A Nvidia Corp. (NASDAQ:NVDA) e a Advanced Micro Devices Inc. (NASDAQ:AMD) concordaram em repassar 15% da receita obtida com a venda de chips de inteligência artificial para a China ao governo dos Estados Unidos. Em troca, as empresas receberão licenças de exportação para seus modelos H20 e MI308, respectivamente.
O acordo é considerado sem precedentes no comércio internacional de tecnologia. Nunca antes empresas americanas aceitaram dividir receita com o governo como condição para exportar produtos. A medida é vista como uma “tarifa indireta” e uma ferramenta de barganha da Casa Branca.
A abordagem transacional do presidente dos EUA Donald Trump vem utilizando tarifas e restrições comerciais como moeda de troca para obter contrapartidas econômicas.
No caso, Washington garante receita extra e mantém controle sobre a exportação de semicondutores, setor considerado na segurança nacional.
Apesar da concessão financeira, o mercado reage de forma moderada. As ações da Nvidia recuavam 0,5%, em verificação realizada durante o pré-mercado desta segunda-feira, enquanto a AMD recuava 1,1%.
A Nvidia e a Advanced Micro Devices também são negociadas na B3 por meio das BDRs (BOV:NVDC34) e (BOV:A1MD34), respectivamente.
Analistas ressaltam que, mesmo com a perda de 15% da receita, garantir acesso ao maior mercado importador de chips do mundo é um resultado positivo. O consenso no mercado é que manter 85% da receita é melhor do que perder completamente o acesso ao mercado chinês.
O mercado chinês é vital para as duas fabricantes. A Nvidia poderia gerar cerca de US$ 7 bilhões por trimestre em vendas do H20 para a China, o que renderia até US$ 1 bilhão ao governo americano. A AMD pode faturar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões anuais se as restrições forem totalmente suspensas.
A medida, no entanto, pode gerar resistência em Pequim. Autoridades e mídia estatal chinesa já criticaram o H20, alegando supostas vulnerabilidades de segurança e a possibilidade de “backdoors” que permitiriam controle remoto. A Nvidia nega veementemente essas acusações e afirma que a segurança cibernética é prioridade.
Especialistas alertam que, no longo prazo, o acordo pode abrir precedentes para que Washington exija fatias maiores de receita ou amplie o modelo para outros setores. Isso poderia gerar instabilidade para empresas que dependem de mercados externos, especialmente nos setores de IA e semicondutores.
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