Meta suspende contratação de IA após gastos pesados, relata WSJ

A Meta Platforms (NASDAQ:META) suspendeu novas contratações em sua divisão de inteligência artificial após meses de recrutamento agressivo, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal publicada na quarta-feira (20).

O congelamento teria começado na semana passada e coincide com uma reformulação mais ampla das operações de IA da empresa. Além de interromper as contratações externas, a reestruturação restringe a transferência de funcionários atuais entre equipes internas de IA. Não há um cronograma definido para quando, ou se, a interrupção será suspensa.

No início deste ano, a Meta embarcou em uma onda de contratações, recrutando mais de 50 especialistas em IA e oferecendo pacotes de remuneração generosos — às vezes na faixa de nove dígitos — para atrair talentos de concorrentes como a OpenAI.

A empresa também teria usado “aquisição reversa”, absorvendo talentos de startups sem adquirir totalmente as empresas. Muitas dessas contratações foram canalizadas para uma nova unidade sob o comando do CEO Mark Zuckerberg, focada na construção de superinteligência em IA.

Como parte da reestruturação mais recente, a Meta dividirá seus negócios de IA em quatro grupos distintos, informou o Journal. Uma unidade, o TBD Lab, liderará os esforços de superinteligência; outra se concentrará em projetos de IA aplicada; uma terceira se concentrará em infraestrutura; e uma quarta — Fundamental AI Research — se dedicará à inovação e à pesquisa de longo prazo. Notavelmente, esta última permaneceu inalterada após a reestruturação.

As mudanças marcam a mais recente de uma série de reformulações na estratégia de IA da Meta neste ano. Zuckerberg assumiu um papel ativo, recrutando pessoalmente pesquisadores de empresas de tecnologia líderes, como Google (NASDAQ:GOOGL) , Apple (NASDAQ:AAPL) e OpenAI, além de executivos de startups como a Scale.

Reportagens até sugeriram que ele ofereceu até US$ 1,5 bilhão a Andrew Tulloch, cofundador do Thinking Machines Lab, para contratá-lo.

A Meta está entre os chamados “hiperscaladores de IA”, um grupo de gigantes da tecnologia que investem coletivamente centenas de bilhões de dólares para desenvolver modelos avançados e expandir a infraestrutura de data centers. Só a empresa destinou cerca de US$ 72 bilhões para investimentos em IA em 2025.

Mas essa onda de gastos excessivos atraiu a resistência dos investidores. Crescem as preocupações de que os altos investimentos, somados à generosa remuneração baseada em ações, possam prejudicar os retornos a longo prazo.

Para aumentar a inquietação dos investidores, um relatório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicado esta semana constatou que 95% das startups de IA continuam deficitárias. As ações da Meta caíram quase 5% esta semana, à medida que as dúvidas sobre a sustentabilidade dos investimentos em IA se intensificam.

A Meta, Alphabet e Apple também são negociadas na B3 por meio das BDRs (BOV:M1TA34), (BOV:GOGL34) e (BOV:AAPL34), respectivamente.

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