Infracommerce melhora Ebitda no 3T25, apesar de forte queda na receita e tombo de 32,6% no GMV

Empresa listada na bolsa de valores B3 reduz prejuízo operacional para R$ 3,5 milhões e eleva margem bruta para 20,6%, enquanto as ações IFCM3 recuam 5,63% no pregão desta segunda-feira (17/11).

A Infracommerce (BOV:IFCM3) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 mostrando um movimento misto: embora a receita líquida tenha desabado 35,8%, para R$ 147,3 milhões, e o GMV tenha recuado 32,6%, a companhia conseguiu entregar uma expressiva melhora operacional, reduzindo o prejuízo medido pelo Ebitda pós-ajustes para apenas R$ 3,5 milhões — um avanço relevante frente aos R$ 49,6 milhões negativos registrados no 3T24.

O trimestre reforça o esforço da empresa em reequilibrar sua estrutura de custos e ajustar investimentos. O aumento da margem bruta para 20,6% (ante 17,9% um ano antes) sinaliza que, mesmo com a retração nas vendas e no volume transacionado, a companhia está retomando eficiência operacional. Para investidores que acompanham o setor de tecnologia para e-commerce na bolsa de valores, o movimento representa um alívio parcial em meio ao cenário de desaceleração do consumo digital.

A queda da receita acompanha o recuo expressivo do GMV, reflexo direto de um cenário macroeconômico desafiador e da menor atividade de alguns clientes estratégicos. Ainda assim, a Infracommerce manteve sob controle as despesas e reduziu gastos, o que sustentou a melhora no Ebitda e reforça uma narrativa de reorganização interna após trimestres pressionados.

Os custos e despesas operacionais totais registraram uma queda no 3T25. Os custos dos serviços prestados foram de R$ 160,0 milhões, equivalente a uma redução de 46,2% se comparado com o 3T24, devido aos efeitos concretos das iniciativas de redução de custos e despesas mensais, com ações estratégicas para melhoria de margem operacional e do fluxo de caixa operacional da Companhia.

As despesas comerciais e administrativa totalizaram R$ 36,3 milhões, com uma queda de 67,3% em comparação com o 3T24. No Brasil, redimensionamos a estrutura organizacional, logística, otimizamos sistemas e processos. Regionalmente, capturamos ganhos de eficiência e sinergias dentre as operações e áreas geográficas.

O resultado financeiro líquido no período de -R$ 64,1 milhões é amplamente direcionado por provisões de juros relacionadas aos instrumentos mandatoriamente conversíveis que serão liquidados, tanto o principal quanto os juros acumulados, através da capitalização dos saldos.

A Companhia encerrou o período com dívida líquida incluindo M&A de R$ 313,6 milhões. Deste total, R$ 313,8 milhões referem-se a instrumentos financeiros reconhecidos como passivos financeiros que serão liquidados através de aumentos de capital no curso dos respectivos instrumentos, em até 5 anos.

No 3T25, o Capex total da Companhia foi de R$ 5,2 milhões, composto por: R$ 1,4 milhão em infraestrutura logística, representando um aumento de 44,5% em comparação ao 3T24; e R$ 3,8 milhões em tecnologia, reduzindo 38,2% se comparado ao 3T24, em função da otimização dos investimentos.

No pregão desta segunda-feira (17/11), a ação IFCM3 opera em forte baixa. Às 12h15, os papéis eram negociados a R$ 2,18, queda de 5,63%. O preço atual está abaixo da abertura (R$ 2,34), indo ao encontro da mínima do dia (R$ 2,11) e distante da máxima (R$ 2,34). O movimento sugere que o mercado reagiu de forma cautelosa ao recuo significativo das receitas, apesar da melhora operacional apresentada.

A Infracommerce é uma provedora de soluções digitais completas para e-commerce, atuando com plataforma, logística, atendimento e gestão integrada. Seu modelo “end-to-end” a coloca no mesmo radar competitivo de empresas de tecnologia para varejo, fulfillment e integração digital.

Mesmo com uma retração forte no faturamento, a melhora expressiva do Ebitda indica que a Infracommerce está ajustando sua operação e fortalecendo sua estrutura.