Japão: Nikkei 225 encerrou em queda de 1,51% em dia de divulgação de balança comercial e encomendas de maquinário

A economia japonesa trouxe uma bateria de dados às 20h50 desta terça-feira (19/08). A balança comercial registrou déficit acima do esperado, enquanto as exportações recuaram mais que a projeção e as importações caíram em ritmo menor. Por outro lado, o núcleo das encomendas de maquinário superou amplamente as expectativas, tanto no dado anual como no mensal. Apesar da surpresa positiva na atividade industrial, o índice Nikkei 225 (NI225) reagiu negativamente e fechou o pregão em forte queda.

O saldo da balança comercial ajustada ficou em déficit de ¥0,30 trilhão, pior do que a projeção de ¥0,07 trilhão e levemente acima do déficit anterior de ¥0,25 trilhão. Normalmente, resultados abaixo do esperado pressionam a moeda local, o iene (FX:USDJPY), e podem pesar sobre o humor do mercado acionário.

As exportações caíram 2,6% em julho na comparação anual, acima da queda projetada de 2,1% e muito pior que a variação anterior de -0,5%. Já as importações recuaram 7,5%, queda mais branda que a esperada de 10,4%, mas ainda em desaceleração em relação ao dado anterior de alta de 0,3%. Esse movimento sugere desaquecimento do comércio exterior japonês, fator que costuma reduzir perspectivas de crescimento do PIB e impactar negativamente a bolsa de valores.

Em contrapartida, o núcleo das encomendas de maquinário mostrou crescimento expressivo. No comparativo anual, a alta foi de 7,6%, contra projeção de 5,0% e bem acima do dado anterior de 4,4%. No comparativo mensal, o avanço foi de 3,0%, superando a expectativa de queda de 0,4% e revertendo o recuo anterior de 0,6%. Esse indicador é um termômetro para investimentos corporativos e, quando supera expectativas, costuma favorecer ações industriais e reforçar projeções de atividade econômica.

No fechamento desta quarta-feira (20/08), o Nikkei 225 encerrou em 42.888,55 pontos, queda de 1,51%, com o dólar cotado a ¥148,80. A fraqueza da balança comercial e o recuo das exportações pesaram mais que o bom desempenho das encomendas de maquinário.

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