Mercado de ações pode “ficar mais cauteloso” se o Fed retomar os cortes nas taxas, alerta o JPMorgan

Os mercados de ações que recentemente mostraram fortes ganhos podem adotar uma postura mais cautelosa se o Federal Reserve reiniciar a flexibilização da política monetária durante esta semana, de acordo com analistas do JPMorgan Chase (NYSE:JPM).

Os investidores parecem ter se consolado com a perspectiva de custos de empréstimos mais baixos, usando-a para “olhar além” dos recentes dados fracos do mercado de trabalho dos EUA, observaram os analistas. Os principais índices de ações dos EUA têm se mantido próximos de níveis recordes, com o Nasdaq Composite, em particular, atingindo uma nova máxima histórica de fechamento na sexta-feira.

“Mas o risco é que isso mude”, escreveram. “Assim que a flexibilização for retomada, as ações podem ficar mais cautelosas por um tempo e precificar mais riscos de queda, o que, na prática, reprecifica a postura atual, potencialmente complacente.”

Em nota ao cliente, a equipe do JPMorgan (BOV:JPMC34) liderada por Mislav Matejka destacou que, historicamente, os índices amplos tendem a se consolidar quando o banco central dos EUA retoma um ciclo de cortes de taxas, acrescentando que as ações então “estagnaram por alguns meses e avançaram depois disso”.

Os investidores estão agora quase certos de que o Fed cortará as taxas de juros ao final de sua última reunião de dois dias, na quarta-feira. Sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA reforçam as expectativas de que as autoridades aprovarão a primeira redução de juros desde a suspensão dos cortes em dezembro. Embora a redução das taxas possa, em teoria, impulsionar o investimento e as contratações, também pode aumentar a pressão inflacionária.

Na semana passada, o índice mensal de preços ao consumidor dos EUA subiu ligeiramente devido ao aumento dos custos de moradia e alimentação, indicando uma potencial inflação persistente.

Enquanto isso, um indicador separado, mostrando um aumento nos pedidos iniciais de auxílio-desemprego semanais, provavelmente manteve o caminho para um corte de juros no caminho certo.

De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, há atualmente cerca de 95% de probabilidade de uma redução de 25 pontos-base e aproximadamente 5% de chance de um corte de meio ponto. A meta de juros do Fed agora está entre 4,25% e 4,5%.

Em meio a esse ambiente, os analistas do JPMorgan mantiveram sua “visão otimista” sobre as ações de mercados emergentes, descrevendo-as como “subutilizadas” e negociadas com avaliações “atrativas”. Eles também observaram que o “pior” da incerteza comercial já passou.

Em nível setorial, as ações de mineração foram destacadas como propensas a “desempenho melhor”, impulsionadas em parte por uma “perspectiva mais forte” na China.

Os analistas também reiteraram seu apoio aos títulos públicos de longa duração e alertaram que a recente estabilização do dólar americano entre julho e agosto “pode ​​não durar”. O índice do dólar, que acompanha a cotação da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, deve cair de 4% a 5% nos próximos seis meses.

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