TCU aponta falhas em cálculo da antecipação de recebíveis da Eletrobras e reduz benefício previsto

Decisão do Tribunal de Contas da União indica que projeção inicial de ganho de R$ 500 milhões caiu para R$ 46,5 milhões, impactando expectativa de desconto na conta de luz e investidores das ações ELET3 na B3.

O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou inconsistências no cálculo de antecipação de recebíveis relacionados à desestatização da Eletrobras (BOV:ELET3). Segundo a Corte, o benefício estimado em R$ 500 milhões foi revisto para apenas R$ 46,5 milhões, uma diferença significativa que reduziu em 11 vezes a projeção inicial.

A revisão chama a atenção porque o valor deveria representar alívio maior nas tarifas de energia elétrica, mas, na prática, o desconto médio foi de apenas 0,02% para o consumidor. Para o TCU, CCEE e MME devem adotar critérios mais robustos em estudos futuros que embasam políticas setoriais de alto impacto.

O processo teve origem em questionamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), após a operação que liquidou antecipadamente empréstimos da “Conta Covid” e da “Conta Escassez Hídrica”, pagos via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Embora a medida tenha cumprido a função de reduzir custos financeiros, o resultado final foi bem inferior ao esperado.

No pregão desta quinta-feira (28/08), as ações da Eletrobras registravam leve alta de 0,62%, cotadas a R$43,77 às 10h25. O papel abriu o dia a R$43,86, oscilando entre mínima de R$43,50 e máxima de R$43,86, com volume de 312 mil negociações até o momento. Apesar do questionamento regulatório, o ativo segue dentro da faixa de preços de 52 semanas, entre R$33,36 e R$45,81.

A Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) é a maior companhia do setor elétrico da América Latina, atuando em geração, transmissão e comercialização de energia. Após o processo de privatização, a companhia tem focado em aumentar eficiência operacional e atrair investidores para ampliar sua capacidade de investimento. Seus principais concorrentes incluem Engie Brasil (BOV:EGIE3) e Isa Cteep (BOV:TRPL4).

👉 Para os investidores, o caso reforça a importância de acompanhar os desdobramentos regulatórios do setor elétrico, que podem afetar tanto a percepção de risco quanto o desempenho das ações ELET3 na bolsa de valores.