BofA: Queda do ouro ligada à pressão de venda dos CTAs

A recente queda nos preços do ouro foi parcialmente atribuída às vendas por fundos que seguem tendências, de acordo com o Bank of America (BofA). Analistas observaram que os consultores de negociação de commodities (CTAs) “continuaram a desfazer posições compradas em ouro, visto que o metal amarelo caiu pela segunda semana consecutiva”.

“Nossos modelos mais avessos ao risco já encerraram suas posições compradas em ouro, enquanto alguns CTAs com maior tolerância ao risco ainda podem estar comprados, visto que as tendências de preço continuam a dar sinais de alta, independentemente da velocidade do modelo”, escreveram os analistas do BofA, liderados por Chintan Kotecha, em uma nota para clientes.

O modelo CTA do banco indicou que o ouro permaneceu totalmente comprado em prazos curtos, médios e longos até o final de outubro, com a força da tendência ainda em 100%. No entanto, o relatório também destacou que vários modelos CTA atingiram níveis de stop-out, um padrão que historicamente tem sido associado ao aumento da volatilidade devido a vendas sistemáticas.

O BofA acrescentou que “os investidores que seguem tendências aumentaram suas posições compradas em alumínio, já que os contratos futuros registraram a quinta semana consecutiva de ganhos”, apontando para uma mudança na exposição dentro do complexo de commodities, à medida que os investidores se afastavam do ouro.

“Esses movimentos podem deixar o alumínio como a commodity com a posição mais esticada entre os investidores que seguem tendências, dependendo do universo de operações e dos orçamentos de risco”, disseram os analistas. “Em outras commodities, nosso modelo indica que os investidores que seguem tendências podem comprar contratos futuros de soja e farelo de soja na próxima semana.”

O relatório também mostrou que os fundos de acompanhamento de tendências continuam fortemente posicionados em ações globais, com exposições compradas “espalhadas” pelos mercados dos EUA, Europa e Japão após as recentes máximas históricas.

Eles alertaram que “embora os níveis de stop-loss ainda estejam relativamente distantes, uma forte correção poderia desencadear liquidações significativas”, estimando que os CTAs poderiam se desfazer de até US$ 148 bilhões em ações em um cenário de queda do mercado na próxima semana.

Em renda fixa, o BofA observou que as “posições compradas em títulos do Tesouro dos EUA com prazos muito longos” estavam perto de acionar sinais de venda após a última reunião do Federal Reserve, já que o aumento dos rendimentos e um dólar mais forte pressionavam as posições.

“As posições compradas se mantiveram graças à queda dos rendimentos dos títulos de 10 anos na sexta-feira, mas os gatilhos permanecem próximos”, escreveram os analistas, acrescentando que os CTAs provavelmente continuarão comprando dólares contra todas as principais moedas no curto prazo.

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