto em julho em meio a pressões tarifárias, enquanto as vendas no varejo ficaram abaixo das expectativas.

USD/CNY subiu 0,1% para 7,1325, e AUD/USD subiu 0,1% para 0,6535.

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