Dow Jones, S&P e Nasdaq futuros caem devido a temores bancários

Os futuros de Wall Street recuaram na sexta-feira, 17 de outubro de 2025, com a retomada das preocupações com a saúde dos bancos regionais dos EUA combinada com as persistentes tensões comerciais entre Washington e Pequim.

A Oracle Corporation (NYSE:ORCL) compartilhou uma perspectiva otimista de longo prazo, impulsionada pela crescente demanda por IA, a CSX Transportation (NASDAQ:CSX) divulgou o balanço, e a Micron Technology (NASDAQ:MU) estaria se preparando para interromper o fornecimento de chips de servidor para data centers chineses. Enquanto isso, os preços do ouro atingiram território recorde.

Futuros ampliam perdas

Os futuros de ações dos EUA apontavam para mais uma sessão de baixa, com preocupações com a qualidade do crédito dos bancos regionais pesando sobre o sentimento.

Às 07h21 (horário de Brasília), os futuros do Dow Jones caíam 377 pontos (0,82%), os futuros do S&P 500 recuavam 74,50 pontos (1,12%) e os futuros do Nasdaq 100 recuavam 333,5 pontos (1,34%).

A queda ocorre após a liquidação de quinta-feira, desencadeada por uma atualização negativa de crédito do Zions Bancorporation (BOV:Z1IO34), que ampliou as preocupações em torno dos recentes colapsos da fornecedora de autopeças First Brands e da concessionária TriColor.

As ações do Zions (NASDAQ:ZION) despencaram 13%, enquanto as do Western Alliance Bancorporation (NYSE:WAL)  recuaram mais de 10% após a revelação de um processo de fraude contra um mutuário. A alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro intensificou a pressão sobre as ações.

Analistas da Vital Knowledge observaram que “as pessoas [estão ficando] mais preocupadas com um potencial problema sistêmico”, mas acrescentaram que “com base em todos os relatórios bancários até agora, parece que a First Brands e a TriColor estão isoladas, já que a qualidade do crédito no geral permanece saudável”.

Previsão da Oracle impulsionada pela IA

A Oracle Corporation (BOV:ORCL34) apresentou uma forte perspectiva de crescimento de longo prazo na quinta-feira, creditando a demanda por tecnologia de inteligência artificial que os executivos descreveram como “muito difícil de compreender”.

A empresa espera uma receita de US$ 225 bilhões e um lucro ajustado de US$ 21 por ação até o ano fiscal de 2030, ambos superando as estimativas dos analistas. Quase dois terços dessa receita devem vir da infraestrutura de nuvem aprimorada por IA da Oracle. O CEO Clay Magouyrk afirmou que novas reservas estão chegando de uma ampla gama de clientes, não apenas da OpenAI.

Analistas observaram que a projeção otimista era amplamente esperada, mas alertaram que as margens podem diminuir à medida que a Oracle investe pesadamente em capacidade de IA. Dados do LSEG citados pela Reuters indicam que as margens brutas devem cair ligeiramente até o ano fiscal de 2027. As ações da Oracle caíram no pregão after-market.

CSX supera expectativas de lucro

As ações da CSX Transportation subiam 3,5% no pré-mercado, após a empresa reportar um lucro de US$ 694 milhões no terceiro trimestre, ou US$ 0,37 por ação, abaixo do lucro do ano anterior. Excluindo uma provisão para impairment de US$ 164 milhões, o lucro foi de US$ 0,44 por ação, ligeiramente acima das previsões de Wall Street.

O CEO Steve Angel sugeriu que a empresa consideraria “quaisquer opções estratégicas” que fizessem sentido, renovando as especulações sobre a consolidação do setor. No início deste ano, uma fusão de US$ 85 bilhões entre a Union Pacific e a Norfolk Southern alimentou rumores de novas fusões.

A CSX e a BNSF Railway já firmaram uma parceria em agosto para conectar rotas entre as costas leste e oeste dos EUA, amenizando algumas especulações sobre uma fusão completa. No entanto, a investidora ativista Ancora Holdings continua pressionando a CSX a buscar acordos estratégicos.

Micron supostamente interrompe remessas de chips de servidor para a China

A Micron Technology (BOV:MUTC34) está planejando parar de fornecer chips de servidor para data centers chineses, de acordo com a Reuters, citando duas pessoas familiarizadas com o assunto.

A medida segue a proibição, em 2023, de produtos da Micron em “infraestrutura crítica” pela China, amplamente vista como uma resposta aos controles de exportação dos EUA sobre tecnologias avançadas.

A Micron continuará a vender para empresas chinesas que operam data centers fora da China, incluindo o Grupo Lenovo, bem como para os setores automotivo e de smartphones. A China representou cerca de 12% da receita da Micron no ano passado.

O ouro sobe

Os preços do ouro estenderam sua trajetória recorde, com as expectativas de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) neste mês, combinadas com as tensões comerciais, impulsionando a demanda por ativos considerados portos seguros.

O ouro à vista subiu 0,3%, para US$ 4.339,28 a onça, às 04h33 (horário de Brasília), após atingir US$ 4.379,29 no início da sessão. Os contratos futuros de ouro para dezembro nos EUA subiram 1,0%, para US$ 4.348,86.

O metal caminha para sua nona semana consecutiva de ganhos e a quinta sessão consecutiva de máximas recordes. Além das expectativas de política monetária do Fed, a força do ouro é sustentada pelas compras de ações dos bancos centrais, entradas de ETFs e forte demanda asiática. As novas tensões comerciais entre EUA e China e as preocupações com uma paralisação prolongada do governo americano deram ainda mais impulso à alta.

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