Dólar Futuro em forte reação nesta sexta-feira (10/10)

O Dólar Futuro (BMF:DOLU25) | (BMF:WDOU25) voltou a mostrar força nesta quinta-feira, encerrando o pregão acima da média móvel de 21 dias e retomando um sinal técnico de alta no curto prazo. Com IFR acima de 50 e inclinado para cima, o movimento sugere que o dólar pode estender seu repique nas próximas sessões.

Os níveis de resistência imediata estão em R$ 5,420, com projeções mais ambiciosas em R$ 5,475 e R$ 5,580, segundo retrações de Fibonacci. A configuração técnica ganha ainda mais relevância diante de um ambiente global de maior cautela, refletido na perda de fôlego do S&P 500 futuro e na indefinição do Ibovespa (BOV:IBOV).

Por outro lado, uma perda dos R$ 5,350 poderia enfraquecer esse cenário altista, levando o contrato a buscar suportes em R$ 5,322 ou R$ 5,240. Essa faixa de preços funciona como uma zona técnica importante, já testada em ciclos anteriores.

No intraday, a força compradora também é visível. O WDOFUT apresenta tendência lateral no gráfico de 60 minutos, mas com viés altista nos tempos gráficos de 15 e 5 minutos. Esse descompasso entre horizontes temporais costuma favorecer operações de curtíssimo prazo, mas ainda não garante uma reversão estrutural mais longa.

O dólar ganhou impulso adicional com a incerteza externa. O S&P futuro, embora ainda em tendência de alta, começou a perder tração no curto prazo. IFR e MACD apontam para baixo, e um fechamento abaixo dos 6.750 pontos poderia reforçar a busca dos investidores por ativos de proteção, como o próprio dólar.

O Ibovespa, por sua vez, encontra-se vulnerável. A perda dos 141.000 pontos acionaria uma movimentação corretiva mais robusta, ampliando o fluxo comprador no câmbio. Em momentos como esse, a correlação negativa entre bolsa e dólar tende a se intensificar.

A curva de juros doméstica também dialoga com esse cenário. Os contratos de juros futuros com vencimento em janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) e janeiro de 2033 (BMF:DI1F33) operam tecnicamente indefinidos, mas IFRs apontam para queda — sugerindo que o mercado começa a precificar algum alívio nas taxas. Juros mais baixos, por si só, não seguram o real quando o fluxo externo aperta.

No ambiente global, a divulgação dos dados de expectativa inflacionária e confiança do consumidor nos EUA pode ser o gatilho que faltava para um movimento mais direcional. Se os números vierem acima do esperado, o dólar global pode ganhar ainda mais tração, pressionando moedas emergentes.

Outro fator a monitorar é o Bitcoin Futuro. Ativos digitais tendem a se comportar como proxy de apetite ao risco, e seu IFR apontando para baixo após sobrecompra reforça a narrativa de um mercado mais defensivo no curto prazo.

Empresas com peso exportador na B3 — como VALE3, SUZB3 e ABEV3 — também costumam se beneficiar de movimentos de alta do dólar, o que pode criar assimetrias interessantes no mercado acionário doméstico.

Em resumo, o dólar futuro reassumiu protagonismo no curto prazo. Enquanto os mercados de ações patinam em zonas de indefinição técnica, a moeda americana se apresenta como um dos poucos ativos com sinal direcional mais claro.

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