Ibovespa recua, seguindo o mercado dos EUA e a cautela antes dos dados de inflação e indicativos sobre juros

O Ibovespa encerrou esta segunda-feira em queda, acompanhando o movimento das bolsas americanas e refletindo a ausência de avanços nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, além da expectativa pela divulgação dos principais dados de inflação no Brasil e nos EUA, previstos para amanhã. Os investidores também analisam declarações recentes de autoridades que podem indicar os próximos passos sobre cortes na taxa de juros, tanto no Comitê de Política Monetária (Copom) quanto no Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).

O índice fechou com recuo de 0,21%, aos 135.623 pontos, com um volume negociado de R$ 13 bilhões, valor próximo à média móvel das últimas 50 sessões.

No mercado de juros, os prazos da curva avançaram até 10 pontos-base, em sintonia com os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos. O Boletim Focus mostrou nova queda nas projeções para a inflação ao final de 2025 e 2026. Para o IPCA de julho, que sai nesta terça-feira, o consenso aponta para alta mensal de 0,37% e avanço anual de 5,34%.

No câmbio, o dólar futuro para setembro subia 0,16%, cotado a R$ 5,471, enquanto o índice Dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a outras divisas, ganhava 0,32%, aos 98,58 pontos.

No campo político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que a reunião que teria com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelada, sem previsão para reagendamento. Em entrevista à GloboNews, Haddad disse que grupos ligados à extrema-direita na Casa Branca influenciaram para o cancelamento.

Segundo o Valor Econômico, Bessent é visto pelo governo brasileiro como o principal interlocutor para negociações com a administração Trump, após tentativas frustradas com outras autoridades.

Com uma agenda econômica mais leve nesta semana, o mercado está atento ao Boletim Focus, que atualiza as expectativas para a economia brasileira. A inflação projetada para 2024 recuou pela 11ª semana seguida, impulsionada pela valorização do real e preços mais comportados de alimentos e bens industrializados. A mediana para o IPCA em 2025 caiu de 5,07% para 5,05%, e em 2026, de 4,43% para 4,41%. Para 2027, a previsão permanece em 4%, acima da meta oficial de 3%.

Já as expectativas para o PIB, dólar e taxa Selic continuam praticamente estáveis.

No Banco Central, o presidente Gabriel Galípolo reafirmou, durante reunião da ACSP, que o Copom está em pausa no ciclo de alta dos juros para avaliar os efeitos do aperto monetário iniciado em setembro de 2024. Ele garantiu que o BC manterá firme seu compromisso com a meta de inflação e alertou contra interpretações equivocadas de suas falas.

No mercado corporativo, as ações da M. Dias Branco tiveram forte alta após divulgar resultados do segundo trimestre acima do esperado. Segundo a XP, o Ebitda e o lucro por ação superaram as projeções em 29% e 59%, respectivamente, impulsionados principalmente por uma maior diluição das despesas de venda.

Na Petrobras, a CEO Magda Chambriard comentou sobre rumores de que a Braskem poderia vender ativos para a Unipar, classificando a notícia como “surpresa ruim” e lembrando que a Braskem tem um sócio.

Entre os papéis que mais pressionaram o Ibovespa estiveram as ações ordinárias da Weg, Localiza e Equatorial, com quedas entre 1,5% e 2,3%. Já entre as maiores perdas percentuais, destacaram-se as ações preferenciais da Braskem (-7,76%), e ordinárias da Azzas e Vamos, com recuos acima de 4%.

No lado positivo, se destacaram as ações ordinárias da Natura (+5,86%) e as preferenciais e ordinárias da Eletrobras, que avançaram perto de 2%.

No mercado internacional, o petróleo Brent subiu 0,27%, cotado a US$ 66,77 o barril, após quedas superiores a 4% na semana passada, em meio a negociações previstas entre EUA e Rússia sobre a guerra na Ucrânia. Os Estados Unidos aumentam a pressão sobre Putin, sugerindo possíveis sanções a países que mantiverem relações comerciais com a Rússia caso não haja acordo de paz.

O presidente Donald Trump afirmou que podem ocorrer “trocas de territórios” entre Rússia e Ucrânia, e que buscará avaliar com Putin, em encontro na próxima sexta-feira, no Alasca, o caminho para um possível acordo.

No mercado de commodities, os contratos futuros do minério de ferro subiram 1,94%, cotados a US$ 109,79 por tonelada na bolsa de Dalian, com expectativa de demanda firme na China, onde as siderúrgicas estão aumentando seus estoques. A Bloomberg informou que várias usinas chinesas terão que suspender temporariamente a produção devido à poluição do ar.

Segundo Atilla Widnell, diretor da Navigate Commodities, mesmo com cortes na produção de aço, o mercado doméstico interpretou isso de forma positiva, já que a melhora nos preços e margens ajudaria a aliviar a pressão sobre custos elevados.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Banco Pan (BPAN4)

   O Banco Pan divulgou nesta segunda-feira (11/08) seus resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2025, mostrando queda de 9% no lucro líquido, para R$ 191 milhões, em comparação ao mesmo período de 2024. Frente ao primeiro trimestre deste ano, a retração foi de 17%. O desempenho foi impactado principalmente pelo avanço da inadimplência e pela queda na margem financeira gerencial. Saiba mais…

   Braskem (BRKM5) e Unipar (UNIP6)

   A Braskem S.A., maior petroquímica da América Latina, confirmou nesta segunda-feira o início de conversas com a Unipar Carbocloro S.A. sobre potenciais oportunidades envolvendo ativos ou participações societárias da companhia e de suas subsidiárias, inclusive nos Estados Unidos. Saiba mais…

   Brava Energia (BRAV3)

   A Brava Energia, empresa de energia listada na bolsa de valores brasileira (B3), anunciou a eleição unânime de Richard Kovacs como novo presidente do Conselho de Administração. A decisão ocorreu após a renúncia de Harley Lorentz Scardoelli, que continuará como membro efetivo do colegiado, reforçando o compromisso da companhia com a estabilidade e liderança em sua governança. Saiba mais…

   Cogna (COGN3) 

   A Cogna Educação S.A. anunciou a compra da Faculdade de Medicina de Dourados (FMD), localizada no Mato Grosso do Sul, em operação que somou R$ 54,4 milhões ao investimento da companhia. A aquisição contempla 60 novas vagas para o curso de medicina, aprovadas pelo Ministério da Educação em junho de 2025, elevando a Kroton Med a um total de 653 vagas distribuídas em nove localidades diferentes. Saiba mais…

   Direcional (DIRR3)

   A Direcional Engenharia S.A. anunciou que seu conselho aprovou o desdobramento das ações ordinárias na proporção de 1 para 3, sem alteração no capital social, que permanece dividido agora em 520,5 milhões de papéis. A medida foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última sexta-feira (08/08). Saiba mais…

   Intelbras (INTB3)

   A agência de classificação de risco Fitch reafirmou nesta segunda-feira (11/08) o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA-(bra)’ para a Intelbras S.A., com perspectiva estável. A confirmação do rating reflete a sólida posição da empresa no mercado brasileiro, especialmente no segmento de equipamentos eletrônicos para segurança, tecnologia da informação, comunicação e energia. Saiba mais…

   Irani (RANI3)

   A Moody’s Local BR concedeu pela primeira vez o Rating de Emissor “AA.br” à Irani Papel e Embalagem S.A., acompanhada da perspectiva “estável”. A decisão evidencia a forte posição da empresa como a quarta maior produtora de papel para embalagens no Brasil, reforçando sua competitividade no setor e a confiança dos investidores no potencial de crescimento sustentável da companhia listada na bolsa de valores brasileira (B3). Saiba mais…

   Marfrig (MRFG3)

   A China, principal destino da carne bovina brasileira, pode vir a adotar exigências ambientais semelhantes às previstas pela União Europeia em sua lei antidesmatamento.

   M.Dias Branco (MDIA3) 

   A M. Dias Branco, gigante do setor alimentício e dona de marcas como Adria, Vitarella e Zabet, reportou nesta sexta-feira (08/08) um lucro líquido de R$ 216,4 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 14% frente ao mesmo período do ano anterior. O desempenho veio acompanhado de uma elevação de 3,6% na receita líquida, que alcançou R$ 2,72 bilhões, mesmo com retração no volume de vendas. Saiba mais…

   Paranapanema (PMAM3)

   A Paranapanema reportou prejuízo líquido de R$ 257,5 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), montante 61,6% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2024.

   Petz (PETZ3)

   A Pet Center Comércio e Participações S.A. deu um passo estratégico para reforçar sua presença no segmento de serviços veterinários. Após meses de testes, a companhia expandiu a venda de seus planos de saúde para animais de estimação para 43 lojas e confirmou que a oferta chegará ao canal online a partir de 18 de agosto. Saiba mais…

   Zamp (ZAMP3)

   A Zamp S.A., dona das marcas Burger King e Popeyes no Brasil, divulgou nesta segunda-feira (11/08) seu balanço do segundo trimestre de 2025 (2T25) com prejuízo líquido de R$ 73 milhões, valor 163,6% superior ao reportado no mesmo período de 2024. O resultado negativo ocorreu mesmo com crescimento expressivo na receita e no Ebitda ajustado. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)