Deflação abaixo da projeção dos analistas reforça cautela do mercado, enquanto déficit externo pressiona câmbio e juros futuros.

Nesta terça-feira (26/08), o Banco Central do Brasil (Bacen) divulgou, às 08h30, as Transações Correntes de julho e, às 08h30, o Investimento Estrangeiro Direto. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), às 09h00, anunciou o IPCA-15 de agosto. Os resultados vieram mistos: as contas externas ficaram piores que a projeção do mercado, enquanto o fluxo de capital superou expectativas. Já a prévia da inflação registrou deflação menor que a esperada, mas com alívio anual acima do previsto. Os contratos futuros do Ibovespa (BMF:WINV25 | BMF:WINZ25) operaram em queda, refletindo a leitura de cautela do mercado.

Transações Correntes

As Transações Correntes registraram déficit de US$ 7,07 bilhões em julho, pior que a projeção de US$ 5,50 bilhões e também pior que o resultado anterior de US$ 5,13 bilhões. Esse resultado reforça a pressão sobre o setor externo, com impacto usualmente negativo para a moeda local (FX:USDBRL) e para os ativos de renda fixa, já que sinaliza maior necessidade de financiamento externo.

Investimento Estrangeiro Direto

Por outro lado, o Investimento Estrangeiro Direto surpreendeu positivamente ao somar US$ 8,32 bilhões em julho, bem acima da projeção de US$ 5,00 bilhões e do anterior de US$ 2,81 bilhões. Esse dado costuma ser interpretado como confiança do investidor estrangeiro na economia brasileira, contribuindo para suavizar pressões sobre o câmbio e melhorar expectativas de médio prazo para a bolsa de valores.

IPCA-15 Mensal

O IPCA-15 de agosto apresentou queda de 0,14%, um resultado de deflação menor do que a projeção de recuo de 0,23%, mas em contraste com a alta de 0,33% observada no mês Anterior. O mercado costuma reagir a esse indicador calibrando as apostas sobre juros (BMF:DI1FUT), já que leituras mais brandas indicam espaço para cortes adicionais na taxa Selic.

IPCA-15 Anual

No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 desacelerou para 4,95%, abaixo da Projeção de 4,88% e da leitura anterior de 5,30%. Esse movimento mostra trajetória consistente de desinflação, ainda que em ritmo mais lento que o desejado pelo Banco Central, o que mantém os investidores atentos à próxima reunião do Copom e às expectativas para os juros futuros.

Reação do Mercado

Às 10h48 desta terça-feira (26/08), o Ibovespa (BOV:IBOV) caía 0,06%, aos 137.939 pontos, enquanto o dólar comercial (FX:USDBRL) subia levemente 0,09%, cotado a R$ 5,4158. Os contratos futuros de Ibovespa registravam queda: outubro (BMF:WINV25) recuava 0,38%, a 140.340 pontos, e dezembro (BMF:WINZ25) cedia 0,34%, a 143.450 pontos. Já o dólar futuro (BMF:DOLU25) avançava 0,02%, refletindo cautela com o déficit externo e a leitura do IPCA-15.

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