Preços do petróleo se recuperam de mínimas de cinco meses enquanto mercados aguardam negociações entre EUA e China

Os preços do petróleo bruto subiram na segunda-feira (13), recuperando algumas das perdas acentuadas da sessão anterior, enquanto os investidores se concentraram na possibilidade de negociações comerciais entre os EUA e a China, que poderiam aliviar as tensões entre as duas maiores economias e consumidores de energia do mundo.

Às 6h58 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent para dezembro subiram US$ 1,19, ou 1,90%, para US$ 63,92 o barril, após a queda de 3,82% na sexta-feira, que marcou seu fechamento mais fraco desde 7 de maio. O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA para novembro subiu US$ 1,23, ou 2,09%, para US$ 60,13 o barril, após recuar 4,24% na sexta-feira, atingindo seu menor nível desde o início de maio. Segunda-feira é feriado em algumas regiões dos Estados Unidos.

“A queda dos preços na semana passada deveu-se, em grande parte, ao cessar-fogo em Gaza e ao retorno da volatilidade comercial entre EUA e China antes do prazo final da trégua comercial, em 10 de novembro”, disse Suvro Sarkar, analista de energia do DBS Bank.

Ele acrescentou que a recente queda do mercado agora parece estar “limitada pela disposição de ambas as partes em negociar”, com a direção dos preços a curto prazo dependendo do resultado das próximas negociações.

As tensões se intensificaram na semana passada, depois que a China ampliou suas restrições à exportação de terras raras. Em resposta, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que seu governo imporia tarifas de 100% sobre as exportações chinesas e adicionaria novos controles de exportação sobre “todo e qualquer software crítico” até 1º de novembro.

No fim de semana, no entanto, Trump tentou acalmar os mercados, escrevendo no Truth Social: “Não se preocupem com a China, tudo ficará bem!”

Os últimos acontecimentos antecedem um possível encontro entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, à margem do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na Coreia do Sul. Jamison Greer, representante comercial dos EUA, disse que o encontro ainda pode ocorrer no final deste mês.

“O cenário mais provável parece ser que ambos os lados recuem nas políticas mais agressivas e que as negociações levem a uma nova – e possivelmente indefinida – extensão da pausa na escalada tarifária alcançada em maio”, disseram analistas do Goldman Sachs em nota. Ainda assim, alertaram que o risco de uma nova escalada permanece, o que poderia elevar temporariamente as tarifas ou levar a medidas de exportação mais rigorosas.

O mercado de petróleo tem sido altamente reativo às tensões comerciais entre Washington e Pequim, com os preços despencando no início deste ano durante crises anteriores.

Enquanto isso, dados alfandegários mostraram que as importações de petróleo bruto da China aumentaram 3,9% em relação ao ano anterior em setembro, para 11,5 milhões de barris por dia — o nível mais alto em 2025 — à medida que as refinarias aumentaram a produção e a atividade de estocagem.

No Oriente Médio, uma autoridade envolvida no processo confirmou que o Hamas libertou os primeiros sete reféns israelenses sobreviventes na segunda-feira. A medida marcou a fase inicial de um acordo de cessar-fogo que o presidente dos EUA, Trump, ajudou a intermediar para encerrar o conflito em Gaza.

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