Preços do petróleo se recuperam com Trump impondo tarifas à Índia sobre importações de petróleo bruto russo

Os preços do petróleo tiveram uma recuperação modesta no pré-mercado dos EUA na quinta-feira (7), recuperando-se das mínimas de dois meses depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, intensificou a pressão comercial sobre a Índia para manter as importações de petróleo da Rússia.

O mercado foi impulsionado por uma mistura de tensão geopolítica, preocupações com a oferta e busca por pechinchas técnicas, apesar dos temores constantes sobre o aumento da produção da OPEP+ e a desaceleração da demanda mundial.

Às 08h01 (horário de Brasília), os futuros do petróleo Brent para outubro subiam 0,88%, para US$ 67,48 o barril, enquanto os futuros do WTI ganhavam 0,9%, chegando a US$ 63,93.

Bomba tarifária atinge o comércio de petróleo da Índia

Trump assinou um novo decreto na quarta-feira que eleva as tarifas americanas sobre a Índia para 50%, citando o contínuo comércio de energia de Nova Déli com Moscou. As tarifas entrarão em vigor 21 dias após 7 de agosto, aumentando as tensões entre Washington e um dos maiores consumidores de petróleo da Ásia.

O presidente dos EUA também sugeriu possíveis tarifas sobre a China, que também aumentou suas compras de petróleo russo com desconto.

A medida visa isolar ainda mais Moscou economicamente e pressioná-la a encerrar a invasão da Ucrânia.

Enquanto isso, esforços diplomáticos parecem estar em andamento: altos funcionários americanos desembarcaram em Moscou esta semana, e Trump estaria se preparando para uma possível reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir um cessar-fogo.

Analistas alertam que penalizar os maiores compradores de petróleo da Rússia pode causar interrupções significativas nas cadeias de suprimentos globais — e potencialmente desviar a demanda para outras nações produtoras de petróleo.

Analistas: Janela de negociação ainda aberta

Ainda assim, os mercados podem ter tempo para se ajustar. “O período de carência de 21 dias para as tarifas indianas ainda deixou a porta aberta para negociações”, observaram analistas do ANZ, sugerindo que uma resolução diplomática é possível antes que as tarifas entrem em vigor.

Preocupações com a produção e a demanda da OPEP+ pesam sobre o petróleo

Apesar da recuperação, o petróleo continua em território de baixa, pressionado pelas preocupações com a demanda global e pela expansão da produção da aliança OPEP+.

Em sua mais recente ação, a OPEP+ concordou em aumentar a produção em setembro, desfazendo mais cortes que estavam em vigor desde 2022. O grupo está ansioso para aumentar as receitas em meio à persistente fraqueza dos preços.

Ao mesmo tempo, dados macroeconômicos dos EUA e da China continuam decepcionantes, reforçando temores de que a demanda por petróleo possa estar estagnada — especialmente em setores industriais importantes.

No entanto, houve um ponto positivo nos dados desta semana. Dados do governo americano mostraram uma queda inesperada de 3 milhões de barris nos estoques, em comparação com a expectativa de um aumento de 200.000 barris — um sinal de que o consumo doméstico pode ser mais resiliente do que o esperado.

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