Ibovespa sobe com blue chips e apoio de Wall Street com varejo e política monetária no radar dos investidores

O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa (BOV:IBOV), encerrou esta quarta-feira (15/10) em firme alta de 0,65%, aos 142.603 pontos, acompanhando o bom humor das blue chips e a força dos índices de Wall Street, após resultados sólidos do setor bancário norte-americano reforçarem a percepção de resiliência econômica. O volume financeiro atingiu expressivos R$ 22,5 bilhões, o maior desde junho e muito acima da média dos últimos 50 pregões (R$ 14,9 bilhões). Já o Ibovespa Futuro (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT) subiu em linha com o mercado à vista, refletindo otimismo dos investidores com a combinação de fluxo estrangeiro e agenda macro mais equilibrada.

O mercado reagiu a uma quarta-feira (15/10) marcada por dados mistos no cenário doméstico e externo. No Brasil, as vendas no varejo de agosto avançaram 0,2% na base mensal, conforme o IBGE, em linha com o consenso, mas reduziram o ritmo na comparação anual, o que esfriou parte das apostas por corte de juros ainda em 2025. O Banco Central reforçou tom de cautela, com o diretor Nilton David destacando que a política monetária segue restritiva e eficaz no combate à inflação. No exterior, o discurso mais duro dos EUA sobre tarifas comerciais com o Brasil gerou ruído diplomático, mas não impediu o bom desempenho dos índices norte-americanos — como o S&P 500 Futuro (CCOM:US500) — sustentados por balanços positivos de bancos. A tensão entre EUA e China sobre comércio e commodities seguiu no radar, assim como as declarações de Fernando Haddad sobre medidas fiscais e articulações em Brasília.

Entre os destaques corporativos, Eletrobras (BOV:ELET3 | BOV:ELET6) brilhou após anunciar a venda de sua fatia na Eletronuclear à J&F por R$ 535 milhões, com forte alta de 2,33%. Vale (BOV:VALE3) também avançou 1,86%, acompanhando o bom humor do minério de ferro apesar do recuo em Dalian, enquanto o BTG Pactual (BOV:BPAC11) subiu 2,22%, impulsionado pelo fluxo financeiro robusto.

Nas quedas, Assaí (BOV:ASAI3) recuou 5,98%, pressionada por margens, MRV (BOV:MRVE3) caiu 4,81%, refletindo o impacto dos juros altos no setor imobiliário, e Raia Drogasil (BOV:RADL3) perdeu 4,54%, apesar do aumento de preço-alvo pelo JP Morgan. As ações mais negociadas do dia foram Vale, Petrobras (BOV:PETR4) e Itaú Unibanco (BOV:ITUB4), mostrando a dominância das blue chips de mineração, energia e finanças na movimentação da bolsa de valores.

Os contratos futuros de juros (BMF:DI1FUT) encerraram a quarta-feira (15/10) com comportamento misto. Os vértices curtos subiram até 3,5 pontos-base, refletindo as vendas no varejo acima das expectativas, enquanto os longos recuaram, em um movimento clássico de flattening — quando a ponta longa da curva se achata diante de expectativas de juros altos por mais tempo. O DI para janeiro/2026 ficou em 10,72%, enquanto o DI para janeiro/2031 recuou para 11,28%, sinalizando algum alívio nas projeções inflacionárias de longo prazo. O mercado segue ajustando apostas após o BC reiterar que a taxa Selic de 15,0% deverá ser mantida “por período prolongado”.

Confira o ranking completo de todos os papéis negociados na B3.

1. 💥 Confira os destaques corporativos de hoje 💥

   Auren Energia (AURE3)

   A Auren Energia comunicou nesta quarta-feira (15/10) que obteve uma decisão favorável da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o recebimento de R$ 498,8 milhões referentes a investimentos não amortizados realizados pela Cesp (Companhia Energética de São Paulo) em quatro usinas hidrelétricas: Jupiá, Ilha Solteira, Paraibuna e Jaguari. Saiba mais…

   B3 (B3SA3) 

   A B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão divulgou nesta quarta-feira (15/10) que o volume financeiro médio negociado em ações caiu 0,4% em setembro de 2025, para R$ 22,931 bilhões, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na variação mensal, o recuo foi de 4,5% frente a agosto, refletindo menor apetite por risco no mercado doméstico. Saiba mais…

   Brisanet (BRST3) 

   Brisanet divulgou seus dados operacionais de setembro de 2025, após o fechamento do mercado na terça-feira (14/10), mostrando mais um mês de expansão consistente na sua base de clientes. A companhia alcançou 1.538.952 assinantes de banda larga fixa, um avanço de 9,8% em relação a setembro de 2024, reforçando sua liderança no segmento de telecomunicações do Nordeste. Saiba mais…

   Eletrobras (ELET3/ELET6)

   A Eletrobras anunciou nesta quarta-feira (15/10) a venda de sua participação minoritária na Eletronuclear para a J&F Investimentos, holding dos irmãos Batista, por R$ 535 milhões. O acordo marca a saída definitiva da Eletrobras do setor nuclear, um movimento aguardado desde a capitalização da estatal e alinhado à estratégia de foco em ativos de geração e transmissão sob controle privado. Saiba mais…

   Hapvida (HAPV3) 

   A Hapvida Participações e Investimentos comunicou, na noite de terça-feira (14/10), a aprovação de um programa de recompra de até 20 milhões de ações ordinárias, com prazo de execução de até 18 meses. Segundo a companhia, a decisão reflete o compromisso da administração com a eficiência na alocação de capital e o retorno de valor aos acionistas. Saiba mais…

   Helbor (HBOR3) 

   A Helbor Empreendimentos S.A. divulgou nesta terça-feira (14/10) sua prévia operacional do terceiro trimestre de 2025, revelando vendas brutas totais de R$ 478,8 milhões, uma queda de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do recuo, o trimestre foi marcado por um forte avanço nos lançamentos — três novos empreendimentos, que somam Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 496,6 milhões. Saiba mais…

   Petrobras (PETR3/PETR4)

   A Petrobras conquistou um marco histórico nesta quarta-feira (15/10): sua Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, se tornou a primeira refinaria do Brasil certificada para produzir e comercializar combustível sustentável de aviação (SAF) pela rota HEFA — uma das mais reconhecidas internacionalmente como solução estratégica para descarbonizar o transporte aéreo. Saiba mais…

   Taesa (TAEE11) 

   A Transmissora Aliança de Energia Elétrica – Taesa informou aos detentores das debêntures da 1ª, 2ª e 3ª séries da 12ª emissão de debêntures todas nominativas, escriturais, simples, não conversíveis em ações, emitidas em 15 de abril de 2022, que realizará o pagamento de juros no dia 15 de outubro de 2025, no valor total de R$ 40.919.369,02.

   Vale (VALE3) 

   A Vale S.A. anunciou nesta quarta-feira (15/10) que realizará o pagamento de juros remuneratórios referentes às debêntures simples, não conversíveis em ações, da 10ª emissão, séries 1ª, 2ª e 3ª (debêntures incentivadas), totalizando R$ 199.838.323,19. O pagamento será efetuado em 15 de outubro de 2025, aos detentores com posição em custódia na bolsa de valores B3 e/ou no Banco Itaú Unibanco, que atua como banco escriturador e liquidante. Saiba mais…

   

   (Com informações da TCMover e Momento B3)