Stablecoins podem movimentar mais de US$ 1 trilhão em pagamentos até 2030

Um relatório conjunto da Keyrock e da Bitso projeta que os pagamentos com stablecoins ultrapassarão US$ 1 trilhão anuais até o fim desta década, impulsionados por avanços regulatórios, maior liquidez e integração em setores como B2B, P2P e transações com cartão.

O estudo, elaborado com mais de 45 especialistas de empresas como Circle (NYSE:CRCL), Ripple e Gnosis Pay, destaca que as stablecoins já representam mais de 1% do agregado monetário M2 dos EUA, frente a 0,04% em 2020. Em um cenário otimista, essa participação pode chegar a 10,4% até 2030.

Nos mercados emergentes, que concentram 85% da população mundial e são pouco atendidos pela infraestrutura financeira tradicional, as stablecoins estão reduzindo custos e prazos de liquidação. Enviar US$ 200 por banco pode custar até 13% e levar dias; via stablecoin, o processo é concluído em segundos por menos de 1%.

A liquidação cambial on-chain é apontada como a maior oportunidade ainda não explorada. O mercado de FX movimenta US$ 7,5 trilhões por dia, mas liquida majoritariamente em T+2. Com stablecoins, seria possível realizar swaps atômicos quase instantâneos, reduzindo riscos de contraparte e custos operacionais.

No segmento B2B, as stablecoins oferecem rendimento sobre reservas e eliminam ciclos de corte, permitindo uso imediato para folha de pagamento e fornecedores. No P2P, plataformas como a Bitso já movimentam mais de 10% das remessas EUA e México, com US$ 850 milhões processados apenas em julho.

O uso em cartões vinculados a stablecoins cresce rapidamente, com volumes mensais passando de US$ 250 milhões em 2023 para mais de US$ 1 bilhão no início de 2025. Essa integração amplia o alcance no varejo ao unir a rede global da Visa (NYSE:V) (BOV:VISA34) e Mastercard (NYSE:MA) (BOV:MSCD34) à programabilidade do blockchain.

Segundo o relatório, a próxima etapa será a adoção generalizada por grandes fintechs, tornando as stablecoins parte estrutural da liquidação global. Ao acelerar pagamentos, sua expansão pode influenciar a política monetária dos EUA, já que emissores detêm grandes volumes de títulos do Tesouro, afetando taxas de curto prazo.

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