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Diplomacia global acalma tensões, mas mercados tremem com fraudes bancárias e incertezas fiscais

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Avanços em diálogos com China e Rússia oferecem esperança para paz, enquanto Zelensky busca apoio em Washington e Brasil avança em negociações comerciais.

Em um mundo ainda marcado por conflitos e instabilidades econômicas, sinais positivos de diplomacia multilateral surgem como um bálsamo para os ânimos globais. A confirmação da viagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Coreia do Sul no final de outubro, com potencial encontro com o líder chinês Xi Jinping, representa um passo crucial para descongelar relações bilaterais tensas entre Washington e Pequim. De acordo com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, o encontro está “em rota” durante o fórum da APEC em Gyeongju, entre 31 de outubro e 1º de novembro, apesar de recentes ameaças de tarifas de até 100% sobre importações chinesas em resposta a controles de exportação de terras raras por parte de Pequim. Analistas veem nessa cúpula uma oportunidade para Trump reafirmar sua agenda de “paz através da força”, buscando acordos comerciais que evitem uma escalada comercial que poderia custar bilhões às economias globais, especialmente em um momento em que a China enfrenta pressões internas de crescimento lento.

Paralelamente, os progressos relatados na conversa telefônica de mais de duas horas entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, na quinta-feira (16 de outubro), acendem uma luz no fim do túnel para o conflito na Ucrânia. Trump descreveu o diálogo como “produtivo”, destacando “grandes avanços” em direção a um cessar-fogo, com planos para uma cúpula em Budapeste, na Hungria, nas próximas duas semanas. O presidente americano mencionou que Putin o parabenizou pelo recente acordo de cessar-fogo em Gaza, sugerindo que o sucesso no Oriente Médio poderia inspirar negociações semelhantes no Leste Europeu. No entanto, o Kremlin enfatizou que qualquer avanço depende de concessões ucranianas, enquanto Trump adiou decisões sobre o envio de mísseis Tomahawk a Kiev, afirmando que os EUA precisam deles para si mesmos. Essa abordagem equilibrista reflete a estratégia de Trump de se posicionar como mediador global, mas também levanta questionamentos sobre a consistência de sua política externa, especialmente com críticas de que ele prioriza acordos bilaterais em detrimento de alianças multilaterais como a OTAN.

Hoje, 17 de outubro, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky será recebido na Casa Branca por Trump, em um encontro que promete ser pivotal para o futuro do apoio americano à Ucrânia. Zelensky, que chegou a Washington na quinta-feira, já reuniu-se com executivos da Raytheon, fabricante dos mísseis Tomahawk, e com legisladores, pressionando por defesas aéreas avançadas e capacidades de longo alcance para contra-atacar alvos russos em território inimigo. O presidente ucraniano descreveu as recentes greves russas como “sanções ucranianas de longo alcance”, comparando-as a embargos econômicos, mas alertou que sem mais armas, Kiev corre risco de colapso energético total. Trump, por sua vez, prometeu discutir a ligação com Putin no Oval Office, mas analistas como John Bolton, ex-assessor de segurança nacional, criticam o timing, vendo-o como uma concessão prematura a Moscou. Esse almoço fechado, marcado para as 20h no horário de Moscou, não só testa a resiliência da aliança EUA-Ucrânia, mas também pode influenciar o moral das tropas em Donbas, onde os combates se intensificam.

No coração dessa tempestade geopolítica, o alívio vem de múltiplos fronts, mas não sem sombras. A diplomacia americana parece finalmente ganhar tração, com Trump posicionando-se como o arquiteto de uma “nova era de paz”, ecoando sucessos recentes no Oriente Médio. No entanto, o que realmente abalou os mercados ontem foram as alegações de fraudes denunciadas por dois grandes bancos regionais americanos, Zions Bancorp e Western Alliance Bancorp, que enviaram ondas de choque por Wall Street. O Zions anunciou uma perda de US$ 50 milhões em dois empréstimos comerciais na Califórnia, enquanto a Western Alliance processou o fundo de investimentos Cantor Group V por suposta fraude em hipotecas comerciais distressed, levando suas ações a cair 11% e 13%, respectivamente. Esses incidentes reacenderam memórias da crise bancária de 2023, com investidores temendo um contágio para empréstimos ruins em um setor já pressionado por juros altos e slowdown econômico.

O termômetro do medo em Wall Street, o índice VIX da Cboe, disparou impressionantes 22,6% na quinta-feira, atingindo 25,31 – seu nível mais alto em quase quatro meses –, refletindo uma fuga para ativos seguros como ouro, que bateu recordes acima de US$ 2.700 por onça. Bancos maiores como Bank of America e Citigroup caíram mais de 1,5% em negociações pré-mercado nesta sexta, enquanto o Dow Jones despencou 350 pontos em futuros, sinalizando uma abertura volátil. Analistas da Wolfe Research apontam que, apesar do setor bancário ter subido 22% em 2025, esses escândalos expõem vulnerabilidades em empréstimos comerciais, agravadas por um impasse no shutdown governamental americano, que trava aprovações de orçamentos e aumenta a incerteza regulatória. Essa turbulência não só erode a confiança dos investidores, mas também pressiona o Federal Reserve a considerar cortes de juros mais agressivos para estabilizar o crédito, em um ano já marcado por tarifas comerciais e recessão fantasma.

Aqui no Brasil, a boa notícia emerge da diplomacia em Washington, onde o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o representante comercial Jamieson Greer, em conversas descritas como “muito positivas” sobre comércio e questões bilaterais. Os dois lados concordaram em agendar um encontro entre Trump e o presidente Lula “o mais breve possível”, visando normalizar relações congeladas por meses devido a tarifas de 40% sobre importações brasileiras impostas em julho. Vieira destacou que as discussões técnicas foram “produtivas”, focando em café – uma preocupação de Trump – e acordos que abram caminhos para investimentos mútuos, como na bioeconomia amazônica e energias renováveis. Essa reaproximação, após uma ligação Trump-Lula na semana passada, é vista como um sopro de otimismo para exportadores brasileiros, especialmente em soja e minério, e pode mitigar impactos de uma potencial guerra comercial EUA-China, onde o Brasil atuaria como fornecedor alternativo.

No entanto, o otimismo é temperado pela indefinição em torno do Orçamento de 2026, que amplia receios com o risco fiscal doméstico. O governo Lula estima cortes de R$ 330 bilhões em gastos de 2025 a 2030, com R$ 72 bilhões só em 2025-2026, focando em programas sociais como Bolsa Família e reajustes salariais mínimos, mas projeções de crescimento do PIB em apenas 1,5% para 2026 – segundo o BBVA Research – ameaçam subestimar receitas tributárias em dezenas de bilhões. O colapso de uma proposta de reforma tributária na Câmara na semana passada, que visava elevar impostos sobre isenções legais, compromete o arcabouço fiscal, com a dívida pública projetada para 84% do PIB. Economistas como Tiago Sbardelotto, da XP Investimentos, alertam que, sem ajustes adicionais de R$ 21,8 bilhões em receitas, o superávit primário de 0,25% do PIB vira ilusão, forçando congelamentos orçamentários que agravam desigualdades sociais.

Essa incerteza fiscal, agravada por juros altos em 15% e choques climáticos como secas no Centro-Oeste, pinta um quadro de fragilidade para o real, que já depreciou 27% em 2024. O FMI, em relatório recente, adverte que uma deterioração global – como tensões EUA-China – poderia reduzir o crescimento brasileiro em 0,5 ponto percentual em 2026, elevando a inflação para acima de 4,8%. No Planalto, o ministro Fernando Haddad minimiza os riscos, defendendo um ajuste gradual, mas opositores como o ex-presidente Jair Bolsonaro criticam a “falta de coragem” em reformas estruturais, como a previdenciária, cujo déficit deve atingir 6% do PIB até 2060. Com eleições presidenciais em 2026 no horizonte, o governo equilibra austeridade com populismo, correndo o risco de uma recessão que teste a resiliência da economia emergente.

Em resumo, enquanto a diplomacia de Trump oferece vislumbres de estabilidade geopolítica – da Ásia à Europa Oriental –, os mercados globais navegam em águas turbulentas, com fraudes bancárias americanas e dilemas fiscais brasileiros como âncoras pesadas. Zelensky, em sua visita à Casa Branca, carrega o peso de uma nação em guerra, buscando não só armas, mas credibilidade em negociações que podem redefinir o mapa de poder. Para o Brasil, o sucesso das conversas em Washington pode ser o contrapeso perfeito à sombra do Orçamento 2026, transformando riscos em oportunidades para uma parceria transatlântica mais robusta. Investidores e líderes mundiais aguardam, atentos, se esses fios diplomáticos tecem uma rede de paz ou apenas adiam a próxima crise.

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