Ações da AstraZeneca caem com expansão de £ 200 milhões em Cambridge interrompida

As ações da AstraZeneca (LSE:AZN) caíam quase 3% durante as negociações de segunda-feira, 15 de setembro de 2025, depois que a gigante farmacêutica decidiu suspender um investimento de £ 200 milhões (US$ 271 milhões) em seu campus de pesquisa em Cambridge.

O projeto, que deveria criar cerca de 1.000 empregos, representa o recuo mais recente de uma empresa farmacêutica sediada no Reino Unido. A expansão havia sido anunciada em março de 2024, mas o financiamento não está avançando no momento.

No início deste ano, em janeiro, a AstraZeneca também cancelou os planos de investir £ 450 milhões em uma unidade de produção de vacinas no norte da Inglaterra, após o governo do Reino Unido reduzir o apoio. Da mesma forma, a concorrente americana Merck & Co. (NYSE:MRK) abandonou os planos para um centro de pesquisa em Londres esta semana, citando o clima de negócios desafiador do país.

Quando questionada sobre seus próprios planos de investimento após o anúncio da Merck (BOV:MRCK34), a AstraZeneca (BOV:A1ZN34) confirmou que o projeto de Cambridge estava suspenso.

“Reavaliamos constantemente as necessidades de investimento da nossa empresa e podemos confirmar que nossa expansão em Cambridge está pausada”, disse um porta-voz da AstraZeneca.

A decisão representa um revés para o governo do primeiro-ministro Keir Starmer, ocorrendo poucos dias antes da visita de Estado do presidente americano Donald Trump ao Reino Unido. Em julho, a AstraZeneca — a maior empresa do FTSE 100 — anunciou um plano de expansão de US$ 50 bilhões nos EUA até 2030, parte de uma onda de reações das farmacêuticas às políticas tarifárias de Trump.

Trump criticou o Reino Unido e a Europa por não pagarem o suficiente por medicamentos, enquanto as empresas farmacêuticas argumentam que o Reino Unido subestima os medicamentos e a inovação. Após abandonar o plano de instalação de um local para vacinação, o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, pediu ao governo que melhore o ambiente de investimento.

A Associação da Indústria Farmacêutica Britânica alertou esta semana que o Reino Unido está “sendo cada vez mais descartado como um local viável para investimentos farmacêuticos”, à medida que as negociações sobre as contribuições de receita para o NHS estagnam.

Em um esforço para neutralizar o potencial impacto das tarifas farmacêuticas de Trump, Londres e Washington concordaram em maio em trabalhar para alcançar “resultados de tratamento significativamente preferenciais para produtos farmacêuticos”, incluindo a melhoria das condições para as empresas que operam no Reino Unido.

Enquanto isso, as farmacêuticas globais continuam pressionando por preços mais altos para medicamentos no exterior em resposta à pressão de Trump, com a Eli Lilly (NYSE:LLY) (BOV:LILY34) recentemente aumentando o preço do Mounjaro, medicamento para emagrecimento, em 170% no Reino Unido.

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