Curva de juros brasileira fecha sessão de sexta-feira (10/10) com leve inclinação nos vértices longos, enquanto os contratos de curto prazo recuam; movimento reflete cautela com política fiscal e expectativa por próximos indicadores.
Os juros futuros terminaram a sexta-feira mostrando viés misto ao longo da curva de juros. Enquanto os vencimentos mais curtos e intermediários recuaram levemente, os longos avançaram, refletindo um ajuste de expectativas após uma semana marcada por volatilidade nos mercados globais e preocupações domésticas com o cenário fiscal. O movimento indica que os investidores voltaram a buscar proteção nas pontas longas do DI Futuro, reagindo tanto ao ambiente político quanto à leitura de que a Selic deve permanecer estável por mais tempo.
Entre os destaques negativos, os contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) caíram 0,03%, encerrando a 14,893%, enquanto os contratos com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) recuaram 0,18%, a 13,995%, sinalizando leve alívio nas taxas curtas e intermediárias. Esses movimentos foram influenciados por um fluxo maior de investidores buscando travar posições no curto prazo, diante da percepção de inflação mais controlada nos próximos meses e da estabilidade da política monetária no horizonte próximo.
Já nas pontas mais longas da curva de juros, a direção foi oposta. Os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) subiram 0,15%, para 13,415%, enquanto os papéis de janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) avançaram 0,37%, a 13,39%. O movimento mais expressivo, contudo, veio dos vértices de longo prazo, com o DI1F30 (+0,48%), DI1F31 (+0,51%) e DI1F33 (+0,62%) puxando a inclinação da curva. Esses prazos mais distantes são tradicionalmente os mais sensíveis ao risco fiscal e às incertezas políticas, o que explica a reação mais forte diante de ruídos recentes sobre o orçamento de 2026 e o teto de gastos.
Nos vértices de maior liquidez, os contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) e janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) lideraram o volume negociado, somando mais de 1,8 milhão de contratos na sessão. Esses prazos concentram a maior parte das apostas dos investidores institucionais, por estarem mais próximos da política monetária de curto prazo e refletirem diretamente as projeções para a trajetória da taxa Selic. O volume elevado reforça a leitura de que o mercado segue apostando em estabilidade na taxa básica de juros, ao menos até a virada do primeiro trimestre de 2026.
Entre os contratos de longo prazo, o destaque em volume ficou para o DI1F29, com 667 mil contratos negociados, seguido pelo DI1F31, com 375 mil contratos. Esses vértices da curva de juros costumam reagir mais fortemente às sinalizações fiscais e políticas, especialmente em momentos de incerteza sobre a trajetória da dívida pública e o equilíbrio das contas do governo. O movimento positivo desses prazos sugere que os investidores continuam demandando prêmios maiores para carregar risco em horizontes mais longos, diante de um cenário fiscal ainda considerado desafiador.
O avanço dos contratos longos foi também influenciado por declarações recentes de autoridades econômicas sobre a possibilidade de revisão de metas fiscais e por uma leitura mais cautelosa do mercado internacional, com o rendimento dos Treasuries norte-americanos voltando a subir. A combinação desses fatores provocou uma recomposição de posições defensivas e contribuiu para a leve inclinação da curva no fechamento da semana.
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