Os Estados Unidos estudam adotar sanções contra o Banco do Brasil (BOV:BBAS3) e restringir a importação de óleo diesel da Rússia pelo Brasil, em um movimento que pode ampliar tensões comerciais e regulatórias entre os dois países. A decisão final depende do presidente Donald Trump, que ainda pode rever sua posição.
Segundo fontes próximas ao governo norte-americano, a sanção mais iminente seria contra o Banco do Brasil. A medida surge no contexto do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, iniciado na terça-feira (02/09), e da aplicação da Lei Magnitsky, que autoriza punições a instituições financeiras ligadas a pessoas sob sanções, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro Flavio Dino, também do STF, destacou em 18 de agosto que “leis, decisões judiciais, decretos ou ordens executivas de outros países não têm eficácia no Brasil a não ser que sejam homologados pela Justiça brasileira ou aprovados conforme a Constituição e as leis nacionais”.
No dia seguinte, o Banco do Brasil emitiu nota oficial reafirmando que “atua em plena conformidade à legislação brasileira, às normas dos mais de 20 países onde está presente e aos padrões internacionais que regem o sistema financeiro”, acrescentando ainda que “está preparado para lidar com temas complexos e sensíveis que envolvem regulamentações globais”.
O motivo do embate veio à tona quando, em 21 de agosto, um banco cancelou o cartão Mastercard do ministro Alexandre de Moraes, e o Banco do Brasil teria oferecido um cartão da bandeira Elo. Esse episódio é a justificativa para o Tesouro norte-americano considerar medidas contra a instituição estatal brasileira.
Se aplicadas, tais sanções poderiam ter impacto direto sobre as ações do Banco do Brasil (BOV:BBAS3), gerando volatilidade na bolsa de valores e elevando o risco reputacional do banco. Investidores podem precificar incertezas adicionais, sobretudo em operações internacionais da instituição.
O cenário ganha peso quando comparado a precedentes. O BNP Paribas, em 2014, foi condenado a pagar US$ 9 bilhões por violar sanções norte-americanas ao negociar com Sudão, Irã e Cuba. Já o Standard Chartered recebeu multas bilionárias por operações ligadas a países como Irã, Mianmar e Sudão, com a última, em 2019, chegando a US$ 1,1 bilhão.
Paralelamente, os Estados Unidos também discutem manter tarifas de 50% em setores estratégicos, como celulose, pecuária, soja e madeireiras, além de criticar propostas brasileiras de regulação em inteligência artificial, data centers e streaming. Associações norte-americanas alegam que as vantagens competitivas do Brasil estariam ligadas a desmatamento ilegal e trabalho forçado, pressionando Washington a fechar o mercado.
Outro ponto de tensão é o comércio de óleo diesel. Fontes em Washington afirmam que Trump pode elevar para 50% a tarifa sobre as importações brasileiras de diesel russo, seguindo medida já aplicada contra a Índia. Essa decisão pode sair em até dez dias e teria efeito imediato sobre a balança comercial do Brasil, que importou US$ 12,5 bilhões em produtos russos no último ano, sobretudo combustíveis e fertilizantes.
Se confirmadas, essas medidas trariam impacto não apenas sobre as ações do Banco do Brasil (BOV:BBAS3), mas também sobre a cotação do dólar (FX:USDBRL) e o mercado de títulos, uma vez que o risco Brasil poderia ser reprecificado por investidores estrangeiros. O movimento também adicionaria pressão ao contrato futuro de Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT), refletindo o aumento da percepção de risco político e comercial.
No contexto atual, em que os investidores monitoram de perto as tensões geopolíticas e comerciais, a possibilidade de sanções contra o Banco do Brasil e tarifas adicionais sobre o diesel russo coloca a economia brasileira em posição delicada no cenário internacional. Esses desdobramentos devem influenciar diretamente o comportamento da bolsa de valores e do câmbio nos próximos dias.
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