Os preços do petróleo sobem com o otimismo gerado pelo encontro entre EUA e China e a queda nos estoques

Os preços do petróleo subiam na quarta-feira, 29 de outubro de 2025, impulsionados por uma redução maior do que a esperada nos estoques de petróleo bruto dos EUA e pelo otimismo renovado antes de uma reunião de alto nível entre os líderes dos Estados Unidos e da China — os dois maiores consumidores de petróleo do mundo.

Às 08h05 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent subiram 27 centavos, ou 0,42%, para US$ 64,67 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiram 21 centavos, ou 0,35%, para US$ 60,36 o barril.

O Ministério das Relações Exteriores da China confirmou que o presidente Xi Jinping se reunirá com o presidente dos EUA, Donald Trump, na quinta-feira, em Busan, na Coreia do Sul, afirmando que o encontro “impulsionará o desenvolvimento das relações EUA-China” e que Pequim está pronta para trabalhar com Washington em busca de “resultados positivos”.

Autoridades em Pequim também afirmaram que a China continua disposta a cooperar com os EUA no controle das exportações de fentanil. Trump indicou recentemente que poderia considerar a redução das tarifas sobre as importações chinesas em troca do compromisso de Pequim em limitar as exportações de precursores químicos usados ​​na fabricação da droga.

Segundo dados do Instituto Americano de Petróleo (API), os estoques dos EUA diminuíram em todos os setores na semana passada. Os estoques de petróleo bruto caíram 4,02 milhões de barris, os de gasolina 6,35 milhões de barris e os de destilados 4,36 milhões de barris na semana encerrada em 24 de outubro.

A redução dos estoques, mais acentuada do que o esperado, desencadeou uma alta nos preços na sessão anterior e continuou a sustentar o mercado na quarta-feira.

“A inesperada redução dos estoques nos EUA ajudou os preços esta manhã, mas a interação entre os riscos das sanções e a postura da OPEP+ está impulsionando os mercados”, disse Priyanka Sachdeva, analista sênior de mercado da Phillip Nova.

“Isso não significa que a alta tenha potencial ilimitado. Porque, embora a narrativa das sanções/oferta tenha sido construída, o lado da demanda ainda mostra fragilidade e permanece com capacidade ociosa”, acrescentou ela.

Na semana passada, tanto o Brent quanto o WTI registraram seus maiores ganhos semanais desde junho, após o presidente Trump impor novas sanções à Rússia relacionadas à Ucrânia, visando as gigantes do setor energético Lukoil e Rosneft.

Ainda assim, a expectativa de que as sanções não restrinjam significativamente a oferta — e a crescente especulação sobre um possível aumento da produção da OPEP+ — derrubaram ambos os índices de referência em quase 2% na sessão anterior.

O Kremlin respondeu na terça-feira afirmando que a Rússia continuava a oferecer “energia de alta qualidade a um bom preço”, deixando a decisão de continuar comprando combustível russo a cargo de seus parceiros sob o novo regime de sanções.

Fontes da indústria afirmaram que várias refinarias indianas suspenderam novos pedidos de petróleo russo aguardando novas orientações do governo, embora algumas tenham recorrido ao mercado à vista para obter suprimentos alternativos. A Indian Oil, no entanto, reafirmou que “não deixará de comprar petróleo russo enquanto este estiver cumprindo as sanções”.

O ministro da Economia da Alemanha confirmou posteriormente que o governo dos EUA forneceu garantias por escrito isentando as operações alemãs da Rosneft de sanções, uma vez que os ativos não estão mais sob propriedade russa.

No âmbito da OPEP+, fontes familiarizadas com as negociações afirmaram que o grupo está inclinado a um aumento moderado da produção em dezembro, com um potencial acréscimo de cerca de 137.000 barris por dia.

Entretanto, o CEO da Saudi Aramco comentou que a demanda global por petróleo “já era forte mesmo antes da imposição de sanções às grandes petrolíferas russas” e que “a demanda chinesa ainda se mantinha saudável”, reforçando a confiança nas perspectivas de recuperação do setor.

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