Curva de juros com viés de baixa nos vértices longos e curtos. Contratos DI1F27 e DI1F28 despontam com maiores recuos, enquanto DI1F26 registra alta mínima.
O mercado de juros futuros na B3 fechou esta quarta-feira (22/10) com uma leve inclinação de baixa na curva de juros, refletindo um sentimento de alívio cauteloso entre os investidores após uma semana de tensão fiscal e sinalizações positivas do governo brasileiro. As taxas do DI Futuro caíram na maioria dos vértices da curva de juros, impulsionadas por uma percepção de menor pressão inflacionária e promessas de compensação pela recente derrota da MP do IOF, o que acalmou os ânimos em um ambiente ainda volátil. Para quem acompanha renda fixa, esse movimento sugere uma aposta em cortes de juros mais suaves pelo Banco Central, mas com olhos atentos ao Congresso e ao cenário externo – afinal, ninguém quer surpresas que invertam essa tranquilidade conquistada a duras penas.
Entre os destaques positivos e negativos da curva de juros, os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) e janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) lideraram as quedas, com recuos de -0,43% e -0,64%, respectivamente, encerrando em taxas de 13,88% e 13,17%. Esses vértices da curva de juros capturaram o otimismo fiscal, mas também a sensibilidade a ruídos políticos. Do lado oposto, o único avanço veio dos contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26), que subiram 0,01% para 14,897%, um sopro de estabilidade nos prazos mais curtos. Já os contratos com vencimento em janeiro de 2030 (BMF:DI1F30) e janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) também figuraram entre os mais pressionados para baixo, com variações de -0,64% e -0,56%, fechando em 13,285% e 13,42%, destacando como a curva de juros se achata em resposta a expectativas de política monetária mais dovish.
Nos contratos de curto e médio prazo mais negociados do DI Futuro, o foco ficou nos vértices próximos, que atraem liquidez por serem benchmarks para operações diárias e hedges rápidos. Os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) lideraram com impressionantes 572.773 contratos negociados, seguido pelos de janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) com 351.494 e janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) com 257.337 – volumes que reforçam sua posição como os pilares mais líquidos da curva de juros, ideais para traders que buscam agilidade sem expor o portfólio a riscos longos demais.
Já nos contratos de longo prazo mais negociados, que capturam as ansiedades sobre o futuro fiscal do país, os volumes foram menores, mas ainda expressivos: os contratos com vencimento em janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) viram 210.977 negociações, enquanto os de janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) – um outlier de curto prazo com tração longa – somaram 192.412. Esses vértices da curva de juros são os mais sensíveis ao vaivém político em Brasília e a projeções de dívida pública, onde cada sinal de equilíbrio fiscal, como o prometido pelo governo, pode suavizar as taxas, mas uma nova turbulência no Congresso traz de volta a aversão ao risco.
A queda generalizada nas taxas dos juros futuros foi diretamente impulsionada pelo alívio fiscal sinalizado pelo governo, que prometeu medidas compensatórias à derrota da MP do IOF, acalmando temores de rombo orçamentário maior. Em um dia como esse, onde a percepção de inflação mais controlada se mistura à política, os vértices da curva de juros respondem como um termômetro: os mais longos, como DI1F30 e DI1F33, caíram mais porque o mercado precifica um cenário de consolidação fiscal que reduz o prêmio de risco para 2030 e além, evitando uma escalada desnecessária nas expectativas de juros reais.
Além disso, o movimento dos juros futuros brasileiros ganhou reforço do exterior, com os rendimentos dos Treasuries de 10 anos nos Estados Unidos operando em baixa, influenciando a precificação global de ativos de renda fixa. A incerteza sobre um possível shutdown do governo norte-americano e o leilão de T-bonds de 20 anos trouxeram uma cautela que ecoou aqui, achatando a curva de juros e trazendo as taxas do DI Futuro para níveis mais atrativos, como se o mundo todo estivesse sincronizando um suspiro coletivo antes de dados mais quentes na economia global.
Para quem opera ou investe em renda fixa, essa configuração da curva de juros abre portas para posições em vértices médios como o DI1F27, onde a liquidez alta permite entradas e saídas ágeis, mas lembre-se: o monitoramento constante é chave, pois o cenário político pode virar o jogo em instantes. No fim das contas, dias como esse nos lembram por que o DI Futuro é o coração pulsante do mercado financeiro na B3 – previsível na técnica, mas sempre com um toque de imprevisibilidade humana.
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