As bolsas de valores da Europa encerraram a sessão desta quarta-feira (20/08) em direções distintas, refletindo a cautela dos investidores diante de fatores que vão muito além das negociações de paz entre Ucrânia e Rússia. O foco do mercado voltou-se para a inflação persistente na região, o enfraquecimento das empresas de tecnologia e as incertezas quanto à condução da política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano). A influência política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a autoridade monetária também permanece no radar.
O índice pan-europeu Stoxx 600 (EU:SXXP) avançou 0,23%, a 559,09 pontos. Em Londres, o FTSE 100 (LSE:UKX) subiu 1,08%, a 9.288,14 pontos, enquanto em Frankfurt o DAX (DBI:DAX) recuou 0,60%, a 24.277,10 pontos. Em Paris, o CAC 40 (EU:PX1) caiu 0,08%, a 7.973,03 pontos. Já em Milão, o FTSE MIB (BITI:FTSEMIB) perdeu 0,36%, a 42.864,81 pontos, e em Madri o Ibex 35 (BME:IBEX) recuou 0,08%, a 15.292,10 pontos. Em contrapartida, Lisboa destoou do movimento e o PSI 20 (EU:PSI20) avançou 0,29%, a 7.986,11 pontos.
Um dos destaques do pregão foi a pressão sobre ações ligadas à inteligência artificial. Apesar do entusiasmo que vem sustentando o setor, a percepção de que alguns papéis possam estar sobrevalorizados ganhou força após quedas em Wall Street. A cautela foi reforçada por um relatório do MIT, segundo o qual, embora entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões já tenham sido investidos em projetos de IA generativa, 95% das empresas não registram qualquer retorno. Apenas 5% conseguem transformar pilotos em ganhos reais de milhões de dólares. Nesse ambiente, SAP (TG:SAP) recuou 1,48% em Frankfurt, enquanto Infineon Technologies (TG:IFX) caiu 1,62%.
O cenário inflacionário também pesou nas decisões de investidores. No Reino Unido, o índice de preços ao consumidor (CPI) anual acelerou de 3,6% em junho para 3,8% em julho, reduzindo as chances de novos cortes de juros no curto prazo pelo Banco da Inglaterra (BoE). Na zona do euro, o CPI anual ficou estável em 2%, em linha com a meta do Banco Central Europeu (BCE). A presidente do BCE, Christine Lagarde, comentou que a economia da região demonstrou resiliência no início do ano, mas destacou que os impactos das tarifas já evidenciam uma desaceleração no segundo trimestre.
Para o mercado acionário europeu, o movimento desta quarta-feira (20/08) evidencia um momento de divisão entre otimismo e cautela. Enquanto setores defensivos e índices mais diversificados encontram espaço para avanços, empresas de tecnologia e setores mais sensíveis ao ciclo de juros sofrem com realização de lucros e ajustes de expectativas.
No contexto atual, os movimentos das bolsas europeias ganham ainda mais relevância, uma vez que os principais índices, como Stoxx 600 (EU:SXXP), DAX (DBI:DAX) e CAC 40 (EU:PX1), servem de termômetro para o apetite global ao risco. As quedas em tecnologia e o avanço da inflação reforçam o ambiente de cautela que também ecoa em outras praças financeiras, como Wall Street e a B3, mantendo os investidores atentos ao rumo da política monetária do Fed e do BCE.
QUER SABER COMO GANHAR MAIS?
A ADVFN oferece algumas ferramentas bem bacanas que vão te ajudar a ser um trader de sucesso
- Monitor - Lista personalizável de cotações de bolsas de valores de vários paíeses.
- Portfólio - Acompanhe seus investimentos, simule negociações e teste estratégias.
- News Scanner - Alertas de notícias com palavras-chave do seu interesse.
- Agenda Econômica - Eventos que impactam o mercado, em um só lugar.