Cinco temas de mercado para ficar de olho na semana

Um novo recrudescimento das tensões comerciais entre EUA e China deve dominar a atenção dos investidores esta semana, mesmo com os futuros dos EUA subindo na segunda-feira, após o presidente americano Donald Trump adotar um tom menos conflituoso.

A inteligência artificial também deve permanecer em destaque, com a Oracle Corporation sediando um grande evento. Enquanto isso, os resultados da ASML Holding NV e da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company podem fornecer mais pistas sobre o boom da IA, e os grandes bancos estão prestes a iniciar a temporada de balanços.

Tensões comerciais em foco

Novos comentários do presidente Trump sobre as relações comerciais entre EUA e China estão moldando o sentimento no início da nova semana.

No fim de semana, Trump tranquilizou os investidores dizendo que tudo ficaria “bem” e que Washington não estava querendo “prejudicar” a China — uma mudança perceptível em relação ao seu tom mais duro no final da semana passada.

Na sexta-feira, Trump perturbou os mercados ao sugerir que poderia aplicar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e impor controles de exportação sobre “todo e qualquer software crítico” até 1º de novembro. Ele também insinuou incerteza em torno de uma reunião planejada com o presidente Xi Jinping na Coreia do Sul no final deste mês.

Embora esses comentários tenham pesado em Wall Street na sexta-feira, os futuros se recuperaram na segunda-feira. Analistas da Capital Economics observaram que a situação poderia melhorar se “a cabeça fria prevalecesse”.

Mundo da IA ​​da Oracle

Mesmo com as tensões comerciais aumentando, a IA continua sendo um fator determinante no mercado.

“A IA é a força mais importante em todo o mercado”, escreveram analistas da Vital Knowledge, acrescentando que “os catalisadores relacionados a ela são cruciais”.

Os investidores estarão atentos à conferência AI World da Oracle (BOV:ORCL34), que acontece em Las Vegas esta semana. O evento acontece até 16 de outubro, após uma alta recorde nas ações da Oracle em setembro.

Na ocasião, a empresa afirmou que a receita de sua divisão de nuvem estava a caminho de ultrapassar meio trilhão de dólares, destacando a enorme demanda corporativa por ferramentas habilitadas para IA. Quaisquer atualizações sobre margens, fluxo de caixa ou direção estratégica podem ter um impacto significativo no setor.

Lucros da ASML e da TSMC

Espera-se que os lucros da ASML (BOV:ASML34) e da TSMC (BOV:TSMC34) ofereçam mais informações sobre a atual onda de investimentos em IA.

Em julho, a ASML alertou que o crescimento em 2026 poderia ser limitado por atrasos nos investimentos em fábricas de chips dos EUA, atrelados à incerteza comercial. O alerta ofuscou as reservas líquidas trimestrais mais fortes do que o esperado, de € 5,54 bilhões, impulsionadas pela demanda por seus sistemas de litografia EUV.

A TSMC, maior produtora mundial de chips avançados, deve reportar um aumento de 28% nos lucros no terceiro trimestre, segundo a Reuters. Os resultados da empresa, divulgados na quinta-feira, devem mostrar um lucro líquido recorde de T$ 415,4 bilhões, apoiado por um aumento de 30% na receita.

Início dos lucros dos bancos

A temporada de resultados trimestrais começa esta semana com os principais bancos dos EUA.

O JPMorgan Chase & Co. (BOV:JPMC34) divulga seus resultados na terça-feira, seguido pelo Goldman Sachs (NYSE:GSGI34), Citigroup (BOV:CTGP34), Wells Fargo (BOV:WFCO34), Bank of America (BOV:BOAC34) e Morgan Stanley (BOV:WFCO34).

Embora os analistas tenham permanecido otimistas em relação ao setor, rendimentos mais fracos podem pressionar a receita líquida de juros, e um mercado de trabalho mais fraco pode pesar sobre a qualidade do crédito. Com a divulgação de vários dados econômicos adiados pela paralisação do governo americano, os mercados podem recorrer aos comentários dos bancos em busca de pistas sobre a saúde da economia.

Jamie Dimon já alertou que as ações dos EUA podem enfrentar uma correção acentuada nos próximos seis a 24 meses.

Novo recorde do Ouro

O ouro atingiu novos recordes na segunda-feira, à medida que novas tensões comerciais impulsionaram a demanda por ativos de refúgio seguro.

O ouro à vista subia 1,4%, para US$ 4.075,25 a onça, às 06h51 (horário de Brasília), após atingir a máxima histórica de US$ 4.078,05 no início da sessão. Os contratos futuros de ouro nos EUA subiam 2,4%, para US$ 4.097,02 a onça, seguidos pela prata.

Os preços dispararam depois que Trump reacendeu as preocupações comerciais na sexta-feira, levando os investidores a migrarem para portos seguros tradicionais. Embora sua postura mais branda no fim de semana tenha proporcionado algum alívio, os investidores permanecem atentos a mudanças abruptas de política monetária por parte da Casa Branca.

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