Confiança da indústria brasileira ficou estável em setembro, mas expectativas futuras recuam

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pelo FGV IBRE, registrou leve alta de 0,1 ponto em setembro, alcançando 90,5 pontos. Apesar disso, a média móvel trimestral recuou 2,1 pontos, ficando em 91,9 pontos, o que indica que o setor ainda enfrenta desafios importantes.

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“Após três meses de piora, a confiança da indústria se mantém estável em setembro. A melhora das avaliações sobre o momento atual dos negócios possui característica compensatória após o resultado mais fraco no mês passado, enquanto os estoques continuam em patamar acima do desejável na grande maioria dos segmentos. Quanto ao futuro, o sentimento de pessimismo é notado em todas as categorias de uso. O resultado da sondagem está em linha com a complexidade do ambiente macroeconômico para o setor industrial. Neste segundo semestre, os empresários indicam desaceleração da atividade econômica, resultado de um ambiente de contração da política monetária e de aumento da incerteza, amplificada pelas questões externas envolvendo EUA e Brasil.”, comenta Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.

Segundo a pesquisa, em setembro, 9 dos 19 segmentos industriais analisados apresentaram melhora de confiança. O movimento foi puxado pelo avanço de 1,6 ponto no Índice Situação Atual (ISA), que chegou a 95,0 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,5 ponto, marcando 86,1 pontos, o pior patamar desde junho de 2020, quando havia atingido 75,8 pontos.

Esse resultado mostra que, embora o presente traga sinais de estabilidade, a percepção de futuro segue marcada pelo pessimismo. Para o mercado financeiro, essa combinação pode significar pressão adicional sobre a bolsa de valores brasileira (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT), volatilidade no câmbio da Paridade Dólar Americano e Real Brasileiro (FX:USDBRL) e cautela no mercado de títulos públicos, em um cenário onde a indústria ainda não mostra força suficiente para acelerar a economia.

No contexto atual, a sondagem reforça a relevância do setor industrial como termômetro do crescimento econômico. Mesmo com a pequena melhora pontual em setembro, o pessimismo nas expectativas futuras indica que a confiança empresarial deve permanecer sensível às decisões de política monetária no Brasil e ao ambiente global, em especial nas relações entre norte-americanos e brasileiros.

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