
A Microsoft (NASDAQ:MSFT) divulgou resultados trimestrais nesta quarta-feira (29) após o encerramento do mercado, e superou as estimativas de Wall Street com receita de US$ 77,7 bilhões e lucro por ação de US$ 3,72, acima dos US$ 75,6 bilhões e US$ 3,68 esperados. No entanto, os altos custos com infraestrutura de inteligência artificial e falhas técnicas recentes levantaram preocupações.
Horas antes da divulgação, a empresa enfrentou uma interrupção global em seus serviços Azure e Office 365. O problema, causado por uma alteração de configuração incorreta no Azure Front Door, afetou sites do Xbox, Alaska Airlines e até páginas corporativas. A recuperação completa foi estimada para o início da noite.
A falha no Azure ocorreu apenas uma semana após um apagão semelhante na Amazon Web Services (AWS), principal concorrente. Ambas as empresas dominam o setor de nuvem, com 32% e 23% de participação de mercado, respectivamente, segundo a Canalys. O Google Cloud aparece distante, com 10%.
Mesmo com o contratempo, o Azure brilhou nos resultados. A receita da unidade cresceu 40%, superando as expectativas de 38% e consolidando o domínio da Microsoft em computação em nuvem. O segmento de Nuvem Inteligente gerou US$ 30,9 bilhões, acima da previsão de US$ 30,25 bilhões.
O CEO Satya Nadella afirmou que a Microsoft está “construindo uma fábrica de IA e nuvem em escala planetária”, impulsionada pelo sucesso dos assistentes Copilot em ferramentas como Word, Excel e GitHub. O entusiasmo com a IA continua sendo o principal motor de crescimento da companhia.
Apesar do otimismo, o investimento agressivo em infraestrutura de IA pressionou os custos. O capital investido no trimestre subiu 74%, alcançando US$ 34,9 bilhões, acima dos US$ 25,5 bilhões previstos. Segundo a empresa, cerca da metade foi destinada a chips e servidores de curta duração.
A diretora financeira Amy Hood destacou que os gastos de capital seguirão elevados em 2026, refletindo a expansão de data centers. A Microsoft reconheceu que a escassez de infraestrutura deve persistir até o próximo ano, o que pode limitar o ritmo de crescimento do Azure.
O fluxo de caixa livre atingiu US$ 25,7 bilhões, avanço de 33% sobre o ano anterior, superando as expectativas de US$ 19,2 bilhões. O aumento foi favorecido por arrendamentos financeiros, que reduziram o impacto dos gastos de capital sobre o caixa operacional.
A área de Produtividade e Processos de Negócios, que inclui Office e LinkedIn, gerou US$ 33 bilhões, superando a projeção de US$ 32,33 bilhões. O segmento de Computação Pessoal, que abrange Windows, publicidade e Xbox, somou US$ 13,8 bilhões, alta de 4%.
A receita do Windows cresceu 6%, impulsionada pela substituição de dispositivos em preparação para o fim do suporte ao Windows 10. Isso apontou para a importância do sistema operacional como fonte estável de receita, mesmo em meio ao avanço da nuvem.
A parceria com a OpenAI segue como diferencial. A Microsoft detém 27% da startup, avaliada em cerca de US$ 135 bilhões, e anunciou um novo acordo que amplia o acesso à tecnologia de inferência de IA por vários anos. O pacto foi elogiado por analistas.
Sobre o desempenho do Azure e a integração com a OpenAI, o CEO Nadella afirmou que a demanda “continua acelerando em todos os segmentos e geografias”.
As ações da Microsoft (NASDAQ:MSFT) caíram até 3% no pregão estendido, após fecharem a US$ 541,55 no pregão regular. Mesmo assim, acumulam alta de 29% em 2025. A Microsoft também é negociada na B3 por meio da BDR (BOV:MSFT34).
Com todos os 61 analistas da FactSet recomendando compra, o consenso é de que os monopólios em Office e Windows garantem estabilidade, enquanto o Azure e a IA prometem crescimento futuro. Ainda assim, os altos investimentos continuarão a desafiar as margens no curto prazo.

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